domingo, 1 de março de 2009

Presidência Portuguesa da UE, Viçoso Caetano


PRESIDÊNCIA PORTUGUESA DA UE

Por cá na nossa Lisboa
Houve cimeira Africana.
Nunca vi tanto sacana
A conviver numa boa.

Abraços, beijos na boca
Numa afinidade louca
Nunca vi tanta harmonia
Quem diria, quem diria !

Magreb, Líbia e Guiné
Mauritânia, Tanzânia
E os camelos do Kadafi
São iguais aos do “jamais”.

Ao regressarem a casa
Voltou tudo à bordoada
E como é malta aprumada
Só dão a sua cacetada
E uma ou outra facada,

Em perfeita sintonia
Com aquela confraria
Que campeia no Quenía
Isto é que é Democracia !!!
E há quanto tempo a não via…

Também cá houve tratado
da´Europa dos 27.
2 e 7 nove nada
3 x 9 vinte e sete
Quem não pode não promete.
Mas é tudo só fachada !

Feito nas costas do Povo
Abre caminho à ETA
Abre caminho ao Kosovo
E já agora peço vénia
Abre caminho à Tche Tchénia
Bem nas barbas de Moskovo….

Mas Sócrates conseguiu
E já que foi feito em Lisboa
É bom que o tratado vá
P´rá Lisboa que o pariu….
Se isto é que é “porreiro pá”
Só mais tarde se verá….

Viçoso Caetano (O Poeta de Fornos de Algodres), Fev2008

NOTA: «Só mais tarde se verá...», diz muito bem. E como tudo o que nasce, morre, á preciso ter muito cuidado com a saúde das pessoas e das organizações. A história já conta coisas pouco edificantes, como os dinheiros que a CEE enviou para modernizar os equipamentos e a organização das indústrias e que foi esbanjado em fausto ostensivo de faz-de-conta e as empresas continuaram obsoletas sem capacidade de concorrer com as de ouros países, tendo a crise vindo dar-lhes a certidão de óbito.
Fraca gente a deste País que não haverá forte rei que consiga dar-lhe força e juízo. Quem devia pôr o tempero no cozinhado, procura governar-se à custa dos incautos.

4 comentários:

  1. Excelente!
    Valesse estes versos para aprumar quem lá anda
    e Portugal rimaria na senda de quem manda!

    Valessem estes versos, ouro, incenso e mirra,
    E a esta hora já não tinhamos o Magalhães a fazer birra!

    Valessem estes versos para acordar o povo,
    E já não estava lá sentado um velho vestido de novo!

    Descobriu o descoberto,
    este Sócrates imponente
    ditou leis cá para fora
    que deixou a todos descontentes

    Usa nó de gravata apertado
    Como se sofresse de desiquilibrios
    Houvesse alguem que lho puxasse
    Fazia um favor aos patricios!

    Vai embora, homem de mil histórias
    Vai para nos podermos esquecer
    De tudo o que nos fizeste
    Já não te podemos mais ver!

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  2. Cara Luía,
    Assim é que se comenta. Amor com amor se paga. Poesia com poesia se comenta!!!
    Estou certo que o meu amigo Viçoso Caetano, que não usa computador, irá aceitar o repto e agradecer em poesia musculada.
    Um abraço
    João Soares

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  3. Gostei muito do poema chicalheiro, um bom retrato, à portuguesa, das cimeiras onde se come e bebe do melhor enquanto os miseráveis continuam a morrer à míngua.
    Hipócritas nojentos!

    Um abraço.
    Jorge P.G.

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  4. Caro Jorge P.G.,
    Um estilo adequado ao tema!!! É uma excepção aos seus poemas aqui publicados em que, com a maior solenidade, defende o amor acrisolado à Pátria e aos seus heróis!
    Abraço
    João Soares

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