domingo, 18 de abril de 2010

Corrupção mal combatida

Transcreve-se a noticia do Jornal de Notícias que tem GRANDE SIGNIFICADO por citar frases do ex-deputado do PS, António Reis, que constitui mais um nome a aditar à crescente lista de socialistas que mostram pensar pela própria cabeça e não se limitarem a obedecer ovinamente ás palavras de ordem do pastor. Talvez peque pelo optimismo quanto aos resultados esperados da comissão parlamentar.

Combate à corrupção é insuficiente
Jornal de Notícias. 18 de Abril de 2010. Por Alexandra Marques

Grão-mestre critica actual excesso de "ruído mediático na República"

"Chegou o momento de sermos mais eficientes no combate à corrupção". A frase é do ex-deputado do PS António Reis, grão-mestre da loja maçónica do Grande Oriente Lusitano, que acusou os media de se quererem substituir aos órgãos de soberania do regime.

"O combate à corrupção tem sido insuficiente", afirmou ontem no final das duas intervenções da manhã, o ex-deputado socialista e historiador António Reis, antes de se afirmar confiante nas medidas que sairão da comissão parlamentar que está a estudar esse problema, liderada, aliás, pelo seu camarada de partido Vera Jardim.

O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL) afirmou ainda ter chegado a ocasião "de sermos mais eficientes no combate à corrupção". Do púlpito, já tinha proferido duras advertências à fase individualista, gananciosa, liberal e prepotente que o mundo atravessa.

"É preciso recuperar a essência dos valores republicanos e laicos, porque são o melhor antídoto, o melhor escudo protector contra o abuso do poder financeiro sobre o poder político", disse.

Na sua alocução, o dirigente do GOL exortou "a uma ética social" exercida com "honradez, austeridade e o anti-ostentacionalismo de quem coloca o interesse público acima do interesse pessoal".

Reis condenou ainda "a pseudo-democracia da opinião" traduzida "em sondagens e depoimentos que prejudicam o debate e o exercício do espírito crítico". "Os media não são os verdadeiros representantes do povo", realçou. E concluiu: "Há hoje demasiado ruído mediático na República".

Já o catedrático Amadeu Carvalho Homem exortou o Estado português a manter a laicidade, para mais quando Portugal acolhe tantas etnias com tantas outras diferentes espiritualidades, no que designou pelo multiculturalismo.

"Mas para que funcione é imperioso que o Estado não seja confessional, é preciso que seja neutro e laico em matéria religiosa", disse, dizendo querer "recomendar aos nossos governantes: não se metam no beco sem saída de tentar confessionalizar este país".

Palavras que causaram algum impacto, uma vez que o Governo decidiu conceder tolerância de ponto aos funcionários públicos nos distritos visitados pelo Papa Bento XVI, durante os dias em o Sumo Pontífice estiver em Portugal, já em meados de Maio.

Sem comentários: