Segundo notícia do Público de hoje, o governador do Banco de Portugal afirmou hoje que a dívida das famílias portuguesas à banca atingiu no ano passado os 120 por cento do rendimento disponível. Esta cifra é ligeiramente inferior aos 129 por cento registados no ano anterior.
Este indicador indicia que a crise, somada ao agravamento do desemprego, deve estar a pesar na capacidade de endividamento das famílias que, no conjunto, ainda gastam mais do que recebem ao final do mês.
Isto mostra que as pessoas estão a aprender a gerir a sua vida e a evitar exageros de ostentação, mas muito devagar. Os bancos acabam por se ver com o problema do crédito mal parado, mas eles próprios estão na origem do fenómeno, com a oferta agressiva de créditos para tudo e nada indo até às férias a crédito e a outros consumos supérfluos de mera ostentação.
As grandes empresas, principalmente as de serviços, estão a intensificar a apetência para o consumo. É raro o dia em que o telefone não toca com alguém a querer impingir uma «boa oportunidade» de um a promoção vantajosa, etc. A resposta que dou é mais ou menos esta: «Não estou interessado, a senhora não está a querer dar-me benefício mas apenas a aumentar os lucros da empresa que lhe paga, à custa do meu dinheiro.» Aceitar a oferta de um iate por metade do preço pode não ser um bom negócio. O mesmo se passa com um Ferrari ou outro caro de alto luxo, quando nós precisamos de um simples Fiat 600 (não cito um modelo actual para não fazer publicidade).
Temos que saber gerir a nossa vida da forma mais adequada, perante as múltiplas tentações. A crise deve ser aproveitada para acertar agulhas e passar a conduzir a economia doméstica pela melhor rota.
Este indicador indicia que a crise, somada ao agravamento do desemprego, deve estar a pesar na capacidade de endividamento das famílias que, no conjunto, ainda gastam mais do que recebem ao final do mês.
Isto mostra que as pessoas estão a aprender a gerir a sua vida e a evitar exageros de ostentação, mas muito devagar. Os bancos acabam por se ver com o problema do crédito mal parado, mas eles próprios estão na origem do fenómeno, com a oferta agressiva de créditos para tudo e nada indo até às férias a crédito e a outros consumos supérfluos de mera ostentação.
As grandes empresas, principalmente as de serviços, estão a intensificar a apetência para o consumo. É raro o dia em que o telefone não toca com alguém a querer impingir uma «boa oportunidade» de um a promoção vantajosa, etc. A resposta que dou é mais ou menos esta: «Não estou interessado, a senhora não está a querer dar-me benefício mas apenas a aumentar os lucros da empresa que lhe paga, à custa do meu dinheiro.» Aceitar a oferta de um iate por metade do preço pode não ser um bom negócio. O mesmo se passa com um Ferrari ou outro caro de alto luxo, quando nós precisamos de um simples Fiat 600 (não cito um modelo actual para não fazer publicidade).
Temos que saber gerir a nossa vida da forma mais adequada, perante as múltiplas tentações. A crise deve ser aproveitada para acertar agulhas e passar a conduzir a economia doméstica pela melhor rota.
2 comentários:
Estimado AJoãoSoares,
saber gerir os recursos dispiníveis é fácil para quem tem muito, ou, pelo menos, tem um vencimentos razoável e consegue confortavelmente garantir a comida na mesa. Agora para quem apenas recebe o ordenado mínimo nacional não deve estar a ser fácil gerir a vida financeira...Vão poupar o quê?Só se não comerem...
Certo que há muita gente que não dispensa telemóvel, cigarrito, etc,etc
Chamam-lhe até um mimo para aguentar a crise! Vá-se lá entender!
Claro que deveremos saber gerir, mas para quem tem tudo pago, é muito fácil gerir.Concorda?
Temos uma vida favoravelmente vantajosa, quando comparada com a maior parte das pessoas!
Beijinho terno!
Cara Luísa,
Conheço as realidades que refere. Com efeito a latitude de manobra e de opções de pessoas que vivem com muitas carências é praticamente nula.
Mas não é a esses que o post se refere. Repare que as famílias em média, devem 120% do seu rendimento!. Isto é, o rendimento de um mês não dá para pagar toda a dívida, e isto é a média, o que significa que muitas devem vários rendimentos mensais. Ora o banco não vai fazer tais empréstimos a pessoas que nada têm. Os bancos querem garantias, e querem lucros e são indiferentes aos problemas de cada um.
Não podemos ir na cantiga de quem nos propõe negócios vantajosos para nós. Nem nas promessas dos políticos podemos acreditar, e muito menos nas dos bancos, seguros e outras grandes empresas. Cada cêntimo deve ser gasto apenas depois de vermos a sua necessidade.
Um abraço
João Soares
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