terça-feira, 7 de abril de 2009

Como compreender os portugueses

Transcrição do artigo de Luísa Castel-Branco no jornal gratuito Destak de hoje:

Portugal ensandeceu!

Imaginem alguém que não sabe nada sobre o nosso país e que aqui aterra. Vamos supor que sabe português e, portanto, pode ler jornais, ouvir rádio e assistir aos noticiários.

Este cidadão/ã sabe da crise mundial. Conhece os problemas que todos os países sem excepção atravessam neste momento. Mas, reparem, se cair aqui de pára-quedas (salvo seja!) que realidade se lhe depara neste jardim à beira-mar plantado?

O primeiro-ministro português e o Freeport. E o ministro da Justiça, adiante. Não. Não vale a pena, porque se tentar perceber fica sem perceber nada! Fugas na justiça? Procurador, e ex-procuradores? Mais uma mãe e um tio e um primo? No futebol também não fica melhor. Voltamos aos tribunais. E há aquele caso da criança que desapareceu, ups!, estamos novamente no tribunal.

Queixas contra meios de comunicação? De quem? Do primeiro-ministro? Tribunal! Professores? Enfermeiros? Tribunal. Presidentes de Câmara? Tribunal. Magalhães? O que é o Magalhães que anda toda a gente a bater no coitado?

Muito provavelmente vai acabar em tribunal. Sequestros em Portugal? Assaltos com armas de fogo em pleno dia? Será que acabam em tribunal? Casa Pia? Não, é engano. Isso foi há uns anos. No entretanto, o nosso visitante procura um local para passar aqui as férias da Páscoa.

Para sua surpresa encontra tudo esgotado: voos, hotéis dos caros aos baratos e fica a pensar para ele mesmo: Estes portugueses é que sabem viver a crise. O resto é conversa!

Luisa Castel-Branco

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