sábado, 6 de outubro de 2007

Corrupção. PR voltou ao assunto

Corrupção: Cavaco pede mais leis, PS diz que não

Susete Francisco

É preciso ir mais longe. Cavaco Silva voltou ontem ao tema do combate à corrupção para defender a necessidade de aprofundar um quadro legal que permita uma "maior transparência da vida pública".

No discurso evocativo do 5 de Outubro, o Presidente da República sublinhou as "múltiplas iniciativas" apresentadas no Parlamento para "aumentar a eficácia da luta contra a corrupção". Mas deixou claro que não chega: "Apelo a que os senhores deputados aprofundem o esforço já empreendido."

Para ler todo o artigo do Diário de Notícias, faça clique aqui.
Sobre este tema há muitos artigos neste blog. No entanto, parece que não faltarão oportunidades de voltar ao assunto, para infelicidade da generalidade dos portugueses.

10 comentários:

Henrik disse...

É preciso recordar que o tema da «verdade e política» não é nova..é complexa e é muitíssimo problemática..por exemplo aconselharia a leitura a jovens que pretendem seguir a política de um pequeno texto da autoria de Hannah Arendt intitulado precisamente: Verdade e Política, onde esse problema é posto com frontalidade, a saber: como lidar com a noção de verdade e a noção de política? a 1ª. assume que seja exposta enquanto que a 2ª. assume que sejam postos em prática jogos e interesses contrários à noção comum de verdade. Como lidar com a noção de que a política que joga não com a mentira mas com a omissão e a noção de que o dever do político - numa democracia - se exige perante a verdade? ainda é pouco discutida esta questão.

Amaral disse...

João
O PR falou deste tema, novamente, mas a maioria PS não ouve, pois tem os ouvidos cheios de cera. Já João Cravinho na "Visão" desta semana dá uma entrevista onde aborda este tema. Por que será que o projecto que ele apresentou na AR antes de ir embora não foi, ainda, aprovado?
Pois, pois...
Abraço

A. João Soares disse...

Henrik,
O tema é realmente complexo e merece uma análise profunda, com consulta de obras sérias. O conceito de Verdade e Política de Annah Arendt parece referir-se à «política» com p minúsculo, à normal actividade dos políticos, no esforço de conquistar o poder e de o manter. É a «porca política».
Na minha posição de sonhador, de utópico, prefiro olhar para a Política, com P maiúsculo, a ciência da governação. Gostava de imaginar um político como um bom gestor de uma grande empresa que tudo faz para que ela progrida e se bata com lealdade perante a concorrência.
Infelizmente, a realidade é, como diz, na política são «postos em prática jogos e interesses contrários à noção comum de verdade». E daí dizer-se que não convém arriscar comprar um carro usado a um político.
Um abraço

A. João Soares disse...

O projecto de cravinho não foi aproveitado, porque não convém aos políticos. Quem é corrupto passivo? Se a corrupção também é conhecida como tráfico de influências, só é corrupto quem tem poder de influência, isto é quem tem poder de decisão ou quem está perto dele. Logo, só os políticos e seus amigos podem vender influência.
Logo, se a corrupção desaparece, cessa uma rica fonte de enriquecimento. Por isso a deixam continuar.
Seria interessante saber qual a colocação dos ex-governantes. Quantas reformas acumuladas e de que valor, recebem, etc. E um favor pode não levar a receber dinheiro de imediato, mas pode receber em espécie, a atenção pode ser compensada com uma boa colocação na administração da empresa.
Nenhum está a viver mal.
Abraço e boa semana

Henrik disse...

A política com 'p' pequeno é o conjunto do que se irá fazer no P maior. Se não se educam os processos esses processos não chegam aos que realmente agem - ou deviam agir e portanto à Política de que fala. Quanto à inépcia leia o texto mais recente do meu blogue e repare como esses processos ridículos se alastram como viroses pela população. Um abraço.

A. João Soares disse...

Henrik,
Gostei do tema das mães assépticas que publicou no eu blog. Preparar a criança para ser adulto é ensiná-la a viver no mundo com tudo o que ele tem. O mal é realmente indesejável, pelo que temos que saber que existe, procurar evitar as situações dominadas por ele e melhorar as circunstâncias por forma a que ele se torne menos ofensivo. Mas nunca podemos ignorar que existe e temos que saber viver a seu lado.
Essas boas intenções das mães irão contribuir para criar grandes frustrações na vida dos filhos que não lhes serão benéficas.

O meu idealismo utópico, não me impede de observar a realidade e procurar compreender todos os actos de que tenho conhecimento. Embora não concorde com muita coisa que existe, interrogo-me sobre o porquê, sobre as causas que a originaram. Em vez de colocar um carimbo reprovador, interrogo-me porquê. O que levou a que isso tenha sido assim. Nesse aspecto sou muito realista e compreensivo.
Obrigado pelos seus comentários enriquecedores.

Um abraço

José António Borges da Rocha disse...

A minha convicção é que Portugal não é um País Corrupto, mas antes governado por um regime corruptível.

Muitas teses poderiam explicar a causa desta podridão vigente e por certo entre elas vingará a tese genética - isto é o nascimento do regime - ou seja o 25 de Abril que é visto como uma efeméride quando a cada dia que passa se descobre que foi um lamentável acto de corrupção: isto é Deram-nos a Liberdade a troco das Colónias.

E um regime assim nascido e criado n~~ao podia redundar em outra coisa senão naquilo que realmente é.

Em tudo o que se fala, ainda que jurisdicionalmente, apenas é "a guarda avançada", pois o "grosso da coluna" continua sob protecção corruptível...


Saudação amiga

A. João Soares disse...

Possivelmente será isso. «o "grosso da coluna" continua sob protecção corruptível...»
Oxalá no 1º de Novembro TODOS OS SANTOS nos ajudem a recuperar o rumo certo. É que já não basta a Nª Srª de Fátima nem o mais milagroso dos santos. Serão precisos todos. Veremos no dia 2 se Eles todos conseguiram o milagre!!!
Um abraço

Anónimo disse...

Que fazer nos dias de hoje perante a crise de valores que afecta a sociedade? Hoje mais do que nunca se nos depara esta pergunta. A sociedade é um circo onde o mediatismo e o falar "bem" sugere um boa prática, mas não é verdade. Encontramos hoje em quem está no cumprimento de tarefas "públicas", um palavreado quase circense. Fala-se muito, mas pouco se faz devidamente. Quem pugna pela verdade, quem luta por direitos, quem denuncia civicamente actos dúbios é apelidado de contra e logo é taxado com algum partido, ou opção de vida menos clara, ou saudável. Tudo tem que ser unânime em bênção de uma política selvagem que nos traz constantemente interrogações sobre a conduta dos "servidores públicos".

Quem diz de sua justiça, imbuído de boas intenções, tentando contribuir para a melhoria do grupo/sociedade é visto como um ser amaldiçoado e atiçam-lhes os "cães", pagos com o nosso contributo fiscal. Tudo isto para vos dizer que não claudicarei, que não pararei de ao abrigo desta Constituição da República, "por enquanto", em elevar a minha voz incómoda para os incapazes e facilitistas, mas de esperança para quem vê frustrados os seus Direitos Constitucionais e Humanos.

Portugal vai mal. Caminha sem sentido. Só uns iluminados discordam.Temos que lhes trazer a luz caros amigos ou nem por isso, contem com a minha voz na Defesa dos Direitos das pessoas Diferentes. Quem algum dia pensou que me podia comprar, já há muito que sentiu desânimo e até se calhar terá problemas depressivos. Felizmente não somos todos iguais e uma coisa que aprendi ao longo da vida, é que devemos ser felizes com aquilo que temos e andar de cabeça bem levantada.

Assim continuarei enquanto Deus me der forças, neste país de iluminados agnósticos ou maçónicos que gostaria de respeitar, se eles respeitassem as opções dos outros.

A. João Soares disse...

Caro Mário Relvas,
Que lindo texto o deste comentário. Merece honras de post. Sugiro que o coloque no Aromas.
Abraço