sábado, 5 de abril de 2008

40º aniversário da Primavera de Praga

O Jornal de Notícia traz hoje a seguinte notícia
Primavera de Praga foi há 40 anos

Faz hoje 40 anos que a sociedade da ex-Checoslováquia foi surpreendida, pelo inusitado, quando conheceu as propostas reformistas dos intelectuais que encorporavam a chamada Primavera de Praga, movimento gerado em 1968 no seio do Partido Comunista Checo (PCC) - então no poder desde 1948 - e que visava promover grandes mudanças na estrutura política, económica e social do país. Era uma experiência que se autodefinia como "socialismo com rosto humano", liderada por Alexander Dubcek, então primeiro secretário do Comité Central do PCC. Ao lançar o movimento, Dubcek reafirmara aos dirigentes da ex-União Soviética os seus incondicionais apoio e fidelidade, mas tais promessas foram rapidamente anuladas pelas aspirações de grande parte da população, sobretudo a juventude que, à semelhança da francesa (que então caminhava para "Maio de 68") desejava uma nova evolução social.

NOTA: Porém, o regime soviético, não sendo uma democracia, não podia permitir tal liberdade heterodoxa que iria minar a União, a qual, não tendo uma doutrina realista e humana, era assente no autoritarismo, no controlo das pessoas e no medo e, por isso, interveio e, como a vontade de liberdade dos Checos era grande, teve de usar de força bruta e, em 20 de Agosto a Primavera teve o seu termo ao fim de 137 dias de esperança de mudança. Como aqui foi referido no post Esmagamento da Primavera de Praga

4 comentários:

  1. Foi sem dúvida uma época importante na História recente da Europa.
    Já passaram 40 anos.... como é possível?! Parece que foi há muito menos tempo.

    Um abraço.
    Jorge G.

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  2. Caro Jorge Guedes,
    A memória não é o forte dos políticos.
    Hoje, está a branquear-se muito do passado, em vez de ele ser estudado com isenção e lucidez a fim de se tirarem as boas lições e evitar-se a repetição de desgraças ocorridas.
    Esperemos que em Cuba e, dentro em breve, na Venezuela se pense mais no bem estar das populações em desfavor das ambições e vaidades de políticos egoístas e sádicos.
    Qualquer político perde credibilidade à luz da História quando sobrepõe os seus interesses pessoais acima do bem estar da população.
    Um caso a observar com atenção está a passar-se no Zimbabwe e, em breve na África do Sul.
    Abraço
    A. João Soares

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  3. Amigo A. João Soares, gostaria de saber de que forma tem visto os actuais despedimentos a lume hoje pela comunicação social.
    Abraço,
    Magno.
    P.S. Desculpe o abordar desta forma.

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  4. Caro Magno,
    A sua pergunta surpreende-me, por dois motivos: não se relaciona directamente com o tema deste post, e porque não costumo prender-me com pormenores, mantendo-me na área dos conceitos, ou melhor, distanciando-me na estratosfera para ver o mundo sem me deixar influenciar por politiquices.

    Penso que a sua pergunta se refere aos despedimentos nas empresas Delphi e Yazaqui Saltano.
    Vou, por isso, procurar focar alguns aspectos:

    1. Na óptica das empresas nada há a dizer, a sua finalidade é o lucro através da venda dos seus produtos e, por isso, reorganizam a produção, alteram a lista de produtos e a estratégia de gestão conforme a procura, etc.

    2. Na óptica dos trabalhadores, é uma tragédia, principalmente quando a preparação técnica é de tal modo estreita que não lhes torna fácil a conversão noutro tipo de trabalho, e tornando difícil a obtenção de outro emprego.

    3. Do ponto de vista sindical, deve haver a preocupação de obter o máximo de indemnizações aos trabalhadores despedidos, e, principalmente retirar conclusões que os levem a incrementar uma formação profissional mais ampla que permita aos técnicos uma rápida e eficaz adaptação a novo emprego. Está errado, perante as circunstâncias actuais, um trabalhador prever ficar toda a vida numa mesma empresa, sendo mais vantajoso ir saltando de uma para outra à procura de melhores remunerações e de novas experiências.

    4. Do ponto de vista do Governo, há que rever o sistema de incentivos a empresas estrangeiras que acabam por nada perder com estas aventuras, pois a redução de impostos acaba por só lhes trazer benefícios sem obrigações.

    Todas as pessoas têm necessidade de compreender quanto a globalização lhes pode ser prejudicial ou útil conforme ignorarem ou souberem como se defender e como aproveitar as oportunidades.

    Um ponto a considerar é a necessidade urgente de o ENSINO se tornar mais prático de forma a formar técnicos competentes para em empresas especializadas merecerem bons ordenados e se tornarem imprescindíveis. Seria um óptimo sinal que essas empresas, ao deslocalizarem-se, levassem alguns técnicos portugueses por terem óptima qualidade.

    Não sei se eram estes os aspectos em que desejava saber o meu ponto de vista, mas de qualquer forma, trata-se de um tema interessante e que merece meditação profunda.

    Quais os seus pontos de vista sobre aquilo que escrevi e outros aspectos não abordados?

    Um abraço
    A. João Soares

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