Nós, portugueses, temos uma grande apetência, talvez doentia, para criticar tudo e todos, mesmo sem bem percebermos os condicionalismos da situação objecto da crítica. Seria bem melhor que fizéssemos críticas sensatas e sugerindo, sempre que possível, uma pista que nos parecesse adequada à solução. E que estivéssemos disponíveis para elogiar algo que pareça sobressair pela sensatez.
Ontem o ministro das Finanças, segundo notícia do JN, recusou ceder às reivindicações dos taxistas, que exigem, entre outras medidas, a inclusão de uma verba no Orçamento de Estado de 2009 para o uso de gasóleo profissional pelos táxis. Foi claro ao afirmar "não vejo porque é que todos os contribuintes têm de subsidiar uma actividade em particular". Além de uma actividade particular ela é utilizada por particulares que devem pagar o preço justo que cubra os respectivos custos. O governo deverá controlar se esses preços são justos e evitar especulações. Mas não seria justo, como disse o ministro, que os utentes dos táxis fossem beneficiados à custa dos impostos que todos pagam, mesmo os do interior ou os citadinos que usam transportes públicos colectivos mais baratos.
O ministro esclareceu que os prejudicados pela crise devem pensar em alternativas, em soluções menos custosas, aguçando a sua capacidade de inovação. Realmente, é nas situações de crise que se envereda por alternativas mais favoráveis às economias caseiras e empresariais.
Merece aplauso esta posição e a explicação dada pelo ministro. O povo aceita reformas e alterações estruturais se lhes forem explicadas de forma convincente. Muitos recuos do antigo ministro da Saúde teriam sido evitados se a decisão tivesse sido participada pelos utentes e se fosse devidamente explicada. O povo é sereno e até já aceitou dispensar o décimo terceiro mês para aliviar as finanças do Estado, poucos anos após a revolução. Não é difícil. Só é preciso explicar os porquês! E esse exercício até tem a vantagem de pôr de lado muitos projectos, de que não são claros os porquês!
sábado, 17 de maio de 2008
Ministro merece elogio !
Posted by A. João Soares at 21:50
Labels: ministro merece elogio, subsídio aos taxis
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6 comentários:
Olá Amigo João,
Porque a Amizade é especial para mim, venho trazer-te um beijo amigo e fraterno.
Bom Fim de Semana,
Maria Faia
Maria Faia,
A Amizade não se agradece, retribui-se. Devemos aproveitar a Internet para criar laços de amizade na troca franca e aberta de ideias, e não termos receio de transmitir sentimentos positivos que melhorem a humanidade. Se alimentarmos a amizade ela florescerá e o Mundo tornar-se-á melhor.
Beijos
A. João Soares
Sinceramente não entendo como uma actividade com fins lucrativos privados possa ser beneficiada com dinheiros publicos. Infelizmente há uma grande tendencia nacional para que ideias deste tipo prosperem sem serem combatida... Também li esta actitude do ministro que congratulo.
Um abraço
António Delgado
Caro António Delgado,
Realmente, tratando-se de uma actividade privada com fins lucrativos, deve prescindir de subsídios, fazer as suas contas aos custos da actividade e estabelecer os preços a cobrar aos clientes. Estes, depois, escolherão a solução que mais lhes convier. É preciso inovação e escolha das alternativas mais favoráveis. Mas uma certeza: quem deve pagar é o utilizador e não os contribuintes em geral.
Um abraço
A. João Soares
Caríssimo Amigo João Soares,
Tem toda a razão e concordo com as suas palavras sobre a atitude do ministro, mas qual será o motivo pelo qual o clarividente ministro não propõe o fim das sociedades médicas que permitem que marido e mulher (clínicos) formem uma firma onde só trabalha um deles para ambos fugirem aos impostos de uma actividade individual? Não estaremos nós, também, a subsidiar, afinal, um estatuto que tem razão de existir noutras actividades, mas não nesta?
E que tal fazer um apanhado de todas as situações semelhantes e obrigar ao pagamento de impostos quem tem de os pagar e não só os que trabalham por conta alheia?
Um abraço e excelente semana
Caro Alves de Fraga,
Foca um caso que, como muitos outros, demonstra que o País anda à deriva e não há um Poder efectivo que imponha moralidade para todos. Empresas ou falsas empresas, fundações e outras engenharias financeiras permitem que quem tem mais rendimentos e lucros, possa evadir-se ao pagamento de justos impostos. O «desgraçado» que trabalha por conta de outrem não pode fugir e paga mesmo que fique com pouco para fazer face às necessidades da família.
Tal pesquisa devia ser feita, mas ninguém tem coragem para tocar nos privilegiados, nos que usufruem dos «tachos dourados» e das «reformas milionárias».
E os habilidosos exploram todas as possibilidades do sistema para serem beneficiados com subsídios.
Um abraço
A. João Soares
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