terça-feira, 24 de abril de 2007

Abril. Um livro para esclarecer

"Há ideias feitas sobre a revolução"
Isabel Teixeira da Mota
Entrevista historiadora que apresenta hoje o livro que pretende desconstruir mitos.

O período revolucionário continua envolto em muitas ideias feitas e controversas. A Esfera dos Livros pediu à historiadora Maria Inácia Rezola, com uma tese sobre o papel dos militares no 25 de Abril, para dar a conhecer a um público não académico este período da História. A autora aceitou o desafio e hoje é lançado em Lisboa o seu livro "25 de Abril, Mitos de Uma Revolução".

Jornal de Notícias - Não lhe parece um título ousado?

Maria Inácia Rezola - Este livro não pretende ser uma tese académica. O desafio que me foi lançado foi o de fazer uma síntese sobre a Revolução para dar a conhecer a um público não académico este período histórico.

Que não está muito familiarizado com a verdade histórica da Revolução. É isso?

Precisamente. Há ainda histórias por contar, factos não revelados e alguns episódios que ainda hoje geram profunda controvérsia.

Daí que não lhe choque falar em desconstruir mitos da Revolução.

Sim, há de facto algumas ideias feitas e pré-concebidas, por exemplo a visão da revolução como luta entre militares e civis ou o papel do MFA.

Quais são, se se pode dizer assim, esses mitos que pretende desfazer?

A Revolução como luta entre militares e civis; a institucionalização do MFA e o pacto MFA-Partidos; o V Governo Provisório e o perigo de sovietização do país; o 25 de Novembro. São pelo menos alguns assuntos que procurei destacar.

Falemos então do MFA. Que lugar teve, afinal, na transição?

É curioso que o início da legitimidade parte dos próprios partidos políticos, que usaram estratégias de "colagem" por se aperceberem da sua enorme fragilidade. Não se pode dizer, de facto, que foi a sociedade civil que garantiu a transição.

Foram os militares?

Não há dúvidas quanto à supremacia do poder militar sobre o civil - é um facto. O MFA alcançou um grande protagonismo na promoção da democracia pluralista, apesar das correntes que mais tarde vieram a fragilizá-lo.

Sobre o Movimento dos Capitães, o que há a dizer de novo?

A origem do movimento teve, em primeiro lugar, razões exclusivamente corporativas, e isso tem de ser salientado. Em segundo lugar, de prestígio militar, e só muito em terceiro lugar teve como motivação a guerra colonial. Basta ver com atenção a reunião de Cascais de 74.

Também dá largo destaque ao 25 de Novembro e pergunta "quantos existiram". Porquê?

O 25 de Novembro continua a ser um dos episódios com mais leituras divergentes. Não só os próprios protagonistas se sentiram ultrapassados pelos acontecimentos, como subsiste a polémica em torno de se saber se houve ou não uma tentativa de golpe de estado mais ou menos preparado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Enfim, caro João Soares,

efectivamente há o museu da Pide, de Cachias, do Aljube... porque não um museu numa casinha modesta a cair, mostrando que foi em Santa Comba que nasceu um Presidente do Conselho de Portugal?Que temem?O homem está enterrado em campa rasa e não sai de lá... penso eu!

Mas alguém se justifica do fardo pesado que aquele "morto" que esteve á frente da Nação e nunca se pirou com guita para off-shores, nem ilhas tropicais, deixou á democracia. Bem, isso é aquilo que ouvimos apenas há 33 anos!!

Cá para mim,também é culpa do Salazer, o Pina Moura ser um dos mosqueteiros
dos espanhóis, da ""IBERDROGA"" e da ""PRESA""...

"Biba" o "Banco Santtander" e o Iberista LINO!

Abraço

MRelvas

Agora que ninguém nos ouve:
- VIVA PORTUGAL Independente!! Sério, sem corrupção, sem compadrios...com formação, escolas, hospitais...