quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quem «zela» pelos portugueses desprotegidos?

Os interesses de todos os portugueses devem ser defendidos pelos políticos eleitos democraticamente. Isto devia aplicar-se, com mais acuidade aos cidadãos mais desfavorecidos que carecem de poder de influência que lhes permita chamar a tenção para o seu estado de dificuldades. Mas os políticos, dada a forma da elaboração das listas em que se candidataram e dos motivos que os levaram a interessar-se pelo poder, não conhecem os problemas dos mais pobres e não encontram motivação para darem alguma prioridade à observação de tal situação. Na sua opinião, isso seria um investimento de tempo sem rentabilidade.

E desta forma, todas as decisões e todas as medidas ignoram a enorme fracção da população que é sempre desprezada e explorada em favor de uma minoria que absorve os recursos mais atraentes do País, e assim aumenta o fosso entre os mais ricos e os mais pobres, apesar de serem estes os mais numerosos.

Curiosamente, o líder do PSD mostrou prudência de, na véspera de audição com o PR sobre o OE para 2011, ouvir várias opiniões a fim de perceber qual a melhor solução para o Orçamento. Mas, como é característico da lógica dos nossos políticos, optou por ouvir os pareceres de notáveis economistas, ex-ministros e gestores com opiniões de teóricos, bem instalados na vida, totalmente afastados das pessoas mais sacrificadas e exploradas do país: classe média baixa, pobres, pedintes, famintos. Daí que qualquer solução que venha a ter vencimento irá beneficiar os mais bafejados pela fortuna material, da económica e financeira e reduzir a capacidade de sobrevivência aos «existencialistas»(os que, apesar de tudo, teimam em querer continuar a existir). Continuará assim a engordar-se o «Monstro», como lhe chamava Miguel Cadilhe.

Sobre este aspecto dis Manuel António Pina que «só num país de despudorados costumes é que ministros responsáveis, ao longo de décadas, pela engorda do Monstro, em vez de serem levados a tribunal como os seus colegas islandeses, aparecem a dar conselhos sobre a redução do défice a um boquiaberto líder da Oposição». E acrescenta que, citando «Pound, as opiniões são como os cheques: a sua validade depende da cobertura que tiverem. A crer na cobertura que dão às suas opiniões financeiras as passagens pelas Finanças de, por exemplo, Medina Carreira, Salgueiro ou Catroga, Passos Coelho ficou com muitos cheques carecas em mãos».

Querendo ouvir opiniões para obter uma visão mais completa do problema dos portugueses, admira que não tenha convocado Carvalho da Silva e João Proença, que são pessoas inteligentes, bem informadas, com uma experiência adquirida ao longo de décadas de funções em contacto com os problemas mais significativos da maioria dos portugueses e que poderiam fornecer elementos informativos muito esclarecedores e úteis para um político que queira conhecer as realidades das pessoas que mais necessitam de atenção e tomar as decisões mais sensatas e adequadas a uma boa justiça social.

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Faz falta o José Sócrates de 2005

Transcrição:

Sócrates
Povo. 29 09 2010 19.39H . Por HJoão César das Neves

Vamos imaginar que tínhamos um primeiro-ministro sério, responsável, dedicado aos problemas nacionais.

O que faria, se estivesse hoje no poder, qualquer um dos grandes chefes do Governo da nossa história? Podemos escolher entre vários, mas é razoável referir o mais recente.

Que diria, se hoje mandasse, o José Sócrates de 2005?

Com certeza não andaria a procurar desculpas, justificar o injustificável, esconder a dureza da realidade. Seguramente não dedicaria o tempo a ver-se ao espelho, jogar ping-pong com a Oposição ou inventar distracções.

Aquilo que faria seria uma solene declaração ao país, descrevendo sem rodeios a gravidade da emergência nacional, omitindo desculpas, recriminações ou embustes. Pediria a todos, da forma mais intensa e sincera, o maior empenhamento na sua solução. Em seguida anunciaria um pequeno conjunto de medidas profundas e eficazes.

Essas políticas são fáceis de descrever, porque estão tomadas em Espanha, Grécia, Itália, e descritas por especialistas todos os dias nos jornais. É só escolher.

A bomba atómica, que resolveria tudo instantaneamente, com custos elevados, era chamar o FMI. Isso daria credibilidade financeira imediata, havendo depois de cumprir a dieta.

Mas há ainda, por pouco tempo, certas alternativas, também duras: cortar salários e pensões, extinguir serviços, eliminar subsídios e benesses.

Se isto fosse feito com clareza, seriedade e justiça, o país compreenderia e, como aconteceu em 1977 e 1983, começaríamos o caminho da recuperação.

A falta que hoje faz José Sócrates!

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A gente foge para onde ?!

Transcrição de artigo datado de há quase 5 (cinco) meses, mas que mantém hoje especial actualidade, recebido por e-mail de um amigo.

Contra-mão
Por Joaquim Letria

SÓCRATES PARECE aqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário.

De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram. Ainda estão a despedirem-se, agradecidos, do Constâncio, e já deram a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.

Estamos bem entregues! Vão-nos servindo a sopa do Sidónio, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, andam pelo mundo fora sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé.

Quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB.

Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde?!

Publicado pelo autor no blog Sorumbático e no Jornal «24 horas» de 4 Mai 10

NOTA: Se o jornalista, há quase cinco meses, já traçava este retrato da situação, como se compreende que o Governo com dezenas de «inteligentes» e dedicados assessores, não tenha percebido o buraco em que nos estava a enterrar? E o próprio Presidente da República, com a sua categoria de catedrático de Economia e Finanças, não fez nenhuma «Comunicação ao País», a alertar para o mau rumo que estava a ser seguido e indicar duas ou três pistas para evitar o pior. É preciso compreender que, se indicasse uma pista, podia ter sido acusado de interferência no Governo mas, indicando mais do que uma deixando ao Governo escolher a melhor, estaria a desempenhar uma acção didáctica e de consultoria benéfica para os Portugueses.

Publicado pelo autor no blog
Sorumbático e no Jornal «24 horas» de 4 Mai 10

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sinais de agravamento da dívida

A crise gerada por incompetência dos responsáveis pela «gestão» do País, está para durar e o seu agravamento fica patente com o facto de os «Certificados do Tesouro a subscrever em Outubro vão pagar juros de 6,1 por cento», o nível mais elevado desde que o instrumento foi criado.

E é convicção generalizada nos cidadãos que os «Governos gastam mal mais de metade do dinheiro dos impostos», o que se baseia no facto de ficar muito caro aos portugueses sustentar uma obesa máquina do Estado pejada de inúmeros assessores e consultores inúteis, que em vez de evitarem e solucionarem a crise, a criaram e mantêm em crescente agravamento, com a dívida a aumentar e a ficar mais cara.

Os institutos, as empresas públicas e autárquicas e as fundações que nasceram e cresceram como cogumelos em tempo de Outono, para darem guarida a uma quantidade injustificável de «boys» pagos a preço de ouro, com prémios, carros de alto preço, cartões de crédito sem controlo e impunidade, apesar das dívidas que criam e que o Estado (nossos impostos) tem que suportar, continuam a ser um sugadouro insaciável de recursos financeiros. Apesar da crise, tem sido permitido, descontroladamente, que as «Empresas do Estado violam limites do PEC» não racionalizem a quantidade de quadros «superiores», os seus gastos, o funcionamento da estrutura com vista aos objectivos sociais e à simplicidade e economia, e as benesses dos gestores de topo.

E tudo isto acontece num país onde a Justiça passa ao lado dos políticos e seus cúmplices, coniventes e conluiados, ao contrário de Estados mais eticamente organizados em que a Justiça é igual para todos como, por exemplo, a Islândia onde o «Parlamento islandês processa primeiro-ministro que governava quando país faliu».

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Os pobres pagam a crise

As imagens mostram situações reais e, infelizmente, muito frequentes, mas os decisores políticos não fazem uma mínima ideia das condições de vida de uma grande parte da população, por efeito de uma crise causada por incompetência dos responsáveis pelos países.

Os eleitos não pensam nas pessoas, mas apenas em números estatísticos, e não se preocupam em reduzir o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Os conselheiros dos governantes padecem se igual patologia. Para mal da humanidade, isso passa-se a nível ONU, FMI, OCDE, UE, etc. O Conselho de Segurança da ONU é constituído por países ricos ou que se comportam como tal, o mesmo acontecendo com os grupos dos 20 e dos 8.

No Mundo não há representação dos 20 ou dos 8 países mais pobres, menos desenvolvidos. E, assim, a solução é sempre: os pobres que paguem a crise para que os ricos continuem a ser mais ricos.

Os detentores do Poder, geralmente «novos ricos» deslumbrados que pretendem entrar no top da fortuna mundial, alinham pelo princípio defendido pelos grandes empresários. Agora, a solução preconizada pela OCDE vem ao encontro daquilo que há pouco tempo foi defendido por Alexandre Soares dos Santos: defesa do aumento do IVA e redução do IRS e do IRC. Isto significa que se faz aumentar as receitas fiscais nos mais pobres, naqueles que, só fazendo despesas para sobreviver, terão de pagar mais caro o pão outros alimentos básicos indispensáveis.

O líder do PSD tomou a decisão de ouvir os pareceres de notáveis economistas e gestores a fim de perceber melhor a resolução para o Orçamento para 2011. Mas caiu, como é característico da lógica dos nossos políticos em ir buscar as opiniões de teóricos, bem instalados na vida, totalmente afastados das pessoas mais sacrificadas e exploradas do país: classe média baixa, pobres, pedintes, famintos, em que se integram aqueles que as imagens focam

Que esperar? Talvez um dia, todos esses desprotegidos e espoliados assumam o seu poder democrático, através do voto ou por outra forma, como recentemente aconteceu em Moçambique e façam valer a força do número de cabeças. Em Moçambique viram satisfeito o motivo da manifestação. Em Portugal a PSP, com uma simples ameaça de greve em data crítica, viram os seus problemas atendidos.

Vale mais prevenir do que remediar e, neste caso, prevenir significa dar prioridade às pessoas e às suas condições de vida.

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Garantias de ministérios !!!

Segundo o Diário de Notícias, dados divulgados ontem pelo Ministério da Educação (ME) revelam que, desde o início do ano lectivo, foram entregues 22 690 computadores Magalhães 2 (MG2). Este número representa apenas cerca de 9% dos 250 mil portáteis para alunos do 1.º e 2.º anos e professores, com entrega prevista para o início deste ano lectivo.

Ministério garante que até final de Dezembro deverão estar nas escolas as 250 mil unidades.

No entanto, o ministério prevê a entrega de mais 11 721 portáteis ao longo desta semana, e este ritmo, pelas contas do DN - tendo em conta os fins-de-semana, feriados e períodos de férias -, poderá implicar que o processo só esteja concluído em Março de 2011.

O quer é chocante é que o ministério da Educação não tenha mais cuidado com as palavras que utiliza, pois parece que, depois de tantas promessas por cumprir, o termo «GARANTIR» não tem credibilidade e deixa ficar mal vista a senhora ministra. Como podemos confiar nos governantes? Para quê «GARANTIREM» aquilo que é sabido não ser possível realizar? O Magalhães já tem uma triste história de garantias falaciosas, desde a Páscoa do ano passado.

Infelizmente, tais casos não são exclusivos do ministério da Educação!!!

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Ideias com visão de futuro

As palavras dos políticos com cargos de responsabilidade devem merecer a atenção dos cidadãos por servirem de alertas e sugestões para construir um amanhã menos preocupante do que o hoje. Para isso, devem inserir-se numa linha de pensamento coerente, numa estratégia clara e perceptível que ajude cada agente económico a planear o seu esforço de forma útil ao desenvolvimento próprio e do País.

Deve ter sido nesse sentido que Cavaco Silva pede “ideias com visão de futuro” para Portugal. Mas não é fácil descobrir qual é a ideia estratégica de Cavaco Silva, se a tem. Do que temos observado ao longo de dezenas de anos verificamos que costuma mostrar-se adepto da continuidade, sem mudanças, com tabus, com receios, com a exagerada preocupação de que é preciso mudar apenas quando há a certeza de ser para melhor.

Ora a inovação exige mudança permanente, ter ideias para o futuro será um inconformismo com o presente e a procura de novas soluções para os problemas. As «ideias com visão de futuro» são um objectivo desejado, correcto, porque a vida é feita de mudança, embora ponderada resultante de estudo bem conduzido.

Mas a incoerência com as ideias expressas anteriormente, a aversão à mudança e o seu apego a soluções provadamente desadaptadas ao presente, obsoletas, que conduziram à actual situação, dificulta a interpretação da linha de pensamento prospectivo de planeamento do PR.

Será conveniente que se apoie a criação de novas ideias, embora apenas se aproveitem as mais convenientes perante os condicionalismos existentes, a fim de as mudanças contribuírem para melhorar a vida dos cidadãos. «Para pior já basta assim». Este conceito ficou expresso no post que referia a notícia Cientistas concorrem com ideias inovadoras.

Serão bem vindas todas as «ideias com visão de futuro» e, principalmente todas as decisões bem preparadas com vista a um amamanhã risonho para os nossos descendentes.

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domingo, 26 de setembro de 2010

Resultados do ensino onde estão ???

Seria suposto que as melhorias mostradas pelas estatísticas acerca de engenheiros e doutorados correspondessem a melhores resultados na evolução da economia. Mas, pelos vistos, não é assim.

Apesar da ênfase verbal dada ao Plano Tecnológico, e de Portugal nunca ter tido «tantos recursos humanos e tão qualificados nas ciências e engenharias, a economia nacional não parece estar a ganhar com isso, antes pelo contrário, os resultados são de perda, a avaliar pelos últimos dados oficiais. Por exemplo, apesar de ter mais profissionais nestas áreas, o país exporta menos alta tecnologia e não consegue criar mais empresas de grande intensidade tecnológica e de conhecimento.»

Serão efeitos da lassidão do ensino em que se advoga a abolição de chumbos e de retenções, serão os acessos às Universidades a partir das Novas Oportunidades? Serão as cábulas utilizadas como testes de graduação? Poderá haver uma associação de causas variadas e interactivas. Haverá que estudar o problema equacioná-lo e encontrar soluções.

Ao mesmo tempo surge a notícia de que «Cientistas concorrem com ideias inovadoras». Mais de 120 jovens, autores 87 projectos feitos em equipa ou individualmente, em exposição no Museu da Electricidade em Lisboa, que abrangem uma multiplicidade de áreas e vão desde a ideia mais simples à muito elaborada, estão, até terça-feira, sob a mira dos jurados do Concurso Europeu de Jovens Cientistas. Eles terão de explicar os seus projectos sempre que um ou mais elementos do júri mostrem interesse. E esse pode ser um bom sinal.

Desenvolver novas ideias, apresentar inovações, criar novas tecnologias, é sempre sinal positivo promessa de vida mais fácil, produtiva, eficiente. Não importa que venham ou não a ser aplicadas na prática, mas certamente, muitas serão aproveitadas. No momento da criação, aplica-se o conceito « a asneira é livre!» como dizia José Manuel Betencourt Rodrigues, quando professor e na prática de decisor, em relação ao terceiro passo da «preparação da decisão» referido em Pensar antes de decidir.

Os jovens devem ser estimulados a inovar, mas têm que assumir a humildade de que nem todas as ideias serão aplicadas na prática de imediato e algumas poderão nunca o ser. Mas de entre elas aparecerão algumas que serão um presente dos deuses.

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dignidade e verdade exigida aos eleitos

Sr. Professor Teixeira dos Santos, lamento dizer-lhe que não acredito minimamente no ministro das Finanças quando disse no Parlamento que tomará as medidas indispensáveis para neutralizar factores de risco, e que fará o necessário para que o défice não ultrapasse os 7,3 por cento. Como compreendê-lo? Como acreditar em tal promessa? Se é capaz de controlar o défice, explique aos eleitores porque o não tem controlado? Porque deixou a crise tomar tais dimensões? Porque permite tantos gastos de ostentação de riqueza por parte de funcionários públicos e de institutos e empresas do Estado, como a quantidade de assessores e de consultorias, de carros (no Instituto da Água e não só), de mordomias (escandalosas quando comparadas por exemplo com os políticos ingleses)?

Mas dessas medidas já surgem sinais, constando que o Governo prepara terceiro aumento do IVA em cinco anos, o que confirma os receios de que viesse a ser atendido o recado do empresário Alexandre Soares dos Santos, quando defendeu a redução do IRS e IRC e o aumento do IVA. Parece a um leigo na matéria que o aumento do IRS e do IRS, proporcionais aos rendimentos, contribuiriam para a justiça social, com melhor distribuição da riqueza, enquanto o IVA afecta todos os cidadãos, mesmo os que apenas podem comprar um pão para matar a fome. Se a notícia vier a concretizar-se, fica a «sensação» ou certeza de que o Governo pensa mais nos detentores de grandes fortunas e empresas do que na maioria dos portugueses que são o mexilhão do dito popular.

Mas a sensação de desânimo não fica por aqui, pois o ministro adjunto diz que sem Orçamento aprovado não há Governo. É certo de que a crise mostra que não tem havido governo a não ser para permitir uma exagerada e crescente despesa pública e umas decisões mal pensadas que por vezes são de tal forma escandalosas que nem a habitual arrogância impede que haja recuos. Mas dependendo a aprovação do OE, de votos de outros partidos, haverá que negociar com eles as medidas a nele serem inseridas. E negociar significa fazer cedências, de parte a parte, e não querer impor autoritariamente soluções que o outro recusa. O bom entendimento é indispensável, como foi dito por Soares e por Cavaco.

Enfim, o desânimo e a desconfiança de tudo e de todos os ligados à política, são sintoma de patologia grave e não são favoráveis a uma recuperação rápida do País e entrada numa rota de vida normal, para felicidade dos portugueses mais desprotegidos e que mais esperam das entidades oficiais.

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Olhem por Portugal !!!

Todos concordamos que estamos em grave crise, que é preciso recuperar da grande queda da economia e do poder de compra da maioria dos cidadãos, que a pobreza tem alastrado de forma alarmante, que é indispensável um orçamento para que a estrutura do Estado possa funcionar em 2011, que para o OE ser aprovado é preciso haver entendimento entre os principais partidos políticos.

Já ninguém duvida da necessidade de tal entendimento, o PR pede que cheguem a acordo, o ex-PR Mário Soares pede entendimento pessoal entre dois líderes. Com efeito, para haver entendimento, não podem os dois continuar a fazer força, irredutíveis, mas, pelo contrário procurar pontos de entendimento e fazer cedências nos pontos em que estiverem afastados, para bem dos portugueses, para o futuro de Portugal.

Deixem de pensar nas suas posições nas sondagens e assumam as suas responsabilidades perante o eleitorado de colocar o interesse nacional acima de tudo o mais.

Se não se sobrepuserem às tricas partidárias, para melhor defender Potugal, só resta aos portugueses patriotas passar a votar em BRANCO, por não termos políticos interessados em Portugal mas apenas nos seus interesses pessoais e partidários.

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O povo que pague a crise !!!

Segundo o artigo «Partidos "esqueceram-se" de cortar despesas», «Jaime Gama e José Sócrates pediram redução de gastos nos seus gabinetes, mas ainda não há propostas.

Jaime Gama já relembrou o apelo que tinha sido feito. Duas semanas depois do primeiro apelo, o presidente da Assembleia da República voltou a insistir com as bancadas para que se elabore uma proposta que inclua, no corte de cinco por cento dos salários dos políticos, os membros do seu gabinete e do gabinete do primeiro-ministro. Da esquerda à direita, os partidos manifestaram ontem abertura para votar uma proposta de redução de vencimentos mais abrangente, mas durante duas semanas não apresentaram qualquer iniciativa nesse sentido.»

As boas medidas não passam de palavras na boca dos políticos, quando lhes restringem o despesismo das regalias e mordomias. Na sua «lúcida» mente reina o princípio «o povo que pague a crise». Não deixam de exigir que os contribuintes, mesmo que tenham apenas carências, suportem os encargos da crise gerada por incompetência e incapacidade de políticos desatentos ao fluir da vida nacional.

Onde está a ética, a moralidade, a dignidade dos eleitos? Ficou no tapete de entrada quando limparam a sola dos sapatos? Esquivam-se à concretização das palavras quando não lhes são favoráveis e procuram viver em nicho de excepção.

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O insólito da Justiça

Transcrição seguida de NOTA:

O conto do vigário
Jornal de Notícias. 22-09-2010. Por Manuel António Pina

A notícia ontem divulgada pela TSF de que "a polícia finlandesa está à procura de um vigarista identificado como tendo uma cara muito parecida com a de Durão Barroso e que enganou uma pessoa numa cidade a 70 quilómetros de Helsínquia" não mereceria por cá comentários não acontecesse, há uns anos, alguém com uma cara igualmente muito parecida com a do actual presidente da Comissão Europeia ter enganado milhares de pessoas numa cidade a 1600 quilómetros de Lisboa. Estava acompanhado de três indivíduos com caras muito parecidas com as de George W. Bush, Tony Blair e José Maria Aznar, todos tendo então impingido ao Mundo a existência de depósitos gigantescos de armas de destruição maciça no Iraque, usando isso como pretexto para a invasão daquele país e para uma guerra que ainda dura e causou já centenas de milhares de mortos.

Parece que o vigarista finlandês convenceu um transeunte "a comprar fatos e outra roupa de luxo que tinham sobrado de uma passagem de moda", ficando-lhe com 200 euros. Por isso tem a Polícia à perna.

Ninguém anda atrás dos quatro da Base das Lajes. Nem a sua consciência.


NOTA: O autor, com a sua conhecida ironia, toca num ponto que não é tão analisado como merece. A Justiça, por todo o mundo, castiga severamente pequenos delitos mas deixa impunes os crimes dos estadistas, por mais dramáticos que sejam. A bomba atómica no Japão, a destruição da Europa na II Guerra Mundial, e actualmente o Iraque e o Afeganistão, são crimes graves contra a humanidade, destruindo património cultural, histórico, arqueológico, e de utilização corrente e matando e estropiando número incontável de pessoas inocentes. Porquê? Para quê? Quem responde por isso?

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OE tem que ser a doer

A Verdade Orçamental
Por M. Pedroso Marques, publicado no blog Distraindo o Santo

O Orçamento para 2011 está a chegar aí. Tem de ser e vai ser a doer. Os cortes na despesa pública vão atingir, porque têm de atingir, valores que vão paralizar muitos serviços e extinguir outros, além de cortar muitos benefícios aos funcionários e pensionistas. Reduzir a despesa é isto.

Vamos é ver como o O. do Estado passa no parlamento. Os que apregoam a necessidade de redução da despesa vão ter que enfrentar hostilidade das classes de funcionários civis e políciais e os trabalhadores. Ao governo exige-se coragem política. Mas o nível de governabilidade do país é historicamente baixissimo. As oposições talvez se calem e deixem o barulho para as corporações funcionais e laborais.

PUBLICADA POR PEDROSO MARQUES EM 21-09-2010, no Distraindo o Santo.

NOTA: Espera-se que o corte nas despesas se traduza no emagrecimento da máquina governativa, que sofre de uma obesidade patológica em assessores, consultorias, carros e outras mordomias, que os contribuintes não podem continuar a sustentar. Saneada a máquina e eliminada toda a inutilidade, deve ser aberto caminho para que a governabilidade deixe de ser baixíssima como o texto refere.

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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mente deturpada da «elite»

As notícias dizem, de forma iniludível, que a crise é grave, que a injustiça social é aguda, que o fosso entre os mais ricos e os mais pobres é alarmante e socialmente muito perigoso, que a pobreza alastra, etc. Mas deparamos, a cada momento, com palavras balofas, sem poder de persuasão, por falta de conteúdo e por incoerência com o comportamento de quem as profere.

Há quem diga que
os tempos de hoje exigem "juízos claros" e "vontade firme", mas que mostra uma mente desarrumada com erros sucessivos e os respectivos custos apesar dos posteriores «recuos». Há quem defenda a Educação como “desígnio nacional”, que o Desemprego combate-se falando verdade, e que o povo tem que unir esforços para sair da crise. Palavras messianicamente correctas, oportunas, mas que não passam de vulgaridades irreais e ineficientes, por não terem bons exemplos como sustentáculo. Ouçam Frei Tomás mas não façam como ele faz.

Sobre o tema, o amigo FR, a quem agradeço a atenção, enviou-me a pista para este artigo que transcrevo, por ser muito elucidativo do irrealismo e da falta de coerência e de sinceridade dos opinadores, que, assim, demonstram uma total ignorância da vida da quase totalidade dos portugueses.

A vida dos outros
5 de Agosto de 2010. Por Daniel Oliveira (www.expresso.pt). Texto publicado na edição do Expresso de 31 de julho de 2010

Paulo Teixeira Pinto é autor de uma proposta de revisão constitucional que pretende liberalizar os despedimentos. Paulo Teixeira Pinto garantiu para si próprio, no BCP, uma indemnização de 10 milhões de euros e uma pensão anual de 500 mil até ao fim da vida.

Ernâni Lopes propôs a redução salarial dos funcionários públicos em 10, 20 ou 30 por cento. Sem explicações. A cru. Ernâni Lopes recebe, desde os 47 anos, uma reforma do Banco de Portugal.

Campos e Cunha defendeu a taxa fiscal plana, o que representaria uma perda fiscal significativa para o Estado e, já agora, o fim do papel redistributivo dos impostos. Campos e Cunha recebe, desde os 49 anos, com prejuízo para os contribuintes, uma reforma de oito mil euros por ter ocupado o cargo de vice-governador do Banco de Portugal por seis anos. Terá mesmo abandonado o Governo para não ter de deixar de a receber.

Não quero fazer um julgamento do carácter destas pessoas. Não é sequer a incoerência que me incomoda. Quem nunca foi incoerente que atire a primeira pedra. Não me interessa a caça às bruxas. Interessam-me os mecanismos que levam à insensibilidade social da nossa elite. Estas três pessoas não podem compreender os efeitos das propostas que apresentam. No mundo em que vivem a flexibilidade laboral só tem consequências positivas. Num país sem mobilidade social, o preço brutal do risco é-lhes desconhecido.

Da mesma forma, a sua relação com o Estado é de um enorme conforto. Conforto de que, estou seguro, se julgam merecedores. Nem vou discutir se são. Vamos partir do princípio que sim. O problema é que a imagem que têm do Estado, do funcionalismo público ou das relações laborais é a imagem que a sua própria experiência lhes devolve: um Estado generoso, um funcionalismo público cheio de privilégios e relações de trabalho com todas as garantias. E é esta imagem distorcida que lhes molda a opinião política. Podia, através da racionalidade que a política permite, não ser. Mas é.

Se as suas propostas fossem justas, nem o facto de quem as propõe ser incoerente faria com que elas fossem injustas. Acontece que as práticas de quem propõe, não dizendo nada sobre a justiça de cada proposta, dizem muito do contexto em que essas propostas aparecem. E o contexto é o de uma sociedade desigual nos sacrifícios e nas vantagens, precária e insegura para a maioria e garantista e blindada para uma minoria. O problema que aqui me interessa não é apenas ético, apesar da ética também contar. É social. É o de uma elite que vive num mundo à parte, com regras à parte, e é por isso incapaz de perceber a vida dos outros.

Poderiam ser ricos e perceber tudo isto. Poderiam ser pobres e não perceber nada disto. A vida está cheia destas incongruências e não sou dos que acham que alguém que defende a justiça social tem obrigação de levar uma vida espartana e que os pobres têm obrigação de ser socialistas. Mas julgando, como julgam, que os seus privilégios excepcionais resultam do mérito, não podiam deixar de julgar que as banais dificuldades dos outros resultam de desmérito. Quem vive confortável na injustiça nunca poderá compreender a sua insuportabilidade. Quem pensa que o privilégio é um direito nunca poderá deixar de pensar que a pobreza é um castigo.

Daniel Oliveira
Texto publicado na edição do Expresso de 31 de julho de 2010

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sabem que estão a «exagerar»

Gestores da REN ocultam salários

O presidente e os restantes administradores foram obrigados a fazer as declarações, mas solicitaram que as mesmas não fossem tornadas públicas.

Publicada por Manel em NRP CACINE.

Eles lá sabem porquê!!!
E a Justiça não actua?

Imagem do NRP Cacine

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Ter ou não ter «Solanum lycopersicum»

Transcrição seguida de NOTA:

Masculinidade e virilidade
Jornal de Notícias. 20-09-2010. Por Manuel António Pina

A crer no primeiro-ministro luxemburguês (e um primeiro-ministro luxemburguês está sempre no topo da lista de gente que merece crédito no que toca a bisbilhotices), a discussão entre Sarkozy e Durão Barroso sobre as deportações de ciganos em França terá sido "máscula e viril". A notícia trouxe-me à memória a síntese crítica que João Gaspar Simões um dia fez no DN sobre determinada obra literária: "Máscula e viril, sem deixar de ser realista".


Masculinidade e virilidade (palavras femininas, como judiciosamente observou Prévert) remetem, de facto, mais para o realismo mágico ou a literatura fantástica do que para o realismo puro e duro. Dir-se-iam, por isso, independentemente de eventuais divergências acerca de como "fazer a coisa", adequadas a classificar as diferenças ideológicas que haja entre Sarkozy e Barroso quanto a ciganos e indesejáveis em geral. O mesmo não se pode dizer da oposição do PS à condenação pela AR das deportações de ciganos. Sendo talvez "realista", foi tudo menos "máscula e viril", encaixando-se, sim, no concorridíssimo e previsível género parlamentar da cobardia política.

NOTA: «Cobardia», embora conceito ajustadamente aplicado, parece demasiado «másculo e viril» para os nossos políticos mansos, conformados, tolerantes, acomodados, usando a táctica muito divulgada do tabu e do ‘a bem dizer’. Há muita falta de «Solanum lycopersicum»!!!. Muitas vezes tal audsêm+ncia é camuflada por arrogância, abuso do poder, ou levantamento do braço à voz do pastor, como aconteceu na aprovação por unanimidade da «lei da rolha» no congresso do PSD ou na votação da lei de financiamento dos partidos na AR.

E desta maneira informe, plástica e moldável, em que não se nota sinal de coluna vertebral, se tem receio de rever seriamente a Constituição nascida em época tumultuosa e geneticamente doente, e se vai empurrando Portugal para o fim do mundo, para trás de pequenas repúblicas quase ignoradas.

Venha depressa o D. Sebastião!!!

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domingo, 19 de setembro de 2010

À procura de rumo pós-crise

A crise obriga a rever sistemas de governação, a fazer reformas, a limar arestas.
Na Suécia, em momento de eleições legislativas, "Os eleitores parecem valorizar mais um Governo competente do que a ideologia". A Suécia é conhecida por ser um país moderado e alguns analistas dizem que a economia parece estar a falar mais alto do que o Estado-providência.

Isto faz pensar na turbulência que por cá envolve a preparação de uma revisão constitucional e o receio do PR de que as mudanças não sejam para melhor. Por isso, convém pensar entes de decretar, tendo sempre como objectivo fundamental melhorar a vida dos portugueses, e consultar entendidos não comprometidos com os partidos porque «a POLÍTICA com maiúsculas é uma coisa tão séria que não deve ser deixada em exclusivo aos políticos

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Opção pelo défice para atrair eleitor

Transcrição de post, com os links convenientes ao direito de autor

O complexo Evita

O principal motivo de sobrevivência política de José Sócrates é que entre obrigação perante o País e a devoção ao eleitor, prefere sempre o eleitor. Além dos interesses que estão acima desta dicotomia. Então, entre o equilíbrio das contas e o despesismo da subsidio-dependência, o Governo opta pelo défice, pelo deslize da encosta do orçamento abaixo, até pelo pagamento de juros mais levados. De subsídio em subsídio até à bancarrota do Estado.

Sócrates sabe que a sobrevivência do seu Governo, com todos os casos e trapalhadas e desorientação deste final de semana, após a aceleração da subida dos juros das obrigações do Tesouro, depende da preferência política do eleitor (não do povo, mas do eleitor isolado). Eleitor que, sofrido nos seus compromissos financeiros, prefere,até ao incumprimento das prestações pelo primeiro-ministro (que até agora não lhes falhou!), alguém que lhe mantenha o subsídio, a pensão e o salário, acima do que sabe o País pode pagar, do que um governante que lhe diminua esses benefícios em nome da sustentabilidade do Estado. Essa preferência pelo eleitor pode ser denominada de complexo Evita.

Se a Espanha, e até a Grécia, mostram uma poupança face à despesa orçamentada, o Governo socialista português esconde os números porque os que tem são desagradáveis aos mercados financeiros que esperavam responsabilidade. E, como os devedores incumpridores que não pagam a prestação imposta pelo banco e depois, para espanto dos credores, afiançam pagar uma prestação ainda maior, para evitar a insolvência, assim faz o Governo que não foi fiel no pouco e promete ser fiel no muito. Quanto mais o Governo adia o corte na despesa, maior a redução da despesa tem de ser, para sossegar os mercados e instituições cada vez mais alarmadas com a deriva financeira do Governo socialista português.

Publicado por António Balbino Caldeira em Do Portugal Profundo em 18-09-2010.

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sábado, 18 de setembro de 2010

Mário Soares claro e oportuno

Mostrando querer resistir à eutanásia compulsiva, ao gosto de Almeida Santos, o ex Presidente da República brinda os portugueses com afirmações sensatas, convergentes com os interesses nacionais e oportunas, ao dizer que “é preciso haver cortes nas despesas” ao nível da administração central, regional e local, das regiões autónomas e dos vários órgãos de soberania.

“É preciso haver cortes e aí acho que o doutor Passos Coelho tem razão”, afirmou.

Na opinião de Mário Soares, Portugal “precisa é de cumprir aquilo a que se comprometeu no primeiro e no segundo Programa de Estabilidade e Crescimento”. “Há uma certa dificuldade em conseguir crédito, é natural e é por isso que temos mesmo de reduzir os nossos défices e o nosso endividamento externo”, concluiu.

Devemos ter apreço pela sua frontalidade e clareza num ponto candente da vida nacional, não se limitando a insinuações, tabus ou meias palavras, quando o «Risco atribuído à dívida de Portugal aproxima-se dos máximos históricos» e quando alastram os receios da vinda do FMI.

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Mais um troféu para Portugal

Para contrabalançar o desgosto depressivo que os nossos políticos, economistas e financeiros nos causam persistentemente, criando crises, em vez de as evitarem e sendo incapazes de as sanar, é com prazer que tomamos conhecimento de mais um prémio internacional muito significativo que foi atribuído a um nosso compatriota.

A notícia Investigador recebe prémio internacional diz que:

«O astrónomo português Nuno Cardoso Santos recebeu ontem, sexta-feira, na Arménia, o prémio internacional Viktor Ambartsumian, o segundo mais importante na astrofísica, que distingue investigadores por excepcionais contributos para a ciência.

O investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), recebeu o prémio no valor de 385 mil euros que irá dividir com os colegas de projecto, Michel Mayor, da Universidade de Genebra, e Garik Israelin, do Instituto de Astrofísica das Canárias.»


Felicitamos o Dr. Nuno Cardoso Santos e desejamos muitos outros êxitos na sua carreira.

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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O António, «de pequenino torceu o pepino»

Há dias um comentário no post «Jovem flautista com futuro prometedor» referia a dificuldade que um jovem filho de pobres não pode concretizar a sua vocação cultural e artística, desde que esta exija meios exteriores às escolas do Estado. E mesmo que os seus objectivos se enquadrem na estrutura concreta, o estímulo é praticamente inexistente, como refere Jorge Nogueira citado no post «Aluno português brilhou em competição no Japão», quando fala das dificuldades que teve de vencer.

Por acaso, ontem almocei com o amigo António, já aqui referido algumas vezes, e por saber das dificuldades com que se debateu, abordei com ele este tema. Embora tivesse nascido no início do ano, o pai no Outubro anterior a completar 7 anos, tentou matriculá-lo na primária, mas a professora recusou-se a abrir a excepção, mesmo tratando-se de poucos dias, e disse que apenas poderia entrar no ano seguinte. Foram 12 meses em que o pai, usando livros escolares emprestados por um vizinho, foi ensinando o António e quando este entrou na escola já sabia tanto como os da segunda classe.

Foi utilizado pela professora para ajudar os que sabiam menos, e assim continuou até ao fim da quarta classe, porque compreendia as coisas rapidamente e a professora servia-se dele como um auxiliar precioso, para ensinar as classes mais atrasadas, enquanto ela repisava com os da sua classe. Os pais, dadas as referências da professora às suas qualidades e gosto pelos livros, tencionavam matriculá-lo na Escola Comercial e Industrial da cidade, distante de seis quilómetros da sua casa, à semelhança de dois rapazes mais velhos, um e dois anos.

Mas a professora e o marido, também professor numa aldeia vizinha, pressionaram os pais a levá-lo para o liceu e que se estes não quisessem, seriam eles (professores) que lhe pagariam as despesas do primeiro ano e, depois, os pais que decidissem. O professor conhecia o António porque os alunos que estavam a preparar-se para os exames iam lá para casa fazer exercícios depois das aulas e ele observava como cada um se desempenhava das dificuldades.

Os pais, honrados e briosos, apesar das dificuldades de rendimentos, não aceitaram tal ajuda e decidiram seguir tais conselhos e suportar as despesas inerentes, com sacrifícios que podiam ter sido maiores do que se veio a concretizar. O António aceitou sem hesitar percorrer todos os dias a pé, os seis quilómetros de manhã e à tarde, evitando os custos de pensão na cidade. Nunca faltava e, pelo caminho, com chuva, neve, vento ou sol forte, ia recapitulando de cabeça as lições, e recebia todos os anos um diploma de assiduidade por nunca ter faltado ou sequer chegado atrasado. De manhã, procurava estar meia hora antes para cobrir qualquer pequeno atraso a que fosse obrigado.

Mas além da poupança em pensão, houve o incentivo escolar traduzido na isenção de propinas, devida às boas classificações, sempre no Quadro de Honra, em todos os anos e uma bolsa de Estudo no 6º ano, por no exame do 5º ter sido o melhor classificado de todos os examinandos. Uma parte da bolsa serviu para comprar uma bicicleta que facilitou as deslocações entre a casa e o liceu. Também teve apoio da Mocidade Portuguesa que lhe forneceu alguns livros de estudo, dos quais se orgulha de ainda ter e usar os dicionários de Português-Inglês e Inglês-Português.

Conta com orgulho que suportou bem a diferença de vida dele em relação aos colegas: enquanto perdia mais de uma hora em viagem à tarde para regressar a casa, os outros ou iam a explicações (ele nunca soube o que isso era) ou brincavam. Criou sentido da responsabilidade, qualidades de trabalho, capacidade para procurar vencer as dificuldades, sem subserviência a professores nem arrogância para os colegas, amigo de ajudar e ensinar os mais fracos, ao ponto de se ter arriscado como me contou e aqui referi em «Sorte a mais dá azar!».

E ao voltar a referir-se o caso da flautista e do comentário, ele disse que há dias um general que foi colega dele no liceu, lhe recordou que os dois eram os mais pobres do liceu, mas o pai do agora general tinha posses para o hospedar na cidade. Sem dúvida que as posses dos pais são um pilar importante, mas além disso é preciso vocação, dedicação ao estudo, com sentido das responsabilidades, boa organização e gestão do emprego do tempo e persistência no esforço.

Obrigado António por esta conversa muito interessante e espero que o teu sentido de humildade me desculpe ter aqui publicado este resumo, pouco, claro para não ser extenso.

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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pensar depois de decidir pouco abona

Há quase dois anos senti conveniência em publicar aqui uma metodologia de preparação das decisões aplicável a qualquer tipo de decisão, isto é, de escolha entre várias hipóteses de solução para os problemas a resolver. Resume-se em pensar antes de decidir.

Mas, infelizmente, há governantes que seguem o caminho inverso: DECIDEM e depois procuram «PENSAR» na medida em que o conseguem! Isto é o que nos levam a crer duas notícias das quais se transcreve a parte inicial:

Directores e autarcas vão ser ouvidos sobre agregações de escolas
Jornal de Notícias. 16-09-2010. Alexandra Inácio

As "comunidades locais" vão passar a ser ouvidas sobre o processo de fusão de agrupamentos. A garantia tem sido transmitida pela ministra da Educação aos directores escolares. Isabel Alçada assumiu que o processo não terá decorrido como o ministério "desejava". (…)

Ministério ainda não aprovou avaliação para directores
Jornal de Notícias. 16-09-2010. Alexandra Inácio

Os dirigentes escolares ainda não sabem como vão ser avaliados, uma vez que o Governo tarda a aprovar o diploma que define o processo. A avaliação docente é um dos temas abordados pela ministra nas reuniões com os directores, por ser uma das questões "que vai marcar o ano lectivo". (…)

O ensino pelo exemplo costuma ser considerado mais profícuo do que quando seja apenas teórico. Mas estes exemplos de recorrer ao diálogo para remediar erros é estranho, pois o diálogo e o esclarecimento mútuo em livre discussão, analisando todas as hipóteses para ser escolhida a melhor, dariam mais resultado e concederiam mais prestígio e eficiência aos decisores.

Quando a simplicidade é virtude, é lamentável que se veja a teimosa procura do caminho mais complicado, que exige mais esclarecimentos posteriores para clarificar o que nasceu torto e confuso, devido a decisões mal preparadas.

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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cuba e o fim de uma aventura

Cuba, a maior e a mais falada ilha da América Central, é um exemplo para o mundo quanto aos cuidados a ter na governação, em que se deve pensar mais no povo do que em caprichos e sonhos de grandeza dos dirigentes. Como diz Cavaco, ao mudar é preciso ter garantias de que se faz para melhor pois, como diz uma antiga canção «para pior já basta assim».

Como diz a notícia mais recente «Cuba falida despede 500 mil funcionários», o que não surpreende depois de há poucos dias ter vindo outra com o título significativo «Fidel Castro diz que modelo económico de Cuba não funciona nem para os cubanos» e outra com ela concordante «Fidel diz que modelo económico da ilha já não serve». Ambas estas alertavam para a necessidade de reformas a levar a cabo pelo irmão Raul Castro e para a conveniência de não lhes serem colocados entraves, «Fidel admite falhas para abrir espaço às reformas do irmão».

Durante 52 anos, desde fins de 1958, com aliás vinha sendo feito antes, o povo era utilizado pelos políticos como a relva dos estádios o é pelos jogadores de futebol, pisado sem contemplação. Isto é vulgar em povos culturalmente menos desenvolvidos. O que impera são as ideias, por vezes inteiramente desajustadas, dos políticos que, arrogantemente, tentam impor o seu poder contra todos os alertar de bom senso. Embora se fale de democracia, em que a soberania reside no povo, este é esquecido com a excepção dos momentos que antecedem a recolha de votos.

Será conveniente que os gestores dos Estados interiorizem que o que é bom para o povo deve ter prioridade sobre caprichos e inovações ilusórias, sem viabilidade sustentada. Os grandes erros pagam-se por preços, por vezes, incomportáveis com as possibilidades. A gestão pública exige sentido de Estado e sentido das responsabilidades e uma justiça eficiente, independente, isenta e igual para todos os cidadãos, independentemente das suas funções.

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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Jovem flautista com futuro prometedor

É com muito prazer que aqui se realça o êxito de mais uma jovem que se evidenciou no estrangeiro.

Adriana Ferreira, jovem de 19 anos, natural de Cabeceiras de Basto, venceu concurso para executantes de flauta, o Carl Nielsen Flute Competition, um conceituado concurso organizado na Dinamarca de quatro em quatro anos, mostrando que tem fôlego para sonhar.

"Aos seis pedi aos meus pais que me encontrassem professores de música porque queria mesmo aprender", recorda.

Começou pelo órgão e, aos 12 anos, com o sonho da música a fervilhar nos pensamentos, decidiu sair de Cabeceiras de Basto, e rumar a Santo Tirso, onde se inscreveu na Escola Profissional de Música e lá esteve até acabar o 12.º ano.

"Fui atrás do sonho. Já não sou de nenhuma terra, sou do Mundo, mas venho a Cabeceiras pelo menos uma vez por mês", afirma. O facto de ter nascido numa pequena terra obrigou-a a um esforço maior para atingir o patamar em que já está. "Sendo de uma terra pequena obriga a outros sacrifícios".

Vive em França desde 2008, onde frequenta o Conservatório Nacional de Música e o curso superior de Musicologia na Universidade de Sorbonne, Paris. "Tem sido excelente. O nível dos alunos e dos professores é muito bom e estou sempre a crescer com essa exigência".

A notoriedade de ter ganho todos os prémios a concurso não ofuscou Adriana, que dá um excelente exemplo de humildade, reconhecendo o caminho que ainda há que trilhar e o trabalho a desenvolver para sustentar uma carreira. "Tenho de continuar a trabalhar, estudar e aproveitar todos os concertos e contactos para desenvolver as minhas capacidades".

Parabéns Adriana. Desejamos-te um sucesso total, em cada momento, como agora ocorreu na Dinamarca .

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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Falta informação sobre empregabilidade ???

A notícia «Cursos com mais desemprego esgotam vagas», mostram que os candidatos ao ensino superior , seus familiares e amigos, desconhecem as realidades sobre o desemprego nas diversas ares do conhecimento, e enveredam por cursos com pouca capacidade de garantir emprego.

Parece insólito, demonstrando falta de conhecimento de métodos de preparar a decisão e a do curso a seguir é importante e exige procura de informação, de dados, exige que se pense antes de decidir. Ou será que o o valor dos subsídios de inserção ou de desemprego será tão compensador que se transforme em forma de vida e torne menos importante a escolha do curso a tirar, olhando para este apenas pelo aspecto da facilidade?

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domingo, 12 de setembro de 2010

Político arrogante abusa do cargo

Adjunto de Isaltino morde polícias
TVI24. Por: Redacção 12-09-2010 14: 45

Tudo começou com o reboque de um carro que estava estacionado numa passadeira

Ezequiel Lino, ex-presidente da Câmara de Sesimbra e actual adjunto de Isaltino Morais, é acusado de agredir e morder agentes da PSP numa discussão de trânsito.

Segundo o «Correio da Manhã», tudo começou porque o carro da filha do autarca foi rebocado por estar estacionado em cima de uma passadeira.

A filha de Ezequiel Lino foi a primeira a chegar ao posto da polícia em Oeiras para regularizar a situação. Mas ao saber do sucedido também o político entrou em cena e foi à PSP confrontar os agentes.

Chegou exaltado, insultou os agentes e agrediu dois polícias, um homem e uma mulher. Um deles teve mesmo de receber tratamento hospitalar

Ezequiel Lino foi detido e presente a tribunal no dia seguinte. Respondeu pelos crimes de resistência e coacção sobre agentes da autoridade e ficou com termo de identidade e residência.

A TVI tentou contactar a assessoria do ajunto da câmara mas até ao momento não foi possível obter mais esclarecimentos.

O político dirigiu os destinos da câmara de Sesimbra durante mais de 20 anos. É adjunto de Isaltino Morais. Está ligado ao pelouro da habitação, da Protecção Civil, Ambiente e Polícia Municipal.

Posted by Isabel Magalhães at 20:31no blog Oeiras Local
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O ovo de Colombo ou o Rei vai nu

Transcrição de artigo seguido de nota:

O que arde cura!
Jornal de Notícias. 12-09-2010. Por António Freitas Cruz

As televisões mostraram de raspão (quem sabe se envergonhadamente…) uma ideia que Miguel Cadilhe terá deixado cair algures por aí e que se poderá traduzir, salvo erro, mais ou menos assim: vale mais uma boa crise política do que um mau Orçamento. Ou seja, digo eu, o penoso deslizar para um pântano sem saída.

Não tenho competência para debater a proposição do prestigiado antigo ministro, mas aquilo a que chamarei, sem originalidade, o meu "feeling" diz-me que lhe assiste a razão.

Nunca se saberá o que seria melhor. Está totalmente fora de hipótese a concordância do presidente. Trata-se de um institucionalista inveterado, que defende o integral cumprimento dos mandatos e que, ainda por cima, se encontra à beira da sua própria reeleição: donde, estabilidade a qualquer preço, ainda que nos atire contra uma parede.

Quando Cavaco Silva ajudou a correr com um primeiro-ministro, deu-se mal com o fim da história. Se é certo ter conseguido que Jorge Sampaio despachasse a "má moeda", a verdade é que a "boa moeda" que lhe coube em sorte (e a nós também!) não era, afinal, assim tão boa. Por acaso, até era bem pior.

De modo que, com a irresponsabilidade própria de quem não tem poder, assim a modos que um bloquista ou um "pêcê" (ambos já sem a ditadura do proletariado), e beneficiando do estatuto ímpar da impertinência, eu apostava na crise política.
Afinal, o que arde - cura!

NOTA: Quando os raciocínios se prendem com pequenas coisas e os argumentos giram à volta do mesmo ponto, é impossível sair do labirinto, orientar-se na floresta. Haja quem grite «o Rei vai nu» !

Pelos vistos Cadilhe indicou a pista para sair do circuito fechado. O autor do artigo diz que tinha um «feeling» e seria correcto se os políticos institucionais não se prendessem a olhar para os interesses intestinos da luta pelo poder ou pela sua manutenção, esquecendo-se dos interesses nacionais.

O Orçamento, sendo bem preparado, a pensar em Portugal, poderá ter efeitos benéficos sobre o futuro dos portugueses nos próximos anos, ou até décadas. Por outro lado uma crise política traz perturbação e despesa nos próximos meses mas o País pode beneficiar se os portugueses souberem e quiserem escolher bons representantes, com capacidade para fazer uma gestão pública eticamente correcta.

Por isso deve ser dada prioridade à qualidade do Orçamento a aprovar, mesmo que isso tenha custos, de momento.

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Para acreditar na Justiça

Uma crítica positiva, construtiva, não se deve resumir a apontar o que está menos bem, mas a sugerir soluções, novas pistas. É o caso presente. As condições apresentadas, no artigo que se transcreve, para credibilizar a justiça, são pontos a inserir num bom guia (ou código ético) de procedimentos, um decálogo simples, não só dos agentes da Justiça mas também para uso de jornalistas e da sociedade em geral. Uma questão de civismo.

A justiça dos homens
Jornal de Notícias. 12-09-2010. Por A. Marinho Pinto

Há dois mil anos, na Palestina, um Nazareno inocente foi condenado à morte por uma multidão de pessoas fanatizadas naquele que é até hoje o mais famoso julgamento da história da humanidade. O que mais me impressiona nesse julgamento não é o facto de o arguido estar inocente, pois sempre houve e haverá inocentes condenados; também não é a brutalidade da sentença, pois a pena máxima sempre foi a preferida das multidões; não é sequer a certeza irracional da turba sobre a culpabilidade do acusado, pois todas as multidões (as massas, como dizem alguns) são sempre irracionais e só têm certezas (por mim fujo sempre delas, seja nos estádios de futebol, seja nas procissões políticas ou sindicais, seja nas manifestações públicas de qualquer religião).

O que ainda hoje me impressiona naquele julgamento é o facto de, então, ninguém ter erguido a voz para defender o arguido ou sequer para manifestar dúvidas sobre a sua culpa. Ele, que pouco tempo antes arrebatava multidões, ele que fora a esperança para milhares de seguidores, de repente, estava ali sozinho, sem defesa, perante uma multidão que, embriagada com as suas próprias certezas, ululava pela execução da sentença que ela própria proferira.

O próprio julgador, que tinha os poderes para impedir a injustiça, cedeu às suas exigências e, apesar das dúvidas que chegou a manifestar, optou por lavar as mãos e entregar o acusado aos justiceiros. E mesmo aqueles que o sabiam inocente, não foram capazes de um gesto em sua defesa. Todos, por medo, vergonha ou cobardia, se calaram. E até os seus seguidores mais próximos negaram que o conheciam. E tudo isso aconteceu, não pela inexorabilidade de um desígnio profético, mas porque os senhores do Templo queriam a sua condenação a todo o custo e trabalharam para isso, manipulando e intoxicando a opinião pública de então. Dessa forma conseguiram o duplo objectivo de fanatizar uma parte da sociedade e calar os que tinham dúvidas ou acreditavam na sua inocência do acusado.

Casos semelhantes surgiram aos milhões ao longo da história da humanidade e repetem-se ainda hoje um pouco por todo o mundo, sempre com a intolerância e o fanatismo a aniquilar o direito de defesa dos acusados. Desde os inocentes que arderam nas fogueiras da Inquisição até aos condenados dos processos de Moscovo ou de Praga, para já não falar nos decapitados ou fuzilados de todas as revoluções e contra-revoluções, todos foram vítimas daquelas certezas absolutas que fanatizam as pessoas, por vezes até as mais generosas.

Por isso eu só acredito na justiça dos homens quando ela é feita no respeito por princípios que a relativizam e lhe impõem, como regra fundamental, o respeito absoluto por todas as pessoas envolvidas.

Por isso eu só acredito na justiça quando os que a administram respeitam os direitos de defesa e não os tentam esvaziar com alegações espúrias de excessos de garantismo.

Por isso eu só acredito na justiça quando ela é feita no lugar próprio que são os tribunais, por magistrados e advogados independentes e não nos órgãos de comunicação social por justiceiros de ocasião ou em instâncias não soberanas.

Por isso eu só acredito na justiça quando ela aceita sem dramatismos que é preferível inocentar um culpado do que condenar um inocente.

Por isso eu só acredito na justiça quando, em todos os seus trâmites, ela respeita o princípio da presunção de inocência até ao momento em que um veredicto de culpabilidade se torne definitivo por já não poder ser objecto de recurso ordinário.

Por isso eu só acredito na justiça quando ela é feita não em nome das vítimas, mas sim em nome dos bens jurídicos ofendidos com o crime e para reafirmar solenemente a validade desses bens, sem cedências a qualquer fundamentalismo justiceiro.

Por isso eu só acredito na justiça quando, havendo lugar ao ressarcimento moral das vítimas, ele não se faça através da humilhação pública dos condenados, sejam eles quem forem.

Por isso eu só acredito na justiça quando ela procura a verdade dos factos através de provas produzidas no próprio processo com respeito pelo princípio do contraditório e não com a informação tendenciosa de órgãos de comunicação social.

Por mim sempre lutei por esses princípios e, seja como bastonário da OA, seja como advogado ou como simples cidadão, nunca deixarei de erguer a minha voz em protesto contra a sua violação.

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sábado, 11 de setembro de 2010

11 de Setembro

Dois momentos a recordar, neste dia: Em 1973 no Chile e em 2001 nos EUA.

Se a maior parte das pessoas se recorda da destruição das Torres Gémeas, são poucas as que têm memória do que aconteceu em 1973 no Chile em que foi assassinado o presidente eleito Salvador Allende, e bombardeando do Palácio de La Moneda como inicio do golpe militar que levou ao poder o ditador militar Pinochet, cujo regime resultou na morte de cerca de 30,000 pessoas e milhares de desaparecidos e torturados. pode ler aqui e
aqui.

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Explosão e incêndio em S. Francisco

É de lamentar os danos pessoais e materiais e a quantidade de pessoas lesadas por esta catástrofe.

Infelizmente, nos tempos mais recentes tem havido demasiados acidentes de graves consequências, o que coloca em evidência que a humanidade tem-se degradado nos aspectos humanos, de sensatez e lucidez, não acompanhando em precaução e sentido de segurança e de responsabilidade, os avanços tecnológicos que tem vindo a utilizar. Em vez de se ajustar aos riscos que a tecnologia acarreta e tomar as medidas de prevenção e segurança mais adequadas, acabou por se desmazelar a permitir que aconteçam acidentes de gravidade inusitada.

Esta degradação persistente foi abordada no post Segurança votada ao desprezo publicado há pouco mais de duas semanas. Hoje o homem parece estar mais desumano e desleixado do que no tempo do paleolítico, apesar de as tecnologias o colocarem num patamar materialmente mais elevado.

A vida não se resume ao dinheiro, ao consumismo, à ostentação, à arrogância, ao facilitismo, ao deixa andar. Há valores que têm que ser restaurados com urgência.

Podem ser visots textos e imagens aqui, aqui e aqui.

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Cuba precisa de reformas profundas

Um desabafo muito significativo que deve ser meditado. O título do artigo do Público, só por si diz muito.

Fidel Castro diz que modelo económico de Cuba não funciona nem para os cubanos
PÚBLICO 09-09-2010

Entrevista à revista norte-americana "The Atlantic"

O ex-Presidente cubano Fidel Castro, que seguiu à frente dos destinos da ilha durante quase 50 anos, admitiu que o modelo económico de Cuba “já não funciona”.

Já não funciona nem para nós”, afirmou numa entrevista com o jornalista norte-americano Jeffrey Goldberg, correspondente da revista “The Atlantic”, que conduziu ao longo do mês de Agosto em Havana uma série de conversas com o antigo líder da revolução cubana, tendo visitado a ilha a convite de Castro.

O antigo lider cubano quererá abrir espaço a reformas económicas e facilitar a vida ao irmão Raul, perante resistências de radicais.

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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Insanidade nacional ???

Há uns anos vivemos num ambiente de neblina sem nos podermos orientar pela sombra do Sol nem pela estrela Polar e até falta a bússola, por já não haver com que a comprar, dado o aumento dos impostos e do preço dos produtos essenciais, ao mesmo tempo que foram reduzidos apoios sociais e outros benefícios que, embora pequenos, minoravam a carência geral.

Tem razão o PR para aconselhar palavras de verdade, pois desde as promessas eleitorais de muitos milhares de empregos de que nunca mais se falou, às palavras optimistas mesmo depois de estarmos visivelmente em crise económica e financeira, as falsidades tendentes a criar ilusões insustentáveis de futuro melhor não param e surge agora o «Ministro da Economia diz que retoma é superior às expectativas do Governo».

Mas essas palavras esperançosas não convergem totalmente com o facto de que o «Estado volta a pagar mais juros para se endividar», de que os «Caminhos do Governo são “estreitos” para impedir subida do risco da dívida pública», de que o «Risco da dívida portuguesa atinge máximo de sempre», de que o «Risco da dívida portuguesa é o que mais sobe hoje».

Mas o que é muito mais grave é o sinal dado pela notícia de que as «Lojas que compram ouro usado duplicaram nos últimos dois anos», o que evidencia as graves carências sentidas pela maioria dos portugueses que se vêm na necessidade de se desfazer de património familiar, algum na posse da família há várias gerações, com um valor sentimental elevado, além do valor material. A duplicação de tais lojas é um sintoma ou uma prova da pobreza galopante que ataca a população distante dos centros de poder e que estão na mira dos exploradores das grandes empresas, como Soares dos Santos, que ignoram que teriam mais clientes e oportunidades de mais negócios e maiores lucros se à população mais pobre fosse dado algum poder de compra. Dessa forma, as empresas seriam mais favorecidas do que com a redução de IRS e IRC e aumento do IVA como defende.

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