Quando se fala da ONU, a primeira sensação é a de que se trata de um poder superior aos de todas as nações do mundo, servida por pessoas superiormente dotadas, a decidir, de forma imparcial, na busca dos melhores objectivos em busca da paz universal, seguindo valores e princípios acima de qualquer dúvida ou controvérsia.
Mas na realidade, os seus funcionários não são super-homens e não diferem dos políticos que agem nos diversos Estados. E, assim, continuam por ser cumpridas as promessas de referendos na Caxemira e no Saraui, não foi visível a actuação para evitar as guerras no Iraque e no Afeganistão, tal como no Kosovo e Sérvia, nem nas recentes dificuldades entre as duas Coreias.
Porém, inexplicavelmente, decidiu a ingerência nos assuntos internos da Líbia, ordenando bombardeamentos contra objectivos de segurança, destruindo património, o que, só por milagre, não causaria baixas em cidadãos líbios. Criou assim um precedente grave e aumentou a sua perda de credibilidade porque não reagiu de forma parecida em muitos casos semelhantes ocorridos em vários Estados.
Depois, sucederam-se as notícias de medidas repressivas, policiais e militares, para restabelecer a ordem em outros países como a Síria e o Iémen, sem que tivesse havido intervenção da ONU, ao ponto de que, agora, mais de 200 organizações pedem fim do silêncio da ONU sobre a Síria. Fica a dúvida: Como irá agir o Conselho de Segurança da ONU? Intervir como fez na Líbia? Ou pedir desculpa e indemnizar Kadafi pelo erro cometido e prometer não mais voltar a errar dessa forma? Qualquer destas alternativas é inconveniente por desprestigiar uma Organização que deve procurar recuperar o respeito do Mundo. Nestas decisões com incidência na vida internacional global é de boa regra sempre pensar antes de decidir.
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