Transcrição de texto recebido por e-mail :
Férias de Páscoa para alguns…
Por Susana Barbosa
Quando já todos estávamos cientes de que o Presidente da República, Cavaco Silva, estaria de férias antecipadas de Páscoa, eis que esta semana ele faz uma aparição súbita ao país, quebrando o seu aterrorizante silêncio, que perdura há já algumas semanas, precisamente para que os portugueses possam ouvir a sua boa-nova: Sua Excelência, o Sr. Presidente da República, quebra o seu silêncio, para dizer aos portugueses que se silencia!
Ora aí está uma atitude digna de registo! De resto, ter-se-á recolhido de novo às suas recatadas férias, pois as visitas de cortesia, e as inaugurações aliadas aos cortes de tantas fitas, são de uma canseira incalculável, que só mesmo nós, pobres e comuns cidadãos, não conseguimos valorizar devido a outros tipos de cansaços…
É realmente extraordinário este “Jardinzinho” em que vivemos, à beira-mar plantado! Cada vez mais infestado de ervas daninhas… onde tudo, mesmo “TUDO” pode acontecer, que já ninguém se surpreende…, e até onde mesmo assim, nos continuamos a dar ao luxo de continuar a sustentar e a fazer a manutenção dos Reais Jardins de quem se está “nas tintas” para a nossa triste Pátria, e sobretudo, para quem nos desgoverna todos os dias.
Tudo isto, claro está, a bem da famosa estabilidade! Quem o diz, é sua reverência, o Sr. Presidente da República.
Mas, questionamos nós, mas que estabilidade? “Eles” querem-nos fazer crer na estabilidade de quê, e de quem? Só se for a bem das suas próprias estabilidades… porque neste pobre país, o desequilíbrio é de tal ordem, que não tardará muito, que também quem nos (des)governa, passe a viver na “corda bamba”.
Enquanto isso, o “intocável” e “implacável” José Sócrates, continua com espaço de manobra para ludibriar quem deseja, pois lá diz o velho ditado “com papas e bolos, se enganam os tolos”!
Revoltas para quê? Mais manifestações a quem interessam? Então, se até as taxas de juro estão mais baixas do que nunca, e se até os combustíveis baixaram, e se até os salários dos funcionários públicos subiram 2,9%, vá-se lá entender quem continua a dizer que o país vai mal… Já alguém ouviu dizer que as empresas municipais despediram pessoal? Já alguém ouviu dizer que o governo diminuiu pessoal ou demitiu assessores? Já alguém ouviu dizer que o Estado anda preocupado em diminuir custos?
Pois não, efectivamente, só ouvimos falar em cobranças e em fiscalização de impostos. A alta tecnologia só chega em condições perfeitas, ao Parlamento e às Repartições de Finanças. Os cruzamentos de dados e as investigações neste país, também só servem para quem trabalha e não para quem rouba!
Há dias, num encontro após uma conferência, ouvíamos dizer que de férias de Páscoa, um dos conferencistas iria de férias para o sul de Itália, outro para o Algarve, e ainda um outro para o Brasil. Por incrível que pareça, eram todos funcionários públicos bem instalados, porque será?
José Sócrates, esse, poderá ir até para o Inferno a preço de ouro, que ninguém se preocupará. Tudo isto, enquanto for ano de eleições. Tudo isto enquanto o Estado não retirar regalias ao próprio Estado... Tudo isto, enquanto uns sangram e outros engordam. Tudo isto, enquanto quem está dentro do sistema está alimentado, e quem se encontra fora dele desespera à míngua.
Tudo isto, repetimos, enquanto é ano de eleições! Temos por certo que o pior está para vir. O pior, virá depois. E o pior é que nessa altura será para todos os portugueses sem excepção.
Susana Barbosa
NOTA: Não conheço a autora e a consulta Internet deu-me várias pessoas com igual nome. Porém, o texto merece ser lido, com os cuidados habituais, e meditado porque há pontos de grande interesse. Não me parece que, em momentos difíceis, se deva falar em ESTABILIDADE, pois isso representa resignação à crise o que contraria as palavras do PR quando aconselha a não nos resignarmos. Em vez de estagnação precisamos de acção, de reestruturação, de reorganização, de procura de soluções para reduzir desperdícios e controlar as despesas não produtivas ao mínimo indispensável, de avaliar o desempenho de cada quadro superiore (assessores p.e.). Há que analisar o que tem estado mal, opado, inflacionado e emagrecer, eliminando a obesidade do aparelho do Estado, criadora de burocracia bloqueadora que propicia a corrupção e o tão falado enriquecimento ilícito. Os portugueses que vivem com dificuldades extremas não podem sentir-se confortáveis ao ponto de desejarem a estabilidade da sua miséria, vendo outros, que vivem dos seus impostos, continuarem cada vez melhor.
Em vez de estabilidade, precisamos de recuos corajosos naquilo que está errado.
sábado, 11 de abril de 2009
Férias e o estado da Nação
Posted by A. João Soares at 09:41
Labels: férias para alguns, injustiça social
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4 comentários:
Passei para lhe desejar um Bom Domingo de Páscoa!
abr...prof...
Muito obrigado, e retribuo para si, os seus familiares e amigos. O mundo está a precisar que esta Pascoa seja a ressurreição das virtudes, dos valores éticos que têm andado esquecidos. Estamos a necessitar de uma viragem positiva no relacionamento social e o exemplo tem de partir de cima.
Um abraço com espírito pascal
João Soares
Justificar-se-ão as iluminações de monumentos em tempo de crise? Trazem ou dão trabalho a alguém? Não será tempo de determinar limites a salários escandalozamente exorbitantes? Não terá chegado a altura de congelar a recepção de mais do que uma reforma?
Em Portugal há quem viva ainda à tripa forra e quem já não tenha para comprar alimentos (já não falo em farmácia).
É tempo de revolta e os senhores do Poder não se dão conta... Estão interessados em ganhar eleições e nada mais!
Um abraço
Caro Alves de Fraga,
Esta gente está eivada de um profundo egoísmo e grande parte das suas atitudes são orientadas para o benefício próprio, para a preparação dos tachos, depois pensam no partido e nos votos na medida em que isso lhes possa ser benéfico, e se depois, lhes restarem energias, pensam um pouco no País.
Devia ser o contrário, mas toda a sociedade está orientada para este esquema de egoísmo e ganância.
Um abraço
João Soares
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