O Jornal de Notícia traz hoje a seguinte notícia
Primavera de Praga foi há 40 anos
Faz hoje 40 anos que a sociedade da ex-Checoslováquia foi surpreendida, pelo inusitado, quando conheceu as propostas reformistas dos intelectuais que encorporavam a chamada Primavera de Praga, movimento gerado em 1968 no seio do Partido Comunista Checo (PCC) - então no poder desde 1948 - e que visava promover grandes mudanças na estrutura política, económica e social do país. Era uma experiência que se autodefinia como "socialismo com rosto humano", liderada por Alexander Dubcek, então primeiro secretário do Comité Central do PCC. Ao lançar o movimento, Dubcek reafirmara aos dirigentes da ex-União Soviética os seus incondicionais apoio e fidelidade, mas tais promessas foram rapidamente anuladas pelas aspirações de grande parte da população, sobretudo a juventude que, à semelhança da francesa (que então caminhava para "Maio de 68") desejava uma nova evolução social.
NOTA: Porém, o regime soviético, não sendo uma democracia, não podia permitir tal liberdade heterodoxa que iria minar a União, a qual, não tendo uma doutrina realista e humana, era assente no autoritarismo, no controlo das pessoas e no medo e, por isso, interveio e, como a vontade de liberdade dos Checos era grande, teve de usar de força bruta e, em 20 de Agosto a Primavera teve o seu termo ao fim de 137 dias de esperança de mudança. Como aqui foi referido no post Esmagamento da Primavera de Praga
Foi sem dúvida uma época importante na História recente da Europa.
ResponderEliminarJá passaram 40 anos.... como é possível?! Parece que foi há muito menos tempo.
Um abraço.
Jorge G.
Caro Jorge Guedes,
ResponderEliminarA memória não é o forte dos políticos.
Hoje, está a branquear-se muito do passado, em vez de ele ser estudado com isenção e lucidez a fim de se tirarem as boas lições e evitar-se a repetição de desgraças ocorridas.
Esperemos que em Cuba e, dentro em breve, na Venezuela se pense mais no bem estar das populações em desfavor das ambições e vaidades de políticos egoístas e sádicos.
Qualquer político perde credibilidade à luz da História quando sobrepõe os seus interesses pessoais acima do bem estar da população.
Um caso a observar com atenção está a passar-se no Zimbabwe e, em breve na África do Sul.
Abraço
A. João Soares
Amigo A. João Soares, gostaria de saber de que forma tem visto os actuais despedimentos a lume hoje pela comunicação social.
ResponderEliminarAbraço,
Magno.
P.S. Desculpe o abordar desta forma.
Caro Magno,
ResponderEliminarA sua pergunta surpreende-me, por dois motivos: não se relaciona directamente com o tema deste post, e porque não costumo prender-me com pormenores, mantendo-me na área dos conceitos, ou melhor, distanciando-me na estratosfera para ver o mundo sem me deixar influenciar por politiquices.
Penso que a sua pergunta se refere aos despedimentos nas empresas Delphi e Yazaqui Saltano.
Vou, por isso, procurar focar alguns aspectos:
1. Na óptica das empresas nada há a dizer, a sua finalidade é o lucro através da venda dos seus produtos e, por isso, reorganizam a produção, alteram a lista de produtos e a estratégia de gestão conforme a procura, etc.
2. Na óptica dos trabalhadores, é uma tragédia, principalmente quando a preparação técnica é de tal modo estreita que não lhes torna fácil a conversão noutro tipo de trabalho, e tornando difícil a obtenção de outro emprego.
3. Do ponto de vista sindical, deve haver a preocupação de obter o máximo de indemnizações aos trabalhadores despedidos, e, principalmente retirar conclusões que os levem a incrementar uma formação profissional mais ampla que permita aos técnicos uma rápida e eficaz adaptação a novo emprego. Está errado, perante as circunstâncias actuais, um trabalhador prever ficar toda a vida numa mesma empresa, sendo mais vantajoso ir saltando de uma para outra à procura de melhores remunerações e de novas experiências.
4. Do ponto de vista do Governo, há que rever o sistema de incentivos a empresas estrangeiras que acabam por nada perder com estas aventuras, pois a redução de impostos acaba por só lhes trazer benefícios sem obrigações.
Todas as pessoas têm necessidade de compreender quanto a globalização lhes pode ser prejudicial ou útil conforme ignorarem ou souberem como se defender e como aproveitar as oportunidades.
Um ponto a considerar é a necessidade urgente de o ENSINO se tornar mais prático de forma a formar técnicos competentes para em empresas especializadas merecerem bons ordenados e se tornarem imprescindíveis. Seria um óptimo sinal que essas empresas, ao deslocalizarem-se, levassem alguns técnicos portugueses por terem óptima qualidade.
Não sei se eram estes os aspectos em que desejava saber o meu ponto de vista, mas de qualquer forma, trata-se de um tema interessante e que merece meditação profunda.
Quais os seus pontos de vista sobre aquilo que escrevi e outros aspectos não abordados?
Um abraço
A. João Soares