Assim Vai o Meu País
A Assembleia da República
É palco de cena impúdica,
Que pode ver-se em TV.
O Português já não crê
E começa a criticar
Quem 'stá lá, em seu lugar,
P'ra defender seus direitos.
Os cidadãos, contrafeitos,
Vêm morrer seu país,
De caruncho na raiz.
Lá dentro, uma palhaçada
De gente, nada engraçada,
Brinca co'a boca do lobo,
'squecendo a força do povo
Que, cansado desta cena,
A sofrer, com muita pena,
Não acredita em conversas
De tendências bem diversas,
Do seu tema principal:
A injustiça social.
Porque esta farsa de estado,
No qual se sente afundado,
É composto de pessoas
Que são tudo, menos boas
P´ra governar Portugal.
Assim, será bem normal
Que se levante uma onda
De protestos que, sem conta,
Vão acabar por punir,
Quem insistiu em dormir,
Em vez de lutar com garra,
Contra esta gente, bizarra,
Que só pensa no seu tacho
E faz do povo um capacho.
Londres, Julho 2009
Maria Letra
NOTA: Este poema foi-me enviado agora pela autora, inspirado pelas notícias da demissão de Manuel Pinho e por outras que chegam que chegam com mais frequência do que as desejadas. Falta a ironia suave, discreta e literária de que nos fala Eça de Queiroz e as anedotas do tempo de Churchill.
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