Parece que as funções dos governantes devem ser governar o País, defender os interesses nacionais, isto é, garantir o melhor futuro para a Nação, os portugueses, em todos os sectores das suas actividades. Governar é cuidar, especialmente dos pobres, dos que mais sofrem, dos humilhados e ofendidos. Governar é cuidar todos os dias para que a população possa ter uma vida com boa qualidade e tenha confiança nos destinos do País e esperança no futuro dos seus descendentes. Para isso é preciso definir o objectivo a atingir, a estratégia a seguir para essa finalidade, analisar seriamente as necessidades e tomar decisões oportunas, adequadas e coerentes com a estratégia, para se fazer uma gestão rigorosa dos recursos que devem ser sempre considerados escassos.
Como gerar a confiança e a esperança?
Ela aparece na mente das pessoas perante actos governativos correctos, honestos, bem intencionados, dentro dos valores éticos do espírito de servir a população e o País. São as medidas correctas bem definidas, bem controladas e continuadas que poderão criar esse estado de espírito positivo que só pode ser gerado pela boa governação.
Porém, o PM disse na AR que A tarefa de um político é dar uma palavra de confiança. Trata-se de uma afirmação redutora e que traduz a visão errada, assente na palavra, que conduziu á grave crise que atravessamos. Ela mostra a intenção de iludir o povo com mais mentiras para lhe criar falsas esperanças. Em vez de acções e de medidas concretas e correctas, de realizações sensatas, para bem do povo que iriam inspirar confiança, jogam com meras palavras que, por mais eruditas que sejam, para pouco servem a não ser iludir o povo já demasiado explorado e sacrificado pela ganância de um conjunto de exploradores dos recursos nacionais em proveito próprio. De palavras já estamos fartos e descrentes. Elas fazem parte das manhas de vendedores da banha da cobra.
Vale a pena reflectir no diagnóstico da evolução da crise e nas medidas de emergência a serem tomadas sem demora, conforme dito em A crise está a começar, disse Jacques Attali, e lutar contra a situação nacional vigente em que somos levados a acreditar que a incompetência é geral e que os políticos não conseguem merecer a nossa confiança porque parecem ser um bando formado pela escória da sociedade, chicos-espertos, deslumbrados, que se candidataram e conseguiram iludir o povo e sacar-lhe o voto. Isto passa-se com os de todos os partidos que, desde há décadas, vêem afundando o País, salvo eventuais excepções.
Os nossos netos terão de pagar as dívidas que as gerações dos pais e avós lhes deixam em herança. Há que seguir o raciocínio de Attali e tomar as medidas mais acertadas para salvar Portugal e a Europa. Mas livremo-nos de palavras balofas sem conteúdo que apenas criam ilusões, não evitam as crises nem as curam quando surgem. Antes de falar deve pensar-se se isso é mais importantes do que o silêncio.
Imagem da Internet.
sábado, 26 de junho de 2010
Tarefa de um governante
Posted by A. João Soares at 10:38
Labels: governar, sentido de Estado
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