domingo, 30 de dezembro de 2007

Diferença e liberdade individual

Não se preocupem com os pensamentos dos outros; preocupem-se com os vossos pensamentos. São as vossas ideias que condicionam a vossa vida. Não quer dizer que elas tenham de ser originais, mas têm que ser conscientemente aceites e adoptadas por vós.

O maior mal do nosso País deriva de a maior parte das pessoas não pensar e esperar que os outros pensem por ela. Com efeito, cada um tem uma responsabilidade inalienável, tem que pensar e decidir, por si, sobre múltiplos aspectos da sua própria vida e da sociedade a que pertence.

Porém, os perigos espreitam a cada passo, porque passividade, o conformismo, o comodismo da grande maioria, corre o risco de ser explorado por uns quantos que se consideram detentores únicos da verdade e do bom senso indiscutíveis e pretendem impor-se aos outros. Procuram a massificação das mentes, usando a acção psicológica e a lavagem ao cérebro, mesmo que disso pouco compreendam, a que os mais débeis de espírito podem acabar por sucumbir. Não aceitam nem toleram a diferença e hostilizam com a maior desfaçatez qualquer visão dos factos que não coincida com a deles.

Não interessa em que sector social se localizem, porque em qualquer ponto onde pisem são socialmente perigosos. Temos que estar atentos e o mais esclarecidos possível, porque alguns não se evidenciam facilmente, cobrindo-se com uma capa de tolerantes, compreensivos, generosos e apoiantes dos diferentes. Mas apenas o são para algumas diferenças, sendo irredutíveis carrascos para quem tenha uma forma diferente de ver o mundo e de considerar todo o ser humano como pessoa, com igualdade de deveres e de direitos. A melhor defesa é estarmos esclarecidos e sabermos pensar pela nossa própria cabeça sem cairmos em qualquer conto de vigário vendido por vendedores de banha de cobra.

4 comentários:

Paula Raposo disse...

Subscrevo...

A. João Soares disse...

Bem hajas Paula,
Eu sabia que estes pensamentos nascidos num momento de ócio, iriam ao encontro da filosofia que nos transmites nos teus lindos versos, quer em «As minhas Romãs» quer em as «Páginas da Paula».
Continua em 2008 no caminho que tens trilhado nos dois blogs e serás feliz. Desejo também os maiores êxitos ao Bruno. Apesar dos ardores e ímpetos da sua juventude, tem qualidades para ter muito êxito e ser feliz.
Abraço com os melhores votos
João

Anónimo disse...

Nunca pretendi, nem pretendo magoar alguém. Talvez por isso seja sensível a algumas coisas que já esqueci. Feliz ano de 2008!

Não o conheço, mas habituei-me a respeitar este canto e a pessoa que imagino estar por detrás...

Talvez um dia, este ano, tenhamos oportunidade de nos conhecermos, se é que não nos conhecemos!

Até sempre!

A. João Soares disse...

Penso que um blog não serve para tratar de assuntos pessoais bilaterais que não interessa serem divulgados ao mundo inteiro. Para os assuntos privados existem outros meios de comunicação, como o e-mail e outros tradicionais.
O blog é uma forma perfeita para comunicar e trocar ideias sobre temas de interesse geral. Dessa troca de ideias, em termos urbanos, respeitadores «do outro», consegue-se um entendimento mais alargado e profundo do tema, que sai mais enriquecido, com vistas de vários ângulos, porque em geral tudo na vida tem várias dimensões, não se limitando a um simples desenho ou pintura numa tela plana.
Para esse desiderato, deve-se aceitar a diferença de opiniões, de crenças, sejam clubísticas, políticas ou religiosas. De ideias vindas de quadrantes diferentes, opostos, podemos tirar boas lições para vida.
E as ideias têm mais valor do que as feições físicas, sexo ou etnia de quem as emite. Por isto, não me preocupa saber se os meus comentadores são gordos ou magros, de cor mais ou menos escura, morenos ou loiros. O conhecimento pessoal directo pode ocorrer, mas não é essencial. O que aqui interessa é a ideia e a forma educada como ela é traduzida em palavras.
Será bom que 2008 seja um amo de solidariedade, de inserção, com permanente espírito de Natal, respeitando cada pessoa, com todas as suas virtudes e defeitos. Cada pessoa deve ser considerada igual às outras e avaliada apenas pela forma como pensa e como emite as suas próprias ideias.
Cumprimentos