Notícia do Expresso diz que Cadilhe defende imposto extraordinário sobre a riqueza, colocando-se no mesmo nível moral de milionários americanos e franceses que foram objecto de notícias:
- Super-ricos franceses querem pagar mais impostos
- Quarenta milionários americanos vão doar parte da sua fortuna
- "Parem de acarinhar os super-ricos", pede o milionário Warren Buffett
Mas os governantes, com o seu instinto canino de submissão aos poderosos da finança e da economia, não ousaram seguir tais conselhos e aproveitar a deixa que estes ricaços lhes forneceram.
Agora, Cadilhe, com ousadia, civismo e sentido de Estado, refere alguns pontos ligeiramente positivos do combate à crise, no nosso País, e sublinha aspectos preocupantes ao ponto de recear uma «explosão social» devido à degradação da «situação financeira do sector privado». E cita a "diminuta tomada de medidas estruturais" ao nível do corte das despesas públicas e reformas de fundo", a omissão de um plano estruturante contra o défice externo; o desemprego, "que as vistas da troika não alcançam” e a "fraqueza da justiça social".
Diz que «a situação social ainda resiste, "mas ameaça abrir brechas cuja iminência é difícil de avaliar". A escalada do desemprego "vai prosseguir". A equidade e a justiça social "estão subalternizadas".»
E perante as realidades que refere, tem a coragem e a frontalidade de seguir as posições dos milionários atrás citados e «insiste na recomendação de um "imposto one shot" sobre a riqueza "cuja receita seria aplicada na totalidade à amortização de divida publica". A tributação poderia funcionar, além do mais, "como um contrapeso social".»
Disto se conclui que Portugal precisa de mais pessoas a pensar livremente e com saber e bom senso. Este está no oposto ao maior rico de Portugal que diz não passar de um trabalhador, mas, na realidade, ele, apesar de milionário, paga de imposto menor percentagem do seu imenso rendimento do que um trabalhador paga de IRS, se tiver um salário de apenas 3000 €.
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sábado, 14 de abril de 2012
Cadilhe evidencia civismo e sentido de Estado
Posted by A. João Soares at 13:42
Labels: equidae, justiça social, sentido de Estado
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6 comentários:
Caro João Soares
Talvez os ricos mais esclarecidos já se tenham apercebido que a coisa está feia. E pensam que entregando umas migalhas conseguem evitar o inevitável. Gostava de os ver a recusarem paraísos fiscais, contas numeradas na Suiça, dinheiro de origem duvidosa e outros truques que, na verdade, estão na base do descalabro actual.
Caro Amigo Vouga,
A realidade não dá para muito optimismo, mas é benéfico ter um pouco de sonho e ilusão, porque o sonho talvez comande a vida.
É pena que as pessoas, em geral, e os políticos mais conscientes não realcem as afirmações em defesa da simplicidade e da justiça social. Seria mais pacífico explorar tais afirmações, procurando torná-las úteis, do que fazer manifestações barulhentas que podem descambar para a violência em que para o justo pelo pecador.
Quando tiver ocasião abra os três links seguintes e verá que nem tudo é utopia.
Mark Boyle: Há um ano sem dinheiro
O Steve Jobs da publicidade fartou-se do capitalismo?
Milionário desfaz-se da fortuna que o faz infeliz
Abraço
João
Caro João Soares
Já consultei os "sites" por si recomendados. Interessante!
Mas o melhor é não os divulgar muito. So o Vítor Gaspar sabe, talvez nos obrigue a viver sem dinheiro, como o irlandês Mark Boyle...
Caro Fernando Vouga,
Sem dúvida que para hoje se viver sem dinheiro, teria de haver profundas alterações na sociedade.
Mas o essencial e que é atingível será as pessoas fazerem descer o dinheiro do pedestal «divino» a que o guindaram e ao qual tudo sacrificam. Repare que por causa da riqueza há pessoas que andam durante as campanhas eleitorais a mendigar votos dando beijos a pessoas das quais fugirão fora dessas campanhas. O sacrifício que fazem para obter votos!!! E os nomes impróprios que ouvem, dos seus opositores no Parlamento e na rua (O PR deixou de ir visitar uma escola em Lisboa (visita oficial agendada) para não enfrentar um grupo de estudantes.
Mas esse perigo do Gaspar merece cuidados. Ele faz lembrar a canção «Eles comem tudo e não deixam nada».
Um abraço
João
Acho inacreditável que alguém possa concordar com as afirmações de Miguel Cadilhe. Desde quando é que quem poupou, fazendo sacrifícios, contribuiu para a crise? Quem é verdadeiramente rico nem sequer tem o dinheiro em Portugal e não seria nunca afectado por tal medida! Como é que alguém que, por exemplo, tem 50 mil euros no banco, que os poupou ao longo de 30 anos de trabalho pode ser considerado rico e pagar 3% ou 4% desse valor? Estamos a brincar ou é pura demagogia?
Apesar de a ficha de PM mostrar que se trata de um anónimo, não deixo de responder.
A opinião de Cadilhe, só por si, diz-me muito pouco, mas se quiser dar-se ao trabalho de abris os links que estão no texto do post, verá que os ricos (50.000 euros não dá direito a chamar-se rico!!!) da América e de França já antes emitiram tal sugestão.
Também não é rico quem conseguiu poupanças com o seu trabalho durante a vida, quem ganhou o pão com o suor do seu rosto. O rico usou truques, por vezes pouco claros, negócios especulativos, com habilidades, tipo BPN, Freeport...
Volte mais vezes, porque os portugueses precisam de reflectir nestes problemas e, para isso, nada melhor do que ideias que convidem ao debate.
E, a propósito de debate de ideias, transcrevo uma frase de Sir Francis Bacon:
«Não leia com o intuito de contradizer ou refutar, nem para acreditar ou concordar, tampouco para ter o que conversar, mas para reflectir e avaliar.»
Cumprimentos
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