segunda-feira, 28 de julho de 2008

Subserviência nem sempre paga dividendos

Apesar de a cimeira da CPLP ter aprovado uma importante resolução em que os oito signatários assumem o compromisso de promover e valorizar o português, ela foi ensombrada pelo desinteresse que Luanda e Maputo lhe votaram.

Angola fez questão de se sub-representar:
- Na cimeira de chefes de Estado esteve o primeiro-ministro Fernando Dias Santos em vez de José Eduardo dos Santos.
- Na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros não participou João Miranda, o chefe da diplomacia, mas antes o seu número dois, Jorge Chicoty.
- E até, num encontro de embaixadores, o representante de Luanda em Lisboa (Assunção dos Anjos) foi substituído pelo embaixador angolano em Bissau!

Maputo somou à ausência do Presidente Guebuza a da primeira-ministra Luísa Diogo, atirando assim o acidental MNE de Moçambique para a fotografia oficial da cimeira, ao lado de Lula, Cavaco e do Nobel da Paz Ramos-Horta.

Quanto a Angola, isto faz recordar o que se passou em Lunada uns dias antes, durante a visita de José Sócrates, o qual, na sua habitual linguagem hiperbólica, manifestou uma subserviência ao homem rico do petróleo, dos diamantes, dos minérios, da agricultura e pecuária e das pescas, de uma forma exagerada, como ficou descrito no post «A todos os títulos notável». Lamber botas nem sempre paga dividendos. Neste caso, Eduardo dos Santos não teve a mínima gratidão pelas palavras que lhe foram dirigidas. Esperamos que, para a boa imagem e dignidade de Portugal, este caso sirva de exemplo e de lição para futuras relações internacionais.

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