quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Para uma democracia melhor

Transcrição de um interessante post do blogue Sustentabilidade é acção

Sustentabilidade sem Democracia, é possível?!

Quem pensa que em Portugal se vive em Democracia, desengane-se. Portugal deixou há já muito tempo, de ser um País Democrático, perdeu sem se aperceber, a Liberdade de expressão.

Agora podem dizer-me, que não passo de uma pessoa com febre, atacada pelo vírus AH1N1. Mas eu digo porque sustento esta ideia: Perdemos um Direito que nos assiste em Democracia, o Direito à informação, o mais imparcial, transparente e verdadeiro possível, dos factos que se passam no Mundo. Aqui há uns tempos pensei, que a invenção da caixa mágica, a TV, seria esse o fim que serviria, independentemente dos meios para lá chegar. Bem me enganei!... a TV, como todos os Media, não passam de instrumentos de manipulação de massas, com o fim de servir interesses de uma meia dúzia de senhores que governam o Mundo, os LOBBIES, esses todo-poderosos.

Os mensageiros da verdade, os jornalistas, vivem cada vez mais situações de precariedade, impossíveis de ultrapassar, que põem em causa a liberdade de expressão.
Se não temos informação, se não sabemos os factos, como poderemos fazer juízos de valor, para construirmos uma sociedade baseada no civismo e cidadania?! Não podemos, porque não somos esclarecidos, pelo contrário, somos manipulados, levados a pensar que está tudo no rumo certo, enquanto o mundo se desmorona em injustiças.

Os Media pertencem a 3 ou 4 grupos empresariais, que decidem o que pode ou não ser publicado. Assistimos assim passivamente, ao descalabro económico e social, a que este tipo de censura levou. Que liberdade de expressão poderemos ter, se nos foi sonegado o Direito à Verdade e Informação?!

Caso flagrante, foi o 5º canal televisivo, Telecinco, de que tanto se falou, ter sido "chumbado" sem motivos válidos. Neste caso seria um canal livre, apenas se obedeceu aos seus patrões, os homens (não posso dizer os nomes, senão vou ver o sol aos quadradinhos) que destruíram a Liberdade de informação. Eu comparo-os a uma mistura de lesma gigante, pela maneira como se deslocam sem serem notados, com os tiranossauros rex, pelos estragos que fazem por onde passam, mandam nas publicações europeias... vejam lá o poder!... e teriam de ser portugueses!
Outro facto flagrante, é o de existir um INDEX ou lista negra, onde são apontados os nomes de jornalistas, que de boa fé queriam ser mensageiros da informação real e mais transparente possível e por isso votados ao desemprego. Nunca mais conseguem arranjar emprego, naquilo em que são bons, passar a informação dos factos reais; para isso serve o INDEX.

Assistimos agora ao escândalo dos Media, três semanas antes de um acto eleitoral. Há quem lhe chame sabotagem, há quem lhe chame Chavização (termo hoje muito utilizado) por parte do Governo, tudo suspeitoso, todos desconfiados e revoltados, quando não passam de jogos de poder entre os Masters dos Media. Atropelam tudo e todos, dissolvem assembleias, "sabotam" eleições, o diabo a quatro, que quando dois monstros lutam, levam tudo o que está à frente... até a estabilidade de um Governo ou País. Convém, aliás. Por isso andamos num círculo vicioso há mais de 30 anos...

Em 2004, ficou a lucrar um Partido, em 2009, ficou outro à espera dos "restos" da "prisa", como hiena esfomeada, já repicam os sinos de glória... só visto! Um alarde!
Isto vem acontecendo há vários anos e o País tem vindo a deteriorar-se a olhos vistos. Enquanto impera a instabilidade e a desordem, eles actuam na penumbra...

O escândalo provocado pela TVI, é digno de uma ditadura como a China ou a Venezuela. Ser posta em causa, a seriedade de eleições legislativas, a 3 semanas das eleições, demonstra bem o estado a que tudo chegou. É o vale tudo pelo poder! Diabos me levem... se não é verdade!
Não há País que resista a tanta predação sem ir à ruína.

Foi-me feito um desafio pela Teresa Santos do BlogCrónicasdaTeresa que consiste na atribuição de um cartão vermelho a comportamentos, pessoas ou factos, com os quais não estejamos de acordo, considerados errados ou negativos para os outros e para com a sociedade em geral. A decisão de justificação é facultativa. Ora como bem me conhecem, nunca deixaria, de forma nenhuma, de justificar os cartões atribuídos! Voilá!

Por isso e porque me foi feito este desafio, entrego os 10 cartões vermelhos a:

1 - Donos dos Media
2 - Entidades Reguladoras - As que obedecem ao poder económico
3 - Os Magistrados cooperantes, porque a Justiça deixou de existir em Portugal.
4 - Os políticos cooperantes e incapazes de defender o Direito e a Democracia,
5 - Os médicos cooperantes - através da imposição do medo, como meio de negócio
6 - As farmacêuticas cooperantes - através da imposição do medo como meio de negócio
7 - Os advogados cooperantes - promovem muitas vezes a corrupção, tentam impedir o novo Bastonário, Marinho Pinto, de agir em função da Justiça.
8 - Lobbies económicos de grande peso, como Banca, EDP, GALP, Construção e outros.
9 - Todas as pessoas que tratem os animais como se fossem menos que o humano, sem compaixão.
10 - Todos os Cidadãos que não exerçam os seus deveres de cidadania, colocando os outros, os que exercem, em perigo de deixarem de ter acesso, aos seus Direitos e Liberdades e todos aqueles que se calam por medo ou comodismo.(Para ler mais siga o link do título)

Publicada por Fada do bosque em «Sustentabilidade é acção»

NOTA: Ao fazer esta transcrição quero reiterar a ideia que deixei expressa em comentário Admiro a intenção da Fada do Bosque, qual D. Quixote de La Mancha a zurzir neles. Parece o ministro que decidiu malhar nos principais adversários do seu partido.

Mas receio que lutar contra alvos tão dispersos e diversificados seja pouco eficiente, sendo mais eficaz malhar em cada adversário por sua vez. Se os unirmos todos contra nós seremos nós os esmagados. A união faz a força. Se queremos vencer com o nosso ideal devemos conjugar e concentrar os nossos esforços contra um adversário de cada vez. Dividir para reinar, segundo o «deus» de Paulo Rangel, Nicolau Maquiavel.

A Comunicação está destinada a conduzir o rebanho, a humanidade, docilmente e, por isso, é a principal arma do Clube Bilderberg, de que o único português membro permanente é Pinto Balsemão, por ser o maior empresário da Comunicação Social do País.

Por outro lado, a obsessão do cartão vermelho e a ausência de «cartão verde», isto é, criticar apenas os erros sem elogiar o que esteja bem é uma táctica de «bota-abaixo», sistematicamente demolidora, de forma generalizada, o que não me parece bem. Há também que ser construtivo, elogiando o que houver de positivo, apontar o caminho correcto, os objectivos válidos. O bem raramente é intuitivo às pessoas sujeitas a interesses egoístas e a vícios e manhas anti-sociais. E preciso esclarecer.

7 comentários:

Amaral disse...

João
Que tal essas suas férias? Espero que tenham sido boas.
Cá continuamos neste país das trpalhadas.
Abraço

Anónimo disse...

Sr. João Soares
Eu gosto de elogiar o que de bom foi feito, mas foi um desafio que me fizeram outros blogues, para passar cartões vermelhos, àquilo ou àquelas pessoas, que vão contra o bem de todos. Por isso me foquei apenas no que está errado.
Apenas me avisaram que não podia falar em Pinto Balsemão, no texto, abertamente... era esse o meu visado principal...

Agradecimentos e os meus cumprimentos.

A. João Soares disse...

Caro Amaral,
Quanto a férias, isto é, ao período tradicional de férias, dê uma vista de olhos pelo arquivo do blog e verificará que foram de boa saúde e grande vitalidade e produtividade!!!
E as suas?Espero que tenham sido boas para poder aguentar os alunos e a futura ministra, com taras talvez diferentes da desta. Desejo que fuja à regra de que tudo piora!!!

Um abraço
João

A. João Soares disse...

Cara Fada do bosque,
Tenho muito apreço pelo seu espaço e as suas intervenções muito positivas e construtivas.
A minha referência à omissão do cartão verde não pretende ofender ninguém. Mas fica bem ter um gesto positivo quando se faz uma crítica de cartões que abrangem todos os que mexem!
No meio de todas essas classes haverá, sem dúvida, pessoas exemplares que devem ser enfatizadas. As críticas para serem mais aceradas devem ser orientadas para casos concretos embora depois se aproveite para dar uma pincelada no pano de fundo em que a mancha alastra.

Desejo muito êxito em todas as suas iniciativas e conte com o meu esforço para lhes dar eco, embora apenas à minha maneira discreta.

Um abraço
João

Mentiroso disse...

Caro Amigo,
É um post muito certo, mas temos de acrescentar algumas coisas que o teriam feito mais longo.
Tal como o voto por si só não justifica a classificação dum regime como uma democracia, o mesmo acontece com outras «provas» quando separadas do seu todo, como o da liberdade de expressão. A democracia só pode existir – e isto não é um facto solto, mas sine qua non – quando um povo é civilizado e tem comportamento e cultura democrática. Ora, como nenhum dos três acontece em Portugal, tudo o resto é palavreado. Uma das muitas provas é aquilo que se diz nalguns países europeus: «na estrada se vê o civismo dum povo». Por demais que quando se quer estar informado tem que se ver ou ler o que se escreve nos outros países. Em Portugal não há jornalismo, há os Lobbies referidos no post e os grandes scoops que fazem vender o lixo. As pessoas tudo aceitam e engolem, donde não podem ser isentas de culpa.

Temos que começar pelo princípio: a democratização das mentalidades.

A. João Soares disse...

Caro «Mentiroso»,

Como diz muito bem é preciso esclarecer as mentalidades o que coloca muita responsabilidade no funcionamento do ensino que deve ensinar as crianças a pensar, interpretar e questionar os assuntos repetindo porquês, sempre que as coisas não estejam suficientemente claras.
Não se pode correr atrás de slogans publicitários. É preciso agirmos de acordo com as nossas próprias convicções e não apenas porque um «amigo» nos segreda da ao ouvido.

Um abraço
João

Mentiroso disse...

Pois é, isso do ensino é realmente o mais importante, pois que evita o que vem de mau da parte dos pais. Não é novidade, é velho de mais de 60 anos, todos os que perdemos e daí o tal atrso de Portugal em 52 anos.
Nos países mais avançados europeus procura-se formar (mesmo formar) a mentalidade das crianças e apetrechá-las com algo de útil para a sua vida. Entre muitas outras coisas, ensina-se por exemplo, o civismo, como se defender da publicidade e desvendar as mentiras quando elas as encerram, ou aquilo a que chamam de contabilidade doméstica.
É lógico que se estas três coisas elementares (nestes exemplos, mas além de muitas outras) fossem aprendidas nas escolas, haveria um pouco mais de civismo (=democracia), ao haveria tanta publicidade mentirosa e desnecessária como nesses países, as pessoas seriam capazes de «fazer contas à vida» e não se endividariam desmioladamente como se tem verificado, o que lhes evitaria muito sofrimento pecuniário.