Transcrição de post de igual título de Aqui Algodres
E mais que sabido, que nem toda a gente tem vontade nem capacidade para o ensino universitário, também esta mais que provado, que o ensino que presentemente se pratica nas escolas secundarias, esta vocacionado para todos quantos querem um curso universitário e, a todos quantos não o seguem, não lhes da praticamente formação profissional nenhuma.
Ora devido a muito mas decisões dos vários governos a seguir a revolução, uma grande parte dos licenciados dos politécnicos e universidades, saem deles sem um curso que lhes garanta um trabalho, (não emprego que isso e outra coisa) e acabam por desempenhar profissões, que não só não tem nada que ver com o curso que tiraram, como não auferem nelas salários compatíveis com os anos que passaram a estudar.
E por isso urgente investir noutros tipos de ensino, e nem e necessário "inventar a roda". Um desses diferentes ensinos e um já com provas mais que dadas, e é aquele que presentemente se pratica nas escolas profissionais, herdeiras daquele ensino que os da minha geração conheceram, praticado nas saudosas "Escolas Técnicas", mais tarde transformadas em "Comerciais e Industriais"!
Não e necessário irmos a outras regiões, para nos dar-mos conta da falta de profissionais em varias áreas: Pedreiros, canteiros, carpinteiros, marceneiros, electricistas, canalizadores, técnicos de frio e, isto para só me referir a área da construção. Hoje infelizmente as novas gerações, já nem sequer sabem nada, de horticultura, floricultura, fruticultura ou jardinagem!
Todas estas áreas que referi, mas poderia lembrar muitas mais, são rentáveis se os jovens que não tem vontade de seguir cursos universitários, as aprenderem, e se dedicarem a trabalhar nestas profissões formando pequenas empresas familiares.
Muitos dir-me-ão, que na área da construção por exemplo, já existem muitas empresas e algumas delas até sem trabalho, mas eu sei e, todos quantos necessitam de um profissional para pequenas reparações sabem muito bem; que quando procuramos um destes profissionais, temos que pedir por favor e mesmo assim poucos são os que se encontram e, quando se encontram vem tarde e a mas horas!
Quando eu vejo um problema normalmente encontro uma ou mais soluções, que poderão ser ou não boas, mas a falta de melhores ideias vejo algumas potencialidades e podem e devem ser exploradas, se quem governa os municípios quiser criar um verdadeiro desenvolvimento sustentável, para esta região desertificada de gente e de ideias.
Infelizmente ou não, este ano escolar já não abriu o Seminário de S. José em Fornos de Algodres, pelas razões mais que sabidas e, da forma em como vão as coisas nunca mais abrira, não só por falta de vocações mas porque a igreja delineou outro modelo de formação sacerdotal.
Então se temos este belo edifício educacional praticamente devoluto, por não criar nele e na quinta que o circunda, uma Escola Profissional ou ate uma extensão de outra já existente, como a de Trancoso nossa vizinha por exemplo?!
O governo tem-se fartado de apregoar, que as novas verbas do "QREN" ou lá como se diz, vão ser aplicadas em projectos de formação e que envolvam cooperação intermunicipal, então que estamos a espera para por a andar projectos que criam formação e trabalhos, para que as novas gerações não tenham que continuar a sina, que desde ha tempo demais tem sido a da gente da nossa Beira esquecida.
Vi um dia destes, uma reportagem sobre uma escola profissional criada no Minho entre os municípios de Amares, Terras do Bouro e Vila Verde, que rico exemplo de cooperação e sem guerrinhas intestinas. E com união entre vizinhos a tantos anos de costas voltadas, que se resolvem os problemas e não com projectos por vezes megalómanos ou missões de duvidosos resultados.
Provavelmente vão dizer-me que a Igreja Católica não está interessada em ceder o seminário, mas eu estou convicto de que se forem acautelados os seus interesses e se lhe for apresentado um projecto credível, a Igreja presentemente já se encontra com uma outra abertura! Não custa nada tentar não e?
por Al Cardoso
Natal (Escrito em 2006)
Há 24 minutos
5 comentários:
No fim..apenas uma licença. O mercado de trabalho separa o trigo do joio...
Abraço
Paulo
Bem haja pela divulgacao.
Saudacoes d'Algodres
Já falámos muito sobre isso amigo João Soares,noutro blog!
A culpa para além do governo e da sua falível e gasta política monocórdica,também os pais são culpados, pois todos dizem não haver empregos para tantos licenciados, mas inevestem na estupidez de os bacharelar ou licenciar para o desemprego!
A formação profissional e a criação do auto-emprego é uma solução boa!...
Abraços
MRelvas
Eu sou dos que tirei um curso profisional Curso de formação de serralheiro.
Não fui para o liceu porque o meu pai não tinha dinheiro para eu estudar em colégio particular.
Foi-me barrada a minha subida por todas as maneiras.
Fui Agente técnico, tentei ir para o instituto superior Tecnico e depois de ter acabado o curso de Electrotecnia e Maquinas era obrigado a ir para o primeiro ano. Tudo o que tinha estudado não servia para nada e ficava lada a lado com os miudos do 11 ano do liceu.
Um governo um País que trata assim o seu povo não tem futuro. O 25 de Abril abriu algumas portas mas com muito custo.
POrtanto ainda hoje é tirar o melhor possivel e depois se não tiver emprego que se tire qualquer coisa mais leve mas a formação superior já lá fica.
Somos um País de doutores da mula ruça, e vai levar ainda muitos anos a mudar
Caros Amigos e anónimo,
Não compreendo o anonimato, principalmente quando nada se diz que constitua risco.
Mas, no caso presente, o anónimo apresenta um caso concreto que evidencia valor, vontade de vencer através do trabalho, sem ter perdido ambição de ir mais longe. Hoje, parece haver mais apoio aos mais carentes de riqueza, mas noutros tempos era difícil subir a pulso e os que o conseguiram têm muito merecimento. Hoje o DN traz em editorial dados sobre Belmiro de Azevedo que nasceu em família pobre. O mesmo aconteceu com Salazar. No meu caso, se não tivesse, percorrido diariamente, a pé, os seis quilómetros entre a casa e o liceu, com chuva, vento, neve, frio ou calor, certamente não poderia estudar, pois o custo de uma pensão estava fora das possibilidades familiares. Tive sorte em não viver mais longe e em ter saúde capaz de fazer aquele percurso ao ponto de nunca ter faltado ou chegado atrasado, como provam os prémios de assiduidade em quase todos os anos.
O post que aqui transcrevo evidencia a necessidade de haver preparação para a vida prática, sem prejudicar os que têm gosto e capacidade para seguirem a vida académica até aos escalões mais altos. É preocupante que haja pouca gente com cerca de 20 anos sem saber utilizar uma chave de parafusos ou instalar uma tomada eléctrica. Nem todos os problemas práticos podem ser resolvidos com computadores.
Abraços
A. João Soares
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