segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Crise é visível nos supermercados

Tem sido repetidamente escrito que a saída da crise não beneficia da diminuição do poder de compra da população das classes média e baixa.

A notícia Supermercados com encerramentos pela primeira vez numa década vem dar força a essa tese.

Dela se retiram algumas frases:

- os supermercados estão a ressentir-se da diminuição de rendimento disponível das famílias e dos indicadores de confiança que, em Portugal, se têm mantido em valores mínimos históricos.

- “O sector alimentar é mais resistente, mas já está em contracção, o que significa que a crise é mesmo profunda”.

- “Está na altura de mudar o discurso e ver o que é preciso fazer para sair [da crise]”.


NOTA: É indispensável criatividade, assente em perfeito conhecimento das realidades e dos seus mecanismos naturais, por forma a seleccionar a melhor hipótese de reestruturação dos sistemas económicos, financeiros e sociais, a fim de preparar o termo da crise e a vida melhor, desejável para os anos seguintes. Com as medidas já «prometidas», o poder de compra diminui, a economia enfraquece, multiplicam-se as falências, aumenta o desemprego e reduz-se a colheita fiscal...

Sem um estratega que saiba ajustar as teorias mais recentes às condições reais, com vista a construir uma sociedade (o mais possível) ideal, sem as actuais explorações e injustiças sociais, o mundo não conhecerá uma nova fase de desenvolvimento e de convivência pacífica.


Imagem do PÚBLICO

3 comentários:

A. João Soares disse...

Outra notícia a confirmar os efeitos da redução poder de compra na actividade económica

Portugal regista maior queda de vendas a retalho da União Europeia

Luis disse...

Caríssimo Amigo João,
É verdade tudo aqui exposto mas também se está a verificar que muitos dos ditos supermercados estão a reduzir as suas margens de lucro e nisso quem sai beneficiado são quem mais precisa.
Um abraço muito amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

São dois problemas diferentes:

1º Os cortes em diversos sectores, reduzem o rendimento disponível e a capacidade de as pessoas fazerem compras, começando por evitar o supérfluo, indo depois para a escolha do mais barato, e procurando reduzir a quantidade e qualidade da alimentação. As próprias lojas chinesas repararam na redução das vendas e estão a virar-se para a área alimentar visto que essa será a última a ter cortes drásticos.

2º Aquilo que referes é uma táctica de venda para atrair clientes e evitar o mais possível que estes vão para as lojas dos 300. De certo modo, constitui um marketing ardiloso de atracção do cliente. Mas não pode durar muito porque o aumento do IVA vai superar todos os preços de promoção, até porque nenhuma loja se aguenta a vender abaixo do custo de compra.

A Associação das empresas de restauração prevê mais de 20.000 encerramentos nos próximos meses.

Já há muita gente a levar o almoço para o emprego e outros vão ao restaurante comer o mínimo e pelo mais baixo preço.

A economia não se desenvolve com cortes nos rendimentos da s classes média e baixa. «Com as medidas já «prometidas», o poder de compra diminui, a economia enfraquece, multiplicam-se as falências, aumenta o desemprego e reduz-se a colheita fiscal...»

Abraço
João