Procuro que este espaço não seja um esconderijo de má língua e crítica negativa, mas sim um palco de alertas para o que pode estar melhor, com sugestões de pistas, sempre que possível, e de ênfase para o que de mais positivo for sendo notado na nossa sociedade. Se há muito de mal, também há algo de bom que merece ser salientado e apontado como exemplo a seguir.
Hoje o DN dá a notícia de que «Reclusas de Tires aprendem 'design'» o que fez recordar as seguintes frases que deixei escritas, em 17 de Outubro, no post «17 anos para duplo homicídio»:
«A prisão, além do efeito de dissuasão do crime, deveria ser realmente um período de reabilitação efectiva para a vida em sociedade, através da aprendizagem de comportamentos sociais, seguindo regras, e a obtenção de conhecimentos que permitissem exercer uma profissão que garantisse independência e vida própria. A gestão da vida privada, não sendo difícil, exige aprendizagem de regras indispensáveis, em cuja base estão valores morais e sociais bem condimentados pelo bom senso e respeito pelos outros, pelas suas vidas e os seus haveres.»
Estas palavras e o caso hoje noticiado inserem-se também no post há pouco publicado com o título «o círculo do ódio».
Oito reclusas do Estabelecimento Prisional de Tires passam os dias numa das oficinas da prisão a produzir peças de 'design', o que ajuda a ocupar o tempo livre, mas acima de tudo fá-las sentirem-se valorizadas e úteis, recuperando a sua auto-estima e futura inserção no mercado de trabalho.
Pelas palavras de uma delas, vê-se que basta um pouco de compreensão, tolerância e amor para as levantar e recuperá-las para a reentrada na sociedade."A confiança que nos dão é muito boa. Estou aqui por um crime que pratiquei, mas sou uma pessoa válida como outra qualquer. E é bom que acreditem em nós. Porque às vezes estamos caídas e é preciso tão pouco, é só darem-nos a mão para nos levantarmos".
Há mais casos semelhantes noutras prisões e é bom que estas iniciativas se expandam por todos os estabelecimentos prisionais, pelo bom efeito que produzem.
domingo, 16 de novembro de 2008
Caso exemplar na prisão de Tires
Posted by A. João Soares at 10:43
Labels: prisão, recuperação, reinserção
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