Corrupção não se resume ao dinheiro a passar de mãos, pois a troca de favores e o amiguismo, podem ser igualmente corrosivos para o País, em vários aspectos, desde o económico ao ético. O artigo transcrito a seguir, merece profunda reflexão por dar pistas adequadas a evitar e prevenir tal moléstia.
Transparência e Integridade receia "avalanche de nomeações políticas" na Administração Pública
DESTAK/LUSA. 27-07-2011
A associação Transparência e Integridade denuncia aquilo que chama "o início de uma avalanche de nomeações políticas para ocupar mais de 1.200 cargos dirigentes que estão vagos em empresas e organismos do Estado" e exige reformas urgentes para as nomeações.
A Transparência e Integridade Associação Cívica (TIAC), que é o ponto de contacto em Portugal da organização internacional de luta contra a corrupção Transparency International, "manifesta a sua oposição e alarme quanto à forma como foram escolhidos os novos elementos da administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD)".
"A nomeação dos novos corpos sociais da CGD, feita sem qualquer critério de transparência, ignora por completo as recomendações de prevenção da corrupção que a TIAC apresentou no final de junho ao Governo e à troika [Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia] que acompanha o processo de resgate a Portugal", refere a associação em comunicado.
O presidente da TIAC, Luís Sousa, coloca ainda algumas dúvidas "quanto ao modo como algumas das reformas previstas no Memorando de Entendimento, nomeadamente as privatizações e a renegociação das parcerias público-privadas, irão ser conduzidas".
A TIAC considera que as nomeações já anunciadas para a Administração e a Comissão de Auditoria da CGD "dão seguimento à promiscuidade entre a política e os negócios".
E concretiza as suas reservas com a nomeação para a Comissão de Auditoria, em regime de não exclusividade, de advogados envolvidos em negócios nos quais "a CGD é participante ou parte interessada".
"Este conjunto de nomeações revela uma inquietante indiferença por parte do Governo em relação aos conflitos de interesses nas relações entre o sector público e o sector privado", diz Luís de Sousa.
Face a estas notícias de nomeações na administração pública, a TIAC reitera algumas recomendações urgentes, nomeadamente a alteração da lei que determina o fim do mandato dos directores-gerais da Administração Pública com a tomada de posse de um novo Governo. Propõe que seja alargado o procedimento concursal assente no mérito e na livre concorrência aos cargos de dirigentes na Administração Pública e acabar com as nomeações de confiança política por despacho do primeiro-ministro.
E que as biografias dos candidatos sejam públicas e refiram cargos ocupados nos últimos anos, interesses detidos (representações em órgãos sociais, participações em capital, etc.), filiações partidárias, laços de família, cargos desempenhados em actuais fornecedores ou clientes e tudo aquilo que possa constituir um conflito de interesses real, potencial ou aparente com a actividade que vão exercer.
"O Governo e o primeiro-ministro tinham anunciado que iriam romper com as velhas práticas de partidarização do sector público. Pelos vistos, parecem ter-se ficado pelas intenções. A partir de agora, aberto este precedente, é expectável uma pressão feroz por parte das clientelas políticas dos partidos no Governo para o assalto em força à máquina do Estado", afirma o presidente da TIAC, Luís de Sousa.
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quinta-feira, 28 de julho de 2011
Corrupção. Alerta importante
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7 comentários:
O prego na ferida.
Que grande anedota a atestar a capacidade mental dos pobres parvos que acreditaram no que se lê no último paragrafo deste post tão demonstrativo do estado corrupto que grassa pelo país.
Demonstra ainda o que escrevi no final de tantos posts: Não poderá haver mudança sem controlo dos políticos, sem que se ponha um cabresto e tê-los em rédea bem curta. Que mudar de partido de nada serve sem que estes requisitos essenciais duma democracia sejam implantados. Que o indício de que poderá haver qualquer mudança será o fim do assalto dos parasitas aos postos da administração a cada mudança de governo como se fossem espólios duma guerra da Idade Média.
Nem vale a pena reclamar seja o que for que possa ser abrangido por estas necessidades. Perda de tempo, é bater a volta do bucho, como dizem os ingleses.
A questão do uso do substantivo «resgate», como no texto do TIAC também é outra demonstração de iletrados. Veja-se o significado em português e note-se se lá se encontra alguma definição que se lhe adapte:
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx
http://pt.wiktionary.org/wiki/resgate
Todavia, na Wikipédia em brasilês pode corresponder, mas pergunta-se: Quem reclama contra o Acordo Ortográfico de 1990 pelas razões geralmente avançadas, poderá seguir este raciocínio? Há que ter alguma coerência entre o que se diz e o que se faz., senão é como o Barrabás.
Amigo João, concordo perfeitamente com o que diz o "mentiroso" no comentário que precede o meu.
Realmente o Povo, não há meio de abrir os olhos e continuaremos a ter mais do mesmo, tal como no PS neste capítulo das nomeações e a meu ver, nas restantes políticas.
Não há decência, nem honestidade nos nossos governantes.
Boa semana.
Bj
Sãozita
Caro João Soares
Mas será que ainda alguém acredita em promessas de políticos?
Em política o importante não é, nem nunca foi, a competência, mas a fidelidade. Mesmo que esta tenha de ser comprada a preço de ouro (e à custa dos contribuintes, claro...).
caros Amigos, Mentiroso, Sãozita e Vouga,
Os vossos comentários são pinceladas, muito ajustadas, num retrato da realidade. Costumo dizer que a crítica corresponde ao diagnóstico da doença e que, depois, é preciso a terapêutica. Isto é, toda a crítica deve terminar com uma proposta ou sugestão de medicação.
Mas a sugestão não pode assentar nos políticos, porque eles não são tão generosos que abdiquem das suas benesses, dos seus benefícios, dos apoios que dão aos seus amigos, num conluio de corrupção, mesmo que sem mexer directamente no vil metal a passar de mãos.
Por isso, é preciso acção popular que os pressione a alterar aquilo que está a mais e que resulta em prejuízo dos contribuintes. Se os políticos tivessem a serenidade suficiente e isenção em relação aos mandantes ocultos, poriam os olhos naquilo que está a acontecer no Norte de África e Médio Oriente e procurariam evitar abusos que possam conduzir a tais conflitos internos.
O caso ocorrido na Noruega deve ser aproveitado para avaliar até que ponto se deve ter atenção às possíveis causas do descontentamento dos cidadãos. Descontentamentos persistentes geram ideias fixas que amadurecem e originam a criatividade para soluções menos adequadas que afectam inocentes, em vez de alvos seleccionados com culpas na deterioração da situação. Mas esses alvos seleccionados não podem considerar-se a coberto da ira popular.
Cumprimentos
João
°º✿
º° ✿✿♥ ° ·.
Reflexão sensata!
°º✿
º° ✿✿♥ ° ·.
Bom fim de semana!
Beijinhos.
Brasil
°º✿
º° ✿✿♥ ° ·.
«Se os políticos tivessem a serenidade suficiente e isenção em relação aos mandantes ocultos»
Caro João Soares
A esta sua afirmação, eu acrescentaria que esses políticos não existem, se é qie algum dia existiram. E penso que nunca virão a existir, pelo menos por muitos dias. Caso tentassem essa tal serenidade e isenção, o seu mandato estaria condenado à partida. Veja-se, dentre muitos, o caso de Kennedy e agora o Obama. O primeiro levou três tiros, provavelmente a mandato da CIA, e o segundo já está mais do que manietado. E este sabe bem que está com muita sorte por ainda estar vivo.
Fala aqui em apresentar soluções. Não sei se as há mas, a haver, todas passam pelo verdadeiro sentido das realidades...
Caro Vouga.
Infelizmente, o que diz é a realidade. Os governantes não passam de títeres manipulados pelos poderosos da economias e da finança que actuam através dos barões e dos «boys» dos partidos numa complicado malha de tráfico de influências.
Se o Governo não dá tacho aos seus camaradas partidários, além da oposição oficial, tem a hostilidade dentro do partido, dos desiludidos que sonhavam com tachos.
Por isso deixei o alerta constante no último parágrafo.
Abraço
João
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