O ministro da Economia admite que a energia nuclear «é uma possibilidade» para Portugal. Realmente, no campo das hipóteses que devem ser estudadas, pois nenhuma deve ser colocada liminarmente de lado, antes de devidamente estudada nas suas vantagens e inconvenientes, e depois todas comparadas entre si para ser escolhida a mais aconselhável no universo dos factores considerados na sua avaliação.
Mas de momento, parece inoportuno e pouco sensato admitir tal hipóteses, depois das recentes manifestações contra a central espanhola de Almaraz em que estiveram presentes ecologistas portugueses, depois das imagens que circulam sobre os efeitos biológicos das fugas radioactivas provocadas pelo Tsunami no Japão e dos não esquecidos dramas decorrentes em muitas famílias devidos ao acidente na central de Chernobil.
Também não se pode deixar de atender aos alertas da professora doutora Maria da Conceição Tavares aos jovens economistas e políticos para o cuidado de não se deixarem dominar pela obsessão da matemática mas, pelo contrário, colocarem os interesses das pessoas em primeiro lugar.
Imagem de arquivo
Boas-Festas
Há 2 horas
5 comentários:
Enfim, parece que nos estamos a esquecer que Almaraz(Espanha) em caso de terramoto na escala 7 ou 8 na escala de Richeter vai desta para melhor...
Veja - se no Japão pais desenvolvido e 3º economia mundial os problemas que vai ter nos próximos anos...
Apesar das energias renovaveis serem supostamente caras, o que se deve ao alimentar de lobbies que sustem estas energias do meu ponto de vista....
Deve se continar a apostar nestas pois são seguras e ambientalmente mais favoraveis tendo em conta os actuais preços dos combustiveis fosseis, bem como temos de ter presente uma prespectiva de futuro.
Dá vontade de dizer: "Irra que é burro"
Cumprimentos,
Magno.
Caro João Soares
Lembra-se daquela cantiga em que se dizia "a formiga no carreiro vai em sentido contrário"?
Pois eu agora estou a desempenhar o seu papel. Talvez porque seja um tanto alérgico às verdades incontestáveis dos fazedores de opinião que, apesar de tudo, me parecem muito sensíveis às modas. E hoje está na moda ser-se contra o nuclear. O que não quer dizer que não tenham razão.
Passe este preâmbulo a remar contra a maré, direi que vivemos num mundo demasiado dependente de energias e tecnologias potencialmente perigosas. Se contabilizarmos quantas pessoas morreram de explosões de gás (que nós todos temos em casa), electrocutados, atropelados e por aí fora, talvez sejamos menos fundamentalistas.
Para terminar, gostava de ver uma estatística que contabilizasse a quantidade de energia nuclear já produzida em todo o mundo, os seus custos e as mortes (e outros danos) causadas directamente pelas centrais.
Caros Magno e Vouga,
Apresentam dois pontos de vista interessantes que se completam. O ideal seria procurar que a sociedade deixasse de estar tão dependente das energias, se simplificasse, regressasse um pouco a patamares mais primitivos, mas mais saudáveis e seguros. Dirão que este é um desejo utópico +porque a tendência é aumentar por qualquer forma o que se chama comodidade de vida.
Quanto especificamente à NUCLEAR, parece que a comparação proposta pelo Vouga, parece não ser fácil. Enquanto uma electrocussão mata ou fere aquele que utilizou a electricidade de forma menos cuidadosa, a nuclear destrói vidas alheias ao acidente, distantes no espaço e no tempo, infecta terrenos e seres vivos, animais ou vegetais, durante anos, como se viu em Chernobil e agora na vida no Japão, como mostram as imagens referidas no texto sobre as deformações em animais marinhos.
Não é por acaso que a Alemanha e a França decidem encerrar várias centrais nucleares.
A moda do nuclear apareceu com a matemática de economistas que só vêm números e que não conseguem ou nem querem pensar nas pessoas, que são apenas peças de uma máquina a que chamam economia. Vale a pena ver o recado da professora Maria da Conceição Tavares linkado no texto.
Abraços
João
Ministro da Economia afasta necessidade de recorrer ao nuclear
Caro João Soares
Não se pense que sou a favor do nuclear. Só não sou fundamentalista, ou seja, é uma hipótese que, a meu ver, não pode ser liminarmente posta de parte, porque ninguén sabe o futuro. E o mais certo é aparecerem, tal como na aviação, tecnologias que tornem os riscos aceitáveis.
Quanto aos mortos, é melhor não falar disso. Caso contrário, ainda aparece por aí algum detentor exclusivo da verdade a gritar: "Automóvel não, obrigado"
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