quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Erro ou intenção???

É comum a opinião de que os governantes só agem sob pressão e não por previsão, antecipação ou planeamento. Agora surge um caso a confirmar.

Embora seja repetido que a austeridade para se sair da crise tem de ser suportada por todos sem excepção, surgiu a notícia Pensões vitalícias dos antigos políticos escapam aos cortes dos subsídios de férias e de Natal aplicados a quem tenha salários superiores a 1000 euros. Estes, em vez dos habituais 14.000 euros anuais passarão a receber apenas 12.000, o que é um «imposto» de 14,2857%.

Depois deste grito de alerta, surgiu a notícia Governo propõe que ex-políticos paguem “contribuição solidária”, alegando que estes não foram inicialmente atingidos por não se tratar de 13º e 14ª mês pois recebem apenas 12 vezes por ano.

A colmatagem desta lacuna agora notada só ocorre depois da pressão da opinião pública (veja-se a primeira notícia linkada). Daí outra ideia que hoje é muito repetida, o povo deve usar o direito à indignação e os cidadãos perigosos não são os que gritam e reclamam mas os que se calam e que ficam indiferentes.

Depois fica a dúvida se a lacuna ocorreu por incompetência dos governantes ou se foi por interesse de não ferir interesses dos «camaradas» e os seus próprios não criando um precedente que amanhã lhes contraria a ambição. Há quem defenda que não haverá incompetência na actual equipa governativa!!! E, pelos vistos ainda apresentam argumentos «lógicos»

Espera-se que os jornais estejam atentos para ver se os detentores de tais «remunerações» luxuosas contribuem para a crise, no mínimo, com a percentagem de 14,2857, aplicada aos trabalhadores que auferem o salário de 1.000 euros.

Imagem de arquivo

2 comentários:

Mentiroso disse...

Quando não há controlo dos políticos nem democracia, estes não têm outro estímulo que não o dos interesses próprios. Vê-se pelo mundo fora. Que imaginar da estupidez nacional que não consegue enganchar um facto tão simples, a ponto de chamar democracia a esta enxovia?

A. João Soares disse...

Caro Mentiroso,

O que diz concorda com este desaba que transcrevo e que inseri na resposta a e-mail de um economista:

Sem dúvida que a sociedade está podre com procedimentos egoístas apenas guiados pelos lucros fáceis e volumosos, sem olhar a valores éticos, sem respeito pelos outros, sem honra. Os políticos vieram desse lamaçal imundo.
Os políticos têm perante os eleitores deveres especiais porque neles se vota e a eles se deve exigir o cumprimento de promessas, de deveres de fidelidade e lealdade à Nação (conjunto de cidadãos). São eles que devem legislar para moralizar a vida de relação entre os cidadãos. Os erros que aponta de grandes empresários, bancos, especuladores, etc. deviam ser detectados precocemente, julgados e condenados pela Justiça, mas esta não tem um corpo legislativo que a torne útil, com rapidez e rigor. Culpa de políticos.
Ainda agora vi num e-mail que o administrador da CGD recebe mais do que a Christine Lagarde no FMI. Há tempos circulou outro a dizer que o Presidente do Banco de Portugal recebe muito mais do que o seu equivalente nos EUA.
O que fazem os nossos políticos perante estes e outros casos? Nada. Esperam vir a ocupar esses lugares paradisíacos e, por isso, não lhes mexem. São todos os mesmos. Nas suas poucas qualidades e grandes e muitos defeitos está a causa profunda da crise.
Não vale a pena mudar pessoas enquanto o regime continuar eivado dos vícios e manhas que nos estão a arrastar para um buraco de onde não se pode sair com independência e soberania.

Abraço
João