sábado, 10 de abril de 2010

Técnicas modernas de gestão

Desculpem a insistência. Mas dado o tom de alguns comentários, foi decidido pela «Direcção do Instituto» oferecer um curso intensivo para que seja melhor compreendido o papel dos executivos nesta sociedade actual em que a vida que nos é imposta está transformada num tormento e é absolutamente necessário parar para pensar que é imperioso encontrar melhores maneiras de passarmos os curtos anos das nossas vidas e que já há pessoas inteligentes que adoptaram modalidades mais suaves. Depois dos posts recentes «Vida de executiva de sucesso», «Elogio da simplicidade» e «Simplicidade na vida», apresento o seguinte texto, mascarado de fábula

O prémio da Formiga

Todos os dias, a
formiga chegava cedinho à oficina e desatava a trabalhar. Produzia e era feliz.

O gerente, o
leão, estranhou que a formiga trabalhasse sem supervisão. Se ela produzia tanto sem supervisão, melhor seria supervisionada !

Contratou uma
barata, que tinha muita experiência como supervisora e fazia belíssimos relatórios. A primeira preocupação da barata foi a de estabelecer um horário para entrada e saída da formiga.

De seguida, a barata precisou de uma secretária para a ajudar a preparar os relatórios e contratou uma
aranha que além do mais, organizava os arquivos e controlava as ligações telefónicas.

O leão ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também
gráficos com índices de produção e análise de tendências, que eram mostrados em reuniões específicas para o efeito.

Foi então que a barata comprou um
computador e uma impressora laser e admitiu a para gerir o moscadepartamento de informática. A formiga de produtiva e feliz, passou a lamentar-se com todo aquele universo de papéis e reuniões que lhe consumiam o tempo!

O leão concluiu que era o momento de
criar a função de gestor para a área onde a formiga operária trabalhava. O cargo foi dado a uma cigarra, cuja primeira medida foi comprar uma carpete e uma cadeira ortopédica para o seu gabinete.

A nova gestora, a cigarra, precisou ainda de computador e de uma assistente (que trouxe do seu anterior emprego) para a ajudar na preparação de um plano estratégico de optimização do trabalho e no controlo do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se mostrava mais enfadada.


Foi nessa altura que a cigarra convenceu o gerente, o leão, da necessidade de fazer um
estudo climático do ambiente.

Ao considerar as disponibilidades, o leão deu-se conta de que a Unidade em que a formiga trabalhava já não rendia como antes; e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico e sugerisse soluções.

Adivinhem quem o leão começou por despedir?


A formiga, claro, porque "andava muito desmotivada e aborrecida".


Nota: As personagens desta fábula são fictícias; qualquer semelhança com pessoas ou factos reais é pura coincidência…

2 comentários:

Fernanda Ferreira - Ná disse...

Querido amigo João,

É por essas e por outras que o Pedro já se despediu e vem embora no fim do mês de Abril.
Vem embora do emprego, não para casa (isso queria eu).

O empenho e dedicação dele era de tal ordem que o "leão" decidiu dar-lhe mil e um trabalhos para efectuar ao mesmo tempo, e como se não bastasse começou a usar de linguagem imprópria.
Isto para além de nunca lhe ter pago qualquer comissão pelos carros que ele vendeu e tê-lo posto a trabalhar de segunda a segunda sem descanso.

Moral da história: Não basta amar o que se faz, tem que se aprender a fingir, a fazer que se faz e essencialmente não acreditar que o leão tem dentes só para um almoço trivial.... Eles comem tudo ...e não deixam nada!!!
Até a vontade de trabalhar....

Beijinhos

A. João Soares disse...

Querida Ná,

Lamento que o Pedro tenha que arranjar outro emprego, mas certamente, conseguirá dentro em breve. Na gestão moderna, as pessoas só contam em teoria, porque o que, na realidade interessa às empresas é espremer bem todo o sumo que possam dar para o aumento dos lucros.

A propósito de EXECUTIVOS bem sucedidos, vejamos dois casos nacionais através de dois vídeos muito expressivos, em que pode ser apreciado o poder de oratória «convincente»:
Zeinal Bava
Rui Pedro Soares
Mas são protegidos do Poder Político reinante!!!

Beijos
João