Mas, como há situações em que as mudanças são indispensáveis e inadiáveis, as convulsões só podem ser evitadas pelo Poder existente, sendo ele a conduzir democraticamente as reformas e alterações. Em vez daquilo que sucedeu na Líbia e está a acontecer na Síria, e colhendo os frutos da lição dali extraída, seria bom que os ocupantes das cadeiras do Poder colocassem de lado as suas arrogâncias, assumissem sentido Estado, contactassem com o seu povo para conhecerem os motivos de descontentamento, e iniciassem de forma progressiva e pacífica as alterações adequadas.
Já não estamos em época de aceitar a imposição de vontades iluminadas por entidades que se consideram de direito divino. É preciso descer ao terreno e governar com o povo e para o povo, em ambiente de diálogo e de negociação, com objectivos claros e patrióticos, embora vagos e flexíveis. Em vez da hostilidade prepotente, ao estilo Líbio e Sírio, será preferível congregar vontades conscientes e informadas de forma leal e sem subterfúgios, com abertura a sugestões, a iniciativas construtivas, a retoques de aperfeiçoamento, etc.
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