Há meio século, havia os conhecidos «planos de fomento» que eram mecanismos de gestão conducentes à continuidade de acções positivas para o desenvolvimento nacional de forma convergente para objectivos de longo prazo. Qualquer decisão era inserida na sua linha orientadora, para um maior rendimento do esforço, da energia e dos meios utilizados. Hoje, pelo contrário, tudo é resolvido sobre o joelho, com decisões focando o imediato, com a concessão de subsídios isolados e pontuais, sem uma visão estratégica. Veja isso no post O essencial e o secundário.
Marcelo Rebelo de Sousa traduz essa falta de uma estratégia com objectivos bem definidos e ideias claras de como os atingir com a frase “Falta a ideia de uma reforma do Estado”.
Mudando ou não a Constituição, é urgente que se decida emagrecer a estrutura dos «tachos» inúteis, ou melhor, com utilidade apenas para os boys nomeados por compadrio e amiguismo e que são a causa da obesidade do Estado. A definição das grandes linhas estratégicas não pode ser feita “ às pinguinhas, de improviso”, mas «de uma vez só», de forma coerente para ser convincente e transmitir a segurança do rumo que se pretende dar ao barco.
É urgente, porque «cada dia e semana que passa, é um dia e uma semana que se perde”, que se evidencie seriedade, competência, vontade de defender os interesses de Portugal e o bem-estar dos portugueses mais carentes. A Educação devia ser mais orientada para os comportamentos mais racionais da população; a Justiça devia ser mais agilizada, rápida e olhando todos por igual, sem as imunidades dos elementos de bandos privilegiados; os serviços de apoio social deviam obedecer a critério bem claro e rigoroso, para não oscilarem ao sabor do caso isolado, etc.
Sem linhas orientadoras bem definidas, desperdiçam-se energias, em que o tempo é o recurso mais escasso e crítico, e são colocados remendos sem olhar ao contraste de cor e diferenças do tecido. É indispensável capacidade de visão conjunta e de sentido de Estado.
Há que evitar, fazer promessas vagas e ocas, deixando passar o tempo sem fazer nada visível bem orientado para criar uma sociedade mais justa e sem definir o País que queremos e a linha de desenvolvimento a seguir.
Começa a haver razões para recear pelo que acontecerá quando o bom povo despertar e vir claramente o que os Governos, a coberto de um regime viciado em atavismos negativos, têm feito do País.
Imagem do Google
Almirante Gouveia e Melo (I)
Há 42 minutos
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