quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Arquivado processo contra «blogger» Caldeira

Arquivada queixa-crime de Sócrates

O Ministério Público mandou arquivar a queixa-crime por difamação apresentada, em Junho do ano passado, por José Sócrates contra o "blogger" António Balbino Caldeira, devido a um conjunto de textos que escreveu sobre a licenciatura do primeiro-ministro em Engenharia Civil na Universidade Independente (UNI).

Recorde-se que o professor do Instituto Politécnico de Santarém, autor do blogue "Do Portugal Profundo", foi o primeiro a levantar o véu sobre o caso do diploma do primeiro-ministro, que encheu de polémica a Primavera do ano passado. Segundo o próprio escreve no seu blogue, o despacho de arquivamento, que recebeu ontem e com data de sexta-feira passada, terá sido assinado pelas procuradoras-gerais adjuntas Maria Cândida Almeida (directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal) e Carla Dias.

"O Ministério Público arquivou e mandou notificar o cidadão José Sócrates e primeiro-ministro para deduzir, se o entendesse, no prazo indicado, acusação particular. José Sócrates não deduziu acusação particular contra mim e o Ministério Público determinou o arquivamento dos autos", revela António Balbino Caldeira.

O processo contra o professor tem, assim, o mesmo desfecho do que o inquérito levantado pela Procuradoria-Geral da República ao caso da licenciatura de Sócrates, arquivado em Agosto passado, por não se ter verificado a prática de crime de falsificação de documento.

Caldeira, que chegou a acusar o primeiro-ministro de "falta de coragem", devido ao processo-crime", dedica o "veredicto" de sexta-feira especialmente àqueles "que sofreram acusações e perseguições pelo que escrevem".
(Do Jornal de Notícias)

4 comentários:

Amaral disse...

João
Hoy me gustaria mucho comentar esta noticia en la lingua de Cervantes.
Pois qué como lo a ficado probado el caso se dá por encerrado. Por qué el Primero no recorrió? No lo sabemos, peró como dicem nuestros hermanos (duenos de nuestra Olivença) "no credo que hay brujas, pero que las hay las hay".
Abraço

A. João Soares disse...

Caro Amaral, o poliglota
Daqui tiram-se três conclusões:
1. Nem sempre os tribunais estão subservientes aos governantes.
2. Outra é que a blogosfera tem muito poder, desde que se tenha o cuidado de não exorbitar.
3. O caso da tal «espécie de licenciatura» no ensino para adultos não era tão clara e linear como queriam fazer crer. Foi um dos muitos aspectos da gratidão que circunda o fenómeno do tráfico de influências ou da troca de favores e atenções. A gratidão é um sentimento muito interessante, não é?
Abraço

Paula Raposo disse...

Às vezes a justiça funciona. Pena que não seja noutros casos, também.

A. João Soares disse...

Cara Paula,
Desta vez a justiça mereceu o nome. Mas muitas vezes em casos de colarinhos brancos, não merece ser chamada justiça!
Beijos
João