Através de análise imparcial, o Professor João César das Neves, na sua crónica o futuro da União, cula leitura se aconselha, mostra a persistente capacidade de sobrevivência da União Europeia, apesar de ter sido criada sem bases sólidas por «integrar, económica e politicamente, tantos países com leis, hábitos, culturas e propósitos tão diferentes» o que «é, realmente, uma impossibilidade histórica». Mesmo assim, tem-se mantido com a bandeira erguida.
Já resistiu e ultrapassou a várias crises que cita: em 1963, o veto de De Gaulle; em 1973, a crise do petróleo; em 1984 "rebate" de Thatcher; em 1993, a crise do sistema monetário europeu; em 2000, as sanções contra a Áustria; em 2003, o desacordo na invasão do Iraque; em 2005 a rejeição da Constituição. «Em todos estes momentos, e muitos outros, se falou do fim da Europa. E com razão. Mas ela ainda dura. A dramática situação desde 2010 constituirá mais um dos episódios a juntar à longa lista. Se a Europa sobreviver, claro.»
A dúvida não pode ser ignorada. E se a UE pode sobreviver durante muitos mais anos, também pode ser derrubada por um clic ocasional na sempre imprevisível natureza humana dominada por pânico ou medo excessivo e incontrolado. O autor lembra que «ninguém entra em pânico com aviso prévio. O terror é algo repentino, imprevisto, inopinado.»
Planear é prever e nisto não podem ser ignorados sinais significativos. Recordemos Camões que na estrofe 89 do Canto Oitavo dos Lusíadas citou "Nunca louvarei o capitão que diga «não cuide".
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A Decisão do TEDH (396)
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