quinta-feira, 8 de março de 2007

JOÃO JARDIM. 0 PODER DA CORAGEM

Alberto João Jardim, o poder da coragem
Recebido por e-mail de pessoa identificada

Alberto João Jardim demitiu-se de presidente do Governo Regional da Madeira. Este facto político mereceu da parte dos analistas um dos seguintes comportamentos: o silêncio ou a crítica. Apoio, nem um.

Mas, afinal, de que é culpado Alberto João Jardim?

É 'culpado' de a Madeira ter um dos melhores aeroportos de todos os territórios insulares. É 'culpado' de os que aí desembarcam conseguirem chegar ao centro do Funchal em dez minutos, quando antes era preciso mais de uma hora para fazer o mesmo percurso.
É 'culpado' de se chegar em poucos minutos ao Curral das Freiras ou a Porto Moniz, quando antes qualquer visitante do arquipélago precisava de quase um dia para fazer o mesmo percurso.
É 'culpado' de ter um sistema de Saúde que antecedeu a introdução em Portugal do paradigma de solidariedade social das democracias mais evoluídas. Matéria tanto mais significativa quanto, no Continente, assistimos à destruição quotidiana do nosso ainda incipiente Estado Social.
É 'culpado' de ter uma excelente rede escolar, apoio domiciliário universal aos idosos, acompanhamento alargado da primeira infância.
É 'culpado' de ter sensibilidade social, governando para o povo e contra os interesses dos senhores feudais do tempo da ditadura.
É'culpado' de, contrastando com a maioria da classe política pós-25 de Abril, viver na mesma casa onde vivia há trinta anos, ter o mesmo carro há mais de uma década, não se lhe conhecerem sinais exteriores de riqueza.
É 'culpado' de, também contra a corrente nacional, praticamente não ter tido casos judiciais a ensombrar a sua gestão de trinta anos.

Mas neste território de discussão alguns analistas preferem desvalorizar a obra e denegrir o homem. Para eles nada disso tem valor porque "foi feito à custa dos impostos dos continentais", de acordo com uma governação qualificada de "democraticamente deficitária". Contudo, são estes mesmos analistas que passam ao lado das diferenças abissais de desenvolvimento existentes entre o Litoral e o Interior continental, entre alguns, poucos, portugueses com nível de vida médio europeu e um País real que agoniza com mais de 20% da sua população a sobreviver no limiar da pobreza.

Os mesmos analistas que acham que o povo é inteligente quando na Madeira vota à esquerda, contrariando Jardim, como já aconteceu diversas vezes, nomeadamente em eleições presidenciais, e é estúpido e analfabeto quando apoia> esmagadoramente o presidente do Governo Regional. Jardim foi coerente. Foi eleito para executar um programa e, a meio do campeonato, viu alterarem-se unilateralmente as regras do jogo. Pede legitimamente uma nova legitimidade.

É uma lição e um exemplo que devia ser seguido. Principalmente por quem prometeu governar sem subir impostos, sem cercear direitos sociais, sem portajar Scut, sem aumentar o desemprego.

Luís Filipe Menezes, Político

2 comentários:

Anónimo disse...

Tudo isto não passa de uma encenação.
Presentemente, o Dr. A.J. Jardim, é o político português mais rodado e mais experiante. Não dá ponto sem nó. Só que sesta vez a ameaça de gritaria não surtiu efeito.
O verdadeiro problema, que nem a oposição madeirense refere por ser politicamente incorrecto (por meter futebol), é a construção do Estadio do Marítimo.
O "Povo Superior" tem uma grande aspiração: ter um estádio semelhante aos construídos durante o Euro 2004. Isto para lá de tudo o que favoreça o futebol ser considerado bom, mesmo que seja feito à custa de dinheiro sujo, e de favores do Estado devidamente camuflados (com dinheiro dos contribuintes).
Com os cortes orçamentais, que não são assim tão grandes, o Governo da Madeira fica de mãos atadas. Não porque lhe falte dinheiro, mas porque, se entrar com umas massas para o Estádio, deixava de ter argumentos para tanta gritaria. Perde a razão.

Anónimo disse...

Oh Deus meu!
O homem é pelo menos culpado de gostar de poncha e de ser um fulano bem disposto!
Em Portugal isso é um "quase crime".
Obrigado pela visita.