domingo, 28 de janeiro de 2007

PRESIDENTE DA ERC COM SUBSÍDIO A DOBRAR

Azeredo Lopes recebe subvenção de residência mas permanece apenas dois dias num hotel de Lisboa.

Azeredo Lopes compara a sua situação à de alguns deputados. Um despacho conjunto dos ministros das Finanças e dos Assuntos Parlamentares atribui um subsídio de residência ao presidente da ERC. Só que Azeredo Lopes continua a residir no Porto e só vem a Lisboa, em média, dois dias por semana. Tem carro da entidade e cobra os quilómetros pelas suas deslocações.Azeredo Lopes considera a situação "absolutamente regular". Contactado pelo EXPRESSO o professor da Universidade Católica do Porto justifica: "O subsídio é estritamente de residência e não é parcelado. O critério da lei é o da distância geográfica em relação ao local de trabalho. Passe ou não sete dias por semana, dois dias, ou um dia, o legislador entendeu que não podia estar a fazer contas para saber se num caso estava dois dias se noutro estava três".Sobre o facto de se fazer ressarcir da gasolina gasta nas viagens semanais entre Porto e Lisboa em viatura da ERC, Azeredo Lopes sustenta que "o subsídio de residência não cobre o custo da deslocação" e a utilização da viatura da ERC para uso pessoal resulta das "normas gerais aplicáveis a titulares de cargos equivalentes a gestores públicos".Questionado se não lhe parece paradoxal alguém receber um subsídio de residência e simultaneamente ser ressarcido do dinheiro de gasolina gasto semanalmente nas viagens entre o Porto e Lisboa, o presidente da ERC respondeu: "Teria que perceber porque é que vivendo no Porto não posso ir a casa da família e um colega meu que vive em Lisboa pode". Azeredo Lopes recorre, a título de exemplo, à situação dos deputados: "O caso do deputado que resida no Porto tem direito a um subsídio de residência ainda que, por razões de funcionamento do Parlamento e das funções que desempenha, não tem que estar em Lisboa toda a semana. O critério do legislador", neste como naquele caso, "é exactamente o mesmo".
Considera por isso não estar a "violar nenhum princípio legal ou ético".

NOTA: Este artigo foi sacado do blog «Democracia em Portugal» http://democraciaemportugal.blogspot.com/ com a esperança de que Tiago Carneiro não se melindre por aqui lhe darmos publicidade.
Ao Sr. Dr. Azeredo Lopes informamos que pode dispor deste espaço para deixar o seu comentário a fim de que os visitantes fiquem mais esclarecidos da sua versão da verdade. As suas razões merecem ser ouvidas desde que sejam expostas com cortesia e respeito por quem paga impostos que lhe permitem dar-se a estes «luxos», certamente legais, à luz das leis talhadas à medida dos interesses dos políticos e membros da oligarquia que, impunemente, consome os dinheiros públicos..

3 comentários:

contradicoes disse...

Vim agradecer-lhe e retribuir a visita, concordando inteiramente com o seu ponto de vista quanto à actuação da classe política. Aliás os factos são mais que demonstrativos dessa realidade. Mas a sociedade civil que está cada vez mais desmobilizada, não se organiza de molde a conseguir travar este indesejável rumo que o País está a levar. Gostei francamente do tipo de abordagem pelo que voltarei mais vezes. Um abraço do Raul

Mentiroso disse...

Não parece estranho. É apenas um caso entre todos os outros, inumeráveis, considerados normais em qualquer país sem pretensão a democracia, posto que a legislação – parida por abortos corruptos que pensam ter sido eleitos para satisfazer as suas ganâncias pessoais – tem sido orquestrada pelas oligarquias políticas apenas para os seus próprios fins. Toda a legislação ou qualquer género de portarias, directivas, etc., foi abertamente elaborada com o único propósito de estabelecer uma classe privilegiada à parte da cidadania, é inconstitucional e é ainda uma franca confissão pública de admissão de corrupção e de abuso, de legalização da impunidade. Pode-se ser mais claro? Alguém poderá pensar que tal legislação é para respeitar, ou mesmo ter a mínima consideração por ela?

A única circunstância que poderá provocar exclamações de admiração sobre estes acontecimentos é os carneiros embrutecidos continuarem a aceitar tudo isto e muito, muito mais, sem tampouco estrebucharem. Sinceramente, porque haveriam os corruptos de ser tão burros e passarem a proceder honestamente se tudo lhes é permitido e ainda se vota neles como sinal de inequívoca aprovação?

A. João Soares disse...

A sociedade está, realmente, adormecida, anestesiada e sem organização. Os blogs, embora sem esperança de resultados rápidos, têm um papel muito importante na tarefa de alertar as pessoas, estimulando-as a meditar sobre os vários aspectos da vida real.
Saquei este artigo do blog «Democracia em Portugal» porque achei que merece ser divulgado, para as pessoas melhor formarem o seu juízo a propósito da nossa «democracia»
Muito obrigado pela vossa visita e pelos comentários
A João Soares