terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Os imponderáveis da Paz e a guerra

A paz é uma situação muito instável, porque os poderosos podem «brincar» com os seus armamentos e exércitos e colocar um país ou uma região ou mesmo o mundo em polvorosa sem se saber bem porquê. Grande número de pessoas perde a vida ou fica estropiada sem ter qualquer culpa do estado de loucura que afectou cérebros movidos por interesses não confessados. Haveres destruídos, obras de arte, com valor histórico e arqueológico desaparecidas apenas porque um indivíduo irado e precipitado não merecia ter à sua disposição tanto poder demolidor.

Há dias vi a notícia de que «Ben Laden exige a europeus que deixem o Afeganistão». A televisão Al-Jazeera transmitiu uma cassete áudio do chefe da Al-Qaeda dirigida aos europeus em que este exige o fim das operações militares no Afeganistão, e iliba o povo afegão de qualquer responsabilidade nos atentados nos Estados Unidos em 11 de Setembro de 2001.

Segundo ele, "a América obstinou-se em invadir o Afeganistão; a Europa seguiu-lhe os passos". E apela "Convém que peçam aos vossos dirigentes, que se acotovelam diante da Casa Branca, que actuem de forma consequente para acabar com a injustiça imposta aos oprimidos."

Confessa: "a verdade é que os acontecimentos de Manhattan (Nova Iorque) foram a resposta aos massacres pela aliança americano-israelita do nosso povo na Palestina e no Líbano. Sou o responsável. Todos os afegãos, governo e povo, não tiveram qualquer conhecimento [disso]."

E acusou também os países que participam na guerra no Afeganistão de visarem "as mulheres, as crianças e os civis", não respeitando a "ética da guerra". E acrescentou "o avançado americano está prestes a perder terreno. Vão partir."

Isto faz-nos pensar nos objectivos e nos resultados das operações militares no estrangeiro. O que melhorou na vida do povo afegão? Quais os verdadeiros resultados para a felicidade das populações obtidos com a presença dos militares? E no Iraque? Que respostas lógicas e verdadeiras serão dadas a estas perguntas? O mesmo para o Kosovo e a Sérvia? Depois de tantas destruições de vidas e haveres, resultou algum benefício para alguém, além dos fabricantes de armamento? E queriam agora iniciar outro crime semelhante no Irão com base em mentiras pois hoje sabe-se que já desistiram há quatro anos de construir armas nucleares.

Seria mais interessante, humano e moral desenvolver o diálogo a fim de se implementar um bom entendimento, abolir a desconfiança e criar um ambiente de harmonia e colaboração para benefício de todos, principalmente dos mais carecidos. A verdade é que, em caso de conflito, são sempre os mais desprotegidos que acabam por sofrer mais e verem a sua miséria acrescida.

4 comentários:

Ana M. disse...

São sempre os inocentes quem mais sofre em qualquer conflito.
É olhar para o Darfur.
Quanto ao Bin Laden é um pouco a imagem do provérbio «diz o roto ao nu, porque não te vestes tu?»

Abraço

A. João Soares disse...

Cara Sininho,
Aparecem no Mundo indivíduos que se consideram donos de tudo, juizes infalíveis, e esforçam-se por impor as suas opiniões na sua quinta. Nesta data, há o Bush, o Bin Laden, o Chávez, o Putin,o Musharraf, o Mugabe. Uns consideram que o quintal fica dentro da fronteira do seu País, outros pensam que o quintal é todo o mundo.
E os pobres mortais que se tramem!!!
Um abraço

Anónimo disse...

As guerras são sempre impostas por alguém.

Disse-o e escrevi-o desde o início: esta guerra seria um 2º Vietname. Deixará mazelas nos EUA como a outra.Marcará a geração de militares e suas famílias que por lá estão e passaram.

E como sempre afirmei, partirão, sem resultados...para lá da morte do Saddam.

Alguém entende como é que os serviços secretos de todo o mundo não consiga saber o paradeiro de um Bin Laden?

Ridículo.
Recordo a conhecida frase do "gordo" Jô Soares:
"Só contaram pra você"!

Abraço

A. João Soares disse...

Caro Mário Relvas,
Quanto aos maus resultados para os militares americanos e para a América em geral, é problema deles que têm de estar sujeitos aos caprichos, às más decisões, dos seus governantes.
O que considero grave é que essas más decisões tenham arrasado as riquezas materiais, artísticas e históricas do Iraque, além das inúmeras vítimas inocentes. Mais valia aos iraquianos continuar sob a pata de Saddam Hussein.
Um abraço