
Essa pressão, esse condicionamento podem ser vulgares em determinado tipo de regime (Por ordem alfabética: Adolph Hitler, Benito Mussolini, Idi Amin, Joseph Stalin, Moammar Gaddhafi, Saddam Hussein, etc.), mas é suposto ainda estarmos a viver em democracia, embora a Constituição esteja a ser desrespeitada, tal como as promessas eleitorais, o programa de Governo, o orçamento, as sucessivas promessas e decisões que, passados poucos dias, são alteradas com «recuos» imprevistos.
Como a vida seria mais fácil e bela se pudesse haver confiança nas directivas para o futuro, nas regras de comportamento individual e colectivo, na esperança fundamentada na dedicação a Portugal e aos portugueses.
Imagem de arquivo
Um artigo com muito interesse sobre este tema:
ResponderEliminarA catástrofe
Correio da ManhãM. 07-01-201. 1h00. Por: Rui Cardoso, Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público
Despudoradamente, o Governo está a tentar condicionar o Tribunal Constitucional na apreciação da Lei do Orçamento de 2013, dizendo que esta era a única solução possível e que o seu chumbo terá efeitos catastróficos para o país. Não acreditando nos seus argumentos jurídicos, o Governo passa à ameaça.
Sabe, pois, que quaisquer consequências de uma declaração de inconstitucionalidade apenas a si serão imputáveis, por ter ignorado a decisão anterior do TC e todos os avisos feitos pelos constitucionalistas, e teimar em não ser justo e equitativo na repartição dos sacrifícios. Essa é que deveria ser a única via a tomar, mas, inexplicavelmente ou não, sempre foi ignorada por este Governo, que tem apresentado diferentes propostas, cada uma delas "única solução possível".
Catástrofe será o TC deixar-se condicionar por quaisquer pressões e ater-se a quaisquer argumentos que não os que resultam da própria Constituição. Será, então, a instalação da ditadura financeira controlada externamente, que se sobreporá à lei fundamental do país e deixará indefesos os seus cidadãos, vistos apenas como formigas contribuidoras. Perderemos a réstia de soberania a que ainda nos agarramos.