segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Responsabilidade da AR e da oposição

O público traz a notícia «Jornal alemão diz que “chaves da governação” estão nas mãos de Passos Coelho» que pode ser mal interpretada por levar a crer que é uma regalia, um trunfo para o líder do PSD. Mas é, antes, um pesado encargo, que não é novo, mas não tem sido levado a sério pelos representantes do povo que constituem a AR.

A crise que estamos a suportar não se deve apenas a erros do Governo e de outras instituições públicas mas, em grande parte, à Assembleia da República que parece não ter dado a devida importância à sua obrigação (competência) constante do alínea a) do Artigo 162º do Capitulo II da Constituição da República Portuguesa que é de «apreciar os actos do Governo e da Administração».
Se essa «competência de fiscalização» fosse exercida com oportunidade, o Estado não estaria a funcionar em roda livre, com as despesas escandalosas citadas por vários órgãos da comunicação social, nem teria havido a proliferação de institutos, empresas públicas e fundações de utilidade muito duvidosa e que servem de nichos ou asilos de «boys» que abusam do dinheiro público de forma pouco responsável e que não se vê verdadeira intenção de os reorganizar ou encerrar.

Oxalá que Passos Coelho, à frente de toda a oposição, com sentido de Estado, faça o uso mais correcto das «chaves da governação» e a AR passe a usar a sua «competência de fiscalização» impondo disciplina na vida pública nacional, para bem da população e desenvolvimento do País, de forma equilibrada e com a melhor justiça social.

Imagem da Net

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

Desta classe política já não há mais nada a esperar.
Eles ainda não perceberam que os partidos, que hoje não passam de reles agências de distribuição de tachos, têm de mudar radicalmente.
Os mais recentes espectáculos deprimentes da política (em época de crise profunda), mormente os da AR, mostram que nada vai mudar.
Porque o que continua a fazer correr os políticos é o poder e o concomitante assalto aos dinheiros públicos.
Com Passos Coelho ou José Sócrates, passando por Jardim e outros quejandos, o que se vai passar daqui para o futuro é mais do mesmo.
Não tenhamos dúvidas.

A. João Soares disse...

cARO Vouga,

Parece não poder haver outra opinião, se bem fundamentada. A «classe» política está desclassificada e a única solução é metê-los todos (que fizeram parte de Governos, AR e autarquias nas últimas décadas, incluindo assessores e outros «boys») num barco para a Madeira com bilhete válido apenas até meia distância. Ou usar um raticida poderosos que desinfestasse os gabinetes do Poder. Depois deveria ser escolhida uma pequena equipa de gente séria, bem fiscalizada, para governar e para exercer a Justiça, isenta dos vícios do passado e dedicada aos interesses nacionais.
Isto já não se resolve com trocas de uns pelos outros, todos eivados das mesmas maleitas.

Um abraço
João