sábado, 16 de abril de 2011

Ministros contradizem-se

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Ministro da Presidência desautorizou ministro das Finanças
Jornal de Notícias. 16-04-2011

O deputado do PSD Miguel Frasquilho e o conselheiro nacional do mesmo partido Nogueira Leite consideraram este sábado que as declarações do ministro da Presidência sobre a execução orçamental desautorizam o ministro das Finanças e baralham os portugueses.

"A situação do país é muito perplexa e as declarações do Governo sobre questões financeiras não são coerentes. Parece que existem dois responsáveis pelas Finanças, o ministro das Finanças e o ministro da Presidência", disse à agência Lusa Miguel Frasquilho.

O economista explicou que, primeiro, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, declarou que, a partir do final de Maio, Portugal não tem recursos para fazer face aos compromissos assumidos em termos de financiamento e para as despesas correntes, mas que, agora, na altura em que revelou dados preliminares sobre a execução orçamental, o ministro da Presidência, Silva Pereira, disse o contrário.

"Estas declarações não são coerentes, são contraditórias, e deixam os portugueses baralhados. Ainda por cima, numa altura em que se exigia grande transparência", realçou Frasquilho, acrescentando que a situação "nada abona para a credibilidade do país".

O deputado pediu para que "o Governo não fale a tantas vozes" e para que "não crie tanto barulho".
Por seu turno, Nogueira Leite afirmou à Lusa que "num momento tão difícil da vida colectiva dos portugueses o Governo deveria mostrar unidade e empenho, não voltando o ministro da Presidência a desmentir o ministro das Finanças em público".

O conselheiro nacional do PSD reforçou que "o ministro das Finanças não pode ser desautorizado por um ministro da Presidência" e pediu para que o Governo "mantenha a compostura".
Segundo Nogueira Leite, que disse não pretender entrar em "guerra partidária", este é "um apelo de cidadania".

Já na sexta-feira, o antigo líder do PSD Marques Mendes considerou que, ao escolher o ministro da Presidência para interlocutor com os partidos da oposição na negociação do pacote de ajuda externa, o primeiro-ministro, José Sócrates, desautorizou o ministro das Finanças.

"O ministro Teixeira dos Santos foi desautorizado de uma forma notória pelo primeiro-ministro. O que era normal é que quem fizesse a mediação entre Governo e oposições na negociação deste pacote de ajuda externa fosse o ministro das Finanças, porque é uma questão financeira", afirmou aos jornalistas em Viseu.

NOTA: Só numa equipa desorganizada um elemento desconhece as suas funções e entra na área do colega ao ponto de o desautorizar e contradizer. Um princípio sagrado é respeitar o outro tal como deseja ser respeitado por ele.

Também o BE diz que algo «não bate certo» e confundem superavit com problemas de tesouraria. Bagão Félix diz que não é boa prática apresentar números avulso, quando cá estão especialistas da troica.

Tal amadorismo confrange, pois estão em jogo as nossas gotas de suor extraídas pelos impostos e pelas várias restrições de vencimentos, pensões, e condições sociais e fiscais já tradicionais.

Imagem do Google

2 comentários:

Mentiroso disse...

Ai contradizem-se?
Como se o que diz esse aborto tivesse alguma importância. Quem ouvir a gente do partido dele é obrigado a perguntar com lhe passe despercebido a trave que tem no olho. Verdade ou mentira que importância tem o mais importante seria não dar ouvidos a uns nem a outros. Eles só ladram para NÓS ouvirmos e votarmos neles. Nem têm qualquer outra intenção, que é tudo e a única coisa que conta para eles.

O que eles dizem, sejam os que forem não tem qualquer valor, que o único valor reside no que fazem e nos resultados. Parece ter ficado bem claro aqui:
http://mais-mentiras.blogspot.com/2011/04/debacle.html

A. João Soares disse...

Caro Amigo,

Tem razão. Por mais que nos esforcemos por convencer as pessoas a pensarem pela própria cabeça, a publicidade embrutece-as, turva-lhes o espírito, com a imagem e o som das palavras a ocultarem o conteúdo dos discursos.
A regra que seguem é: É preciso que apareçam muitas vezes e digam qualquer coisa com um sorriso que aparente boa disposição. Mesmo que alguém critique é preferível isso do que nada digam a seu respeito.

Durante a guerra da Coreia, o general Eisenhower, então Presidente dos EUA, numa visita às tropas coreanas, começou por contar uma anedota. Depois de a conter, mandou o tradutor fazer a tradução e depois de este dizer poucas palavras ouviram-se aplausos exagerados. O presidente perguntou o que o tradutor disse aos soldados, pois a anedota tinha demorado tempo a contar. A resposta foi: disse-lhes riam-se que o general contou uma anedota.

A multidão não usa o raciocínio, age por sinais e os nossos políticos têm bons técnicos de marketing a aconselhá-los!!! Veja-se as votações por unanimidade e outras por grande maioria. Veja-se a ausência de reacções a casos gritantes, a adoração ao «querido líder» apesar da incompetência que tem demonstrado e dos variados casos de suspeitas em que tem estado envolvido.

As ovelhas pretendem apenas um pastor que as leve ao pasto, seja quem for o pastor ou qual for pasto.
É preciso que apareça em frente da multidão alguém que se mostre e fale ou agite um trapo visível para irem atrás.

Reconheço que o simples facto de os citar, mesmo que seja para lhes evidenciar os erros, já é fazer-lhes propaganda.

Um abraço
João
Do Miradouro