Há dois anos, na sequência de convite de Victor Simões, iniciei a colaboração no blog colectivo A Voz do Povo. Por falta de conhecimentos técnicos de informática e, mais especificamente, da blogosfera, tive dificuldades que fui tentando suprir, mas nunca me faltou vontade de procurar corresponder às expectativas dos visitantes e dos comentadores. Recordo as ajudas de Victor Simões nos primeiro passos básicos, uma dica de Beezz para ultrapassar uma desformatação de texto e, principalmente, a ajuda muito persistente de Leão Pelado que começou num caso que parecia insolúvel, e depois continuou em problemas menores. A todos o meu reconhecimento e amizade. Passados hoje precisamente dois anos, ainda cá estou com o mesmo espírito de serena persistência e agradeço a todos os que me têm estimulado com os seus comentários nos posts e por e-mail.
Eis o meu primeiro post em blog, que ainda me parece ter actualidade:
Lista de devedores
João Jardim discorda que os madeirenses em dívida ao fisco constem de lista pública, o que leva a pensar se tal lista é sensata e eficiente. Há alguns meses, apareceu uma notícia de que em remota vila do interior um merceeiro afixou na montra uma lista dos caloteiros, logo aparecendo alguns envergonhados a liquidar a sua conta. Mas não houve mais notícias quanto ao resultado global do expediente. Agora, o ministério das Finanças, possivelmente por ideia de um iluminado «assessor» provavelmente daqueles que são nomeados por critério de confiança política, sem atenção à competência, imitou a iniciativa do referido merceeiro e afixou na Internet um lista, não com os cerca de 5.000 devedores inicialmente prometidos, mas com apenas cerca de 5% desse número.
O merceeiro, sem dinheiro para recorrer à Justiça e com dificuldade em fazer prova jurídica, tomou uma decisão que podia ter eficiência no seu meio pequeno. Mas um ministério não tem iguais constrangimentos, dispõe de dados de prova válidos e é apoiado por legislação que lhe permite penhorar bens do devedor, etc.
Não sou afectado pela lista, mas interrogo-me porquê e para quê, uma tal «habilidade»? É certo que sem a lista, o recurso à Justiça, devido à sua lentidão, levaria a adiamentos sucessivos, acabando em muitos casos na prescrição dos processos – problema a resolver através de reformas no Sistema Judicial de que todo o País beneficiaria. Mas, com a lista, só os mais medrosos se apressarão a pagar e, quanto aos outros, haverá mesmo que recorrer à Justiça. E, depois, aqueles que conseguirem ver os processos arquivados serão transformados em bandeira de aliciamento à fraude e à fuga ao fisco. Daqui se conclui que Jardim não é louco, como muitos dizem, mas pelo contrário tem sentido das realidades e pragmatismo o que está sobejamente comprovado pelos êxitos que tem obtido a favor do povo madeirense, dando exemplos de eficácia ao Governo central.
Publicada por A. João Soares, em A Voz do Povo, em 11 de Agosto de 2006 às 3:37 PM
DELITO há dez anos
Há 1 hora
4 comentários:
isto está embruxado: é o 4 comentário a esta postagem k perco. Agora vou ser curto -PARABÉNS
Tenho estado ausente, tentando recuperar-me dos trabalhos que desenvolvo durante o ano escolar.
Estive a ler um pouco do que escreveu nestas quase três semanas, mas não poderia deixar de o cumprimentar pela passagem de mais um aniversário de activa participação na Internet.
Parabéns e continuamos todos à espera de mais e, se possível (o que já me parece exagero da minha parte), melhor.
Um forte abraço
Caro Alves de Fraga,
Muito agradecido pelas suas palavras.
Não sei se serei melhor, igual ou pior. Isto é como um muro de lamentações onde despejo as minhas reflexões sem grande preparação, impulsionado por aquilo que no momento mais me estimulou o espírito crítico. Parece que tem agradado, mas reconheço que o estilo literário deixa muito a desejar, e uso frases curtas como se estivesse a conversar com os meus netos que não sabem português!!!
Um abraço e felicidades neste novo período de trabalho.
A. João Soares
Caro AJS,
as frases curtas não serão, certamente, sinónimo de maior ou menor conhecimento. Os erros ortográficos são para mim algo mais preocupante, mas devo dizer-lhe que não uso correção automática e na maioria das vezes, escrevo e nem sequer releio.
Por vezes, mais tarde dou por eles, mas...
Só não erra quem não escreve. Só não tem pensamentos diferentes, quem não pensa.
E, aproveito para lhe dizer que não me arrependo minimamente de ter participado na voz do povo, e agradeço o vosso contacto na altura. Agradeço o convite, pois nada acontece por acaso. Seria estúpido pensar que com tantos escritos de opinião no JN e em outros jornais, logo me haveriam de escolher a mim para ali participar.
Cumprimentos e sucesso na missão
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