A propósito da notícia de que uma jota propõe iniciativas "emblemáticas" de combate ao desemprego jovem, encontrei um texto que faz parte de um artigo publicado na Revista «L'Express», Paris, 200-.04-13, pág 48 – 53 que se refere a exemplos de empreendedorismo jovem na Suécia.
Como entre nós não existe tal tradição nem mentalidade, é preciso estudar bem o problema e descobrir as pistas para avançar na procura das melhores soluções. Há obrigatoriamente que interpretar o apoio ao empreendedorismo, como estímulo à produção de bens e serviços e consequente criação de emprego e de riqueza e não, como tem sido costume português, como forma de consumir o dinheiro público em subsídios sem esperança de rentabilidade.
Eis o capítulo do artigo, mais expressivo para este efeito.
«Empresários em série» com 16 anos
«Os suecos são naturalmente reservados, o que explica sem dúvida que eles estejam mais à vontade na Internet do que nos bares», diverte-se um professor da prestigiosa Escola real politécnica. Outra figura da nova economia sueca, Patrik Lindehag não o contradiz. Actual presidente de um dos mais importantes fundos de investimento em Estocolmo, Sky Ventures, dissimula mal o seu mal-estar perante a admiração que lhe testemunham. A sua ascensão é sem dúvida impressionante. Antes mesmo de a Internet ter verdadeiramente desembarcado no Velho Continente, ele lançava, em 1986, a primeira sociedade europeia de vendas de computadores... em linha! Não tinha então senão 16 anos e, dois anos mais tarde, revendeu o seu fundo de comércio por «apenas» seis mil contos. «O meu menos bom negócio», declara ele hoje. Com 30 anos, e apenas mais seguro de si, acaba de ceder duas outras das suas sociedades e de embolsar vários milhões de contos. Mas Patrik Lindehag não é homem para parar em caminho tão bom. «Considero-me como um empresário em série», brinca ele. A sua última criação Sky Ventures, conhece já uma ascensão fulgurante: dois meses depois da sua introdução na Bolsa, o título da sociedade ganhou mais de 500%.
«Os empresários suecos compreenderam desde há longo tempo que o sucesso das suas «novas empresas» implicava uma estratégia tanto internacional como local», analisa Staffan Helgesson, director de Startupfactory, um dos últimos viveiros de empresas em Estocolmo. «A vantagem é dupla se considerarmos que a força da Internet reside em ser um instrumento ao mesmo tempo colectivo e individual», lembra ele. Em claro, quando os Americanos e Europeus pensam primeiro em impor-se sobre o seu próprio mercado, os Suecos falam em conquistar o mundo. Com toda a simplicidade, certamente. A exemplo do Spray, a grande maioria das «novas empresas» suecas começaram também muito cedo a implantar-se no estrangeiro, por vezes antes mesmo de serem realmente exploráveis. É o caso, por exemplo, de Citikey, uma sociedade de serviços Internet dedicada aos telemóveis. Criada há precisamente um ano por um jovem diplomado da Escola real politécnica, Ziad Ismail, a neófita, já com 50 assalariados, implantou-se em Estocolmo, Berlim, Londres e Paris. «Contamos instalar-nos já este ano na Ásia e nos Estados Unidos», explica Ziad Ismail. «Ter pessoas nos mercados locais é indispensável». Os seus accionistas estão aparentemente convencidos: depois de ter já colocado sobre a mesa mais de 200 mil contos em 1999, eles aceitaram investir mais de dois milhões de contos este ano.
«O sucesso das 'novas empresas' suecas devem também muito aos investimentos públicos», lembra sempre Jean-Marie Guastavino, conselheiro científico na embaixada de França na Suécia. Montante interessante, o valor anual investido pelo Estado na investigação e desenvolvimento representa 4% do PIB, um recorde na Europa, contra 2,5% em França.
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