terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Governo Britânico quer cortar salários dourados

Ocasionalmente, são aqui referidos bons exemplos que chegam de países estrangeiros, por vezes dos que estão a dar passos racionais e eficientes para o desenvolvimento sustentável e se aproximarem dos mais evoluídos.

Agora trago um caso do Reino Unido, país inequivocamente desenvolvido, com longa e sólida experiência democrática, que nos dá uma lição a aproveitar. Será de reflectir nesta medida e na sua aplicação judiciosa, com os olhos postos nos interesses nacionais e na Justiça Social. Seria altura apropriada para passar a referir os salários em equivalência ao salário mínimo nacional, por exemplo um determinado quadro superior ganha 20 salários mínimos.

Eis a transcrição da notícia:

Governo britânico quer cortar 20 por cento ao salário dos funcionários mais bem pagos
Público. 07.12.2009 - 13h31. Por AFP, Inês Sequeira

Medida apresentada pelo líder do governo para combater o défice público.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, tenciona reduzir em 20 por cento, ao longo de três anos, os salários dos funcionários mais bem pagos.

Esta medida foi apresentada hoje por Gordon Brown como uma das que estão previstas para combater o défice público, num programa destinado a conseguir cortar em três mil milhões de libras as despesas correntes do governo no período de quatro anos.

O líder dos Trabalhistas evocou a "cultura do excesso" e indicou que tratamentos superiores a 150 mil libras por ano (165 mil euros) e os bónus de actividade que ultrapassem 50 mil libras vão necessitar no futuro da aprovação dos respectivos ministérios, devendo os respectivos beneficiários ser publicamente identificados, tal como os organismos que desperdiçam dinheiro do Estado.

Algumas pessoas "perderam o contacto com a realidade", salientou o primeiro-ministro.

Nas contas do governo britânico, a redução de 20 por cento irá produzir poupanças de 100 milhões de libras por ano, o suficiente para criar anualmente "quatro novas escolas ou dez novos centros médicos", ou "pagar o salário de 3.200 enfermeiros ou 2.200 professores".

Outras poupanças avaliadas em 600 milhões de euros poderão ter como origem uma racionalização dos custos das comunicações telefónicas e da burocracia administrativa, um corte de 50 por cento dos honorários das consultores e 25 por cento as despesas de marketing.

"O dinheiro que deveria ir para a saúde, a polícia e os serviços sociais vai em certos casos para salários excessivos e bónus injustificados: esta cultura de excessos pode e deve mudar", lançou o primeiro-ministro, que anunciou uma revisão completa dos salários da função pública no orçamento para o próximo ano.

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