domingo, 11 de março de 2007

COMER A CEREJA ATÉ AO CAROÇO

Tempo mágico...
De Jane Mary Abreu, recebido por e-mail do amigo João Sousa

Contei os meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma tijela de cerejas. As primeiras, ela chupou-as displicente, mas percebendo que faltam poucas, até rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabarolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando os seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projectos megalómanos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milénio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação", onde "tiramos factos a limpo".
Detesto fazer acareação de desafectos que lutaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou:
"as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".
O meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.
Quero a essência, a minha alma tem pressa...

Sem muitas cerejas na tijela, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir dos seus tropeções, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge da sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do Bem.
Caminhar perto de coisas e pessoas verdadeiras, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena.

Projecto: Bom Dia Coração
Participe dessa ideia, passe esta mensagem para a frente.
Nada neste mundo faz sentido se não tocamos o coração das pessoas. Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também pode crescer com os toques suaves na alma. janemaryabreu@yahoo.com.br

3 comentários:

Anónimo disse...

É isso: quando vimos que a vida vai avançando muito rapidamente passamos a gozar, a saborear melhor todos os momentos porque sabemos que já teremos poucos.

A. João Soares disse...

Cara Luisa,
Agradeço a visita e o comentário.
Nos tempos modernos a vida avança sempre muito depressa. Nunca sabemos quanto tempo ainda temos para usar o benefício de estarmos vivos. O stress estraga tudo, impede a felicidade, tal como a competitividade, a ambição, o desgosto de apenas termos o que temos.
Os conselhos deste post são úteis em qualquer momento. Só deixam de o ser quando se morre. Há que espremer todo o sumo da hora que vivemos. O AGORA é o único momento da vida que vale a pena. Se não formos felizes agora nunca o seremos. Porque nós só vivemos agora..., no presente do indicativo. Tudo acontece no presente, o mal ou o bem. Temos que em cada momento saber escolher o que preferimos. Amanhã será uma consequência do AGORA.
Abraço
A. João Soares

Anónimo disse...

Caro João Soares, mais um belo pensamento.

A paciência é outra...

O grau de exigência é outro.As ficções desmistificaram-se...

Pretendemos compreender e ser compreendidos. Amar e ser amados...

Enfim meu amigo não o tenho sentido pelo meu cantinho!

Abraços

Mário Relvas