terça-feira, 10 de junho de 2008

Fogos florestais continuam, apesar do MAI…

Segundo notícia do DN que cita dados da Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF), entre 1 de Janeiro e 28 de Maio deste ano ocorreram, em Portugal, 857 incêndios florestais, mais 535 (mais 62,43%) que no mesmo período do ano anterior, em que se registaram apenas 322.

Em relação à área florestal ardida foram consumidos, até ao final de Maio, 3423 hectares, enquanto no período homólogo anterior foram devorados pelas chamas 1098 hectares, portando houve um aumento para mais do triplo (3,12 vezes mais!)

São números assustadores e chocantes, depois de termos ouvido do MAI palavras optimistas, vendedoras de esperança, de que este ano os fogos seriam eficazmente combatidos, pois já foram dedicados à Protecção Civil e aos Bombeiros elevadas verbas para o efeito. Infelizmente, o problema repete-se todos os anos, com os ministros a prometerem o fim desta tragédia que destrói a riqueza florestal e a flora e os haveres de muita gente de poucas posses, e depois a realidade a trazer-nos números que apresentam tendências cada vez mais graves.

O actual ministro, que se enerva e irrita perante as perguntas dos jornalistas, muitas vezes acaba por dizer coisas menos certas, como quando lhe foi colocada a questão do aumento da insegurança, a propósito do crimes da noite do Porto, em que respondeu com ar que quis ser seguro, que as ESTATÍSTICAS diziam que a segurança estava a melhorar, com a criminalidade a descer. Os factos posteriores vieram confirmar que ele não tinha razões para estar tão seguro. Agora passa-se o mesmo quanto aos fogos florestais. Será que ele vai colocar em dúvida os dados da DGRF?

Façam-se preces a todos os santos mais vocacionados para as florestas a fim de aparecer alguém com bom senso, dedicação e capacidade de estudo e organização para estabelecer medidas adequadas e eficazes na prevenção, na detecção e no combate rápido a este flagelo. Prevenção para evitar ao máximo os fogos, mas como alguns, mesmo assim, poderão deflagrar, deve haver um sistema de detecção rápida e de reacção imediata a fim de a área ardida ser reduzida ao mínimo. E responsabilize-se quem não cumprir com eficiência as suas tarefas. Estas devem estar bem definidas e a responsabilidade deve ser real. Se este milagre não ocorrer, nada se espere dos governantes que já mostraram do que são capazes, apenas palavras prometedoras, vazias de conteúdo sério.

2 comentários:

Reinaldo Baptista disse...

A politica de prevenção, que o governo sempre argumentou esta a falhar, e o pior ainda esta para vir, as portas do Verão os bombeiros portugueses desconhecem por completo o dispositivo combate aos incêndios florestais a ser implementado no terreno, a ANPC não informa nada, nem dá qualquer justificação a quem tem a missão de ir para o terreno, e este ano se espera como o mais quente do últimos 25 anos.
Obrigado

A. João Soares disse...

Caro Fénix,
Para os bombeiros, é uma situação muito desagradável, porque no fim são eles que sofrem o combate a tantos incêndios e é sobe eles que recai a má vontade do povo por não serem rápidos na extinção dos fogos que, muitas vezes, quando o combate é iniciado já têm proporções desastrosas.
Foi a pensar neles que aqui coloquei este post, depois de vários anteriores sobre o mesmo tema.
Abraço
A. João Soares