O conselheiro do PSD, Jorge Nuno Sá, tomou uma atitude que merece o epíteto de heroicidade se as suas razões se baseiam num sentimento de respeito pelos interesses nacionais, quando foi o único conselheiro do partido a não aprovar o apoio à recandidatura do PR. Mostram que o PSD evoluiu muito desde a atitude de obediência ovina, subserviente, de submissão, ou de profunda sonolência e apatia, que levou os congressistas do Partido a votarem por unanimidade a «lei da rolha» e que, depois de saírem do edifício e de alguém ter tido um rebate de contrição, houve outro péssimo sinal, o de todos, também por unanimidade, se arrependerem e quererem anular tal decisão. Com tal gente não se pode ter esperança no futuro de Portugal.
Agora, houve um acto consciente e de personalidade que levou Jorge Nuno Sá a não votar segundo a vontade do pastor do rebanho. Vem igualar um outro caso que na altura aqui foi registado, o de António José Seguro que foi o único deputado da AR a não aprovar a malfadada lei de financiamento dos partidos, em boa hora vetada pelo PR. Instituições que cultivam o direito da unanimidade, não precisam de ter mais do que um elemento… para expressar a opinião do pastor do rebanho.
Independente dos motivos que tenham levado estes dois eleitos a divergir da unanimidade dos rebanhos, eles merecem respeito e apreço pela sua coragem moral. Um País, o mundo, não avança com os subservientes e cegamente obedientes, mas sim com os que pensam e apresentam ideias, sugestões e propostas para se sair de rotinas podres e de pântanos putrefactos. A evolução não ocorre pela mão daqueles que querem sempre mais do mesmo.
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