Quando, em meado de Julho, surgiu a notícia Administrador dá emprego à família parecia que se tratava de uma distracção de um alto quadro da estrutura de saúde recentemente nomeado e o caso foi referido no post Mais obesidade para empregar família como um alerta para o ministro controlar melhor os aumentos de despesa e a moralização de um sector de tanta responsabilidade para manter uma boa imagem junto da população e merecer dela a maior confiança.
Agora, aparece a notícia que se transcreve que faz recear que o sistema de clientelismo, compadrio e amiguismo esteja a infectar, de forma mais grave do que era de recear, a estrutura da saúde. Eis a transcrição da notícia do PÚBLICO:
Sindicato dos Médicos do Norte acusa ministro de "tráfico de influência”
Público. 10.08.2012 - 19:45 Por Lusa
Sindicato diz que está em causa a democracia
O Sindicato de Médicos do Norte acusou nesta sexta-feira o ministro da Saúde, Paulo Macedo, de cometer “tráfico de influências” a propósito da nomeação de novos directores nos Centros de Saúde da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.
Em comunicado, o Sindicato de Médicos do Norte (SMN) diz que “nunca” a “promiscuidade” e “apropriação dum serviço público pelo clientelismo partidário” foi tão longe.
O sindicato refere-se às três primeiras nomeações de novos directores dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da ARS do Norte, publicadas em Diário da República na passada quarta-feira.
“O despudor, a irresponsabilidade e os inequívocos sinais de tráfico de influências que agridem e minam o Estado de Direito bateram no fundo”, acrescenta o sindicato, acusando os dirigentes de estarem a transformar “os serviços públicos pelos quais são transitoriamente responsáveis em agências dos seus próprios interesses e do seu grupo de influência”.
“São indignos dos cargos que ocupam e da confiança que neles foi depositada para gerirem um património precioso que é de todos os cidadãos”, lamenta o SMN. O sindicato classifica de “escandalosas” e “levianas” as propostas do presidente da ARS do Norte, que dizem vir “quase exclusivamente de estruturas partidárias, de gente estranha ao sector, sem experiência, currículo e perfil para o cargo”.
O Sindicato avisou que a “qualidade de vida em sociedade e da própria democracia” está a ser posta “em causa”, recordando que o Serviço Nacional de Saúde ainda há “poucos anos foi classificado como um dos melhores do mundo”, atingindo níveis de desempenho extraordinários.
Em declarações à Lusa, fonte da ARS do Norte disse que “não têm mais nada a acrescentar” ao que já foi dito no passado.
Há alguns dias, o presidente da ARS, Castanheira Nunes, já havia dito que respeitava a “opinião institucional do Sindicato dos Médicos do Norte”, mas que era certo que a “adequação da gestão dos Agrupamentos de Centros de Saúde à prestação dos cuidados de Saúde” era garantida pelos Conselhos Clínicos de cada um, "presididos obrigatoriamente por um médico e com vogais representantes das demais categorias de profissionais de saúde”.
Sobre as críticas feitas ao facto de não serem médicos, a ARS recorda que de um total de “21 directores dos Agrupamentos dos Centros de Saúde da ARS Norte, há seis que não são médicos ou não estavam área da saúde.
A Ordem dos Médicos do Norte já tinha manifestado a sua “preocupação” com as recentes nomeações dos directores executivos dos ACES, alertando serem pessoas com “total ausência de experiência” na área.
Imagem do Google
Agora, aparece a notícia que se transcreve que faz recear que o sistema de clientelismo, compadrio e amiguismo esteja a infectar, de forma mais grave do que era de recear, a estrutura da saúde. Eis a transcrição da notícia do PÚBLICO:
Sindicato dos Médicos do Norte acusa ministro de "tráfico de influência”
Público. 10.08.2012 - 19:45 Por Lusa
Sindicato diz que está em causa a democracia
O Sindicato de Médicos do Norte acusou nesta sexta-feira o ministro da Saúde, Paulo Macedo, de cometer “tráfico de influências” a propósito da nomeação de novos directores nos Centros de Saúde da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.
Em comunicado, o Sindicato de Médicos do Norte (SMN) diz que “nunca” a “promiscuidade” e “apropriação dum serviço público pelo clientelismo partidário” foi tão longe.
O sindicato refere-se às três primeiras nomeações de novos directores dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da ARS do Norte, publicadas em Diário da República na passada quarta-feira.
“O despudor, a irresponsabilidade e os inequívocos sinais de tráfico de influências que agridem e minam o Estado de Direito bateram no fundo”, acrescenta o sindicato, acusando os dirigentes de estarem a transformar “os serviços públicos pelos quais são transitoriamente responsáveis em agências dos seus próprios interesses e do seu grupo de influência”.
“São indignos dos cargos que ocupam e da confiança que neles foi depositada para gerirem um património precioso que é de todos os cidadãos”, lamenta o SMN. O sindicato classifica de “escandalosas” e “levianas” as propostas do presidente da ARS do Norte, que dizem vir “quase exclusivamente de estruturas partidárias, de gente estranha ao sector, sem experiência, currículo e perfil para o cargo”.
O Sindicato avisou que a “qualidade de vida em sociedade e da própria democracia” está a ser posta “em causa”, recordando que o Serviço Nacional de Saúde ainda há “poucos anos foi classificado como um dos melhores do mundo”, atingindo níveis de desempenho extraordinários.
Em declarações à Lusa, fonte da ARS do Norte disse que “não têm mais nada a acrescentar” ao que já foi dito no passado.
Há alguns dias, o presidente da ARS, Castanheira Nunes, já havia dito que respeitava a “opinião institucional do Sindicato dos Médicos do Norte”, mas que era certo que a “adequação da gestão dos Agrupamentos de Centros de Saúde à prestação dos cuidados de Saúde” era garantida pelos Conselhos Clínicos de cada um, "presididos obrigatoriamente por um médico e com vogais representantes das demais categorias de profissionais de saúde”.
Sobre as críticas feitas ao facto de não serem médicos, a ARS recorda que de um total de “21 directores dos Agrupamentos dos Centros de Saúde da ARS Norte, há seis que não são médicos ou não estavam área da saúde.
A Ordem dos Médicos do Norte já tinha manifestado a sua “preocupação” com as recentes nomeações dos directores executivos dos ACES, alertando serem pessoas com “total ausência de experiência” na área.
Imagem do Google
3 comentários:
Caro João Soares
Eu votei no PSD nas últimas eleições legislativas. Não por convicção, mas como maneira de correr com o Sócrates. E não estou arrependido.
Embora à partida o actual PM me parecesse fraquito, tive alguma esperança que a criatura, no mínimo, moralizasse um pouco a política. Mas não, este governo é tão mau (péssimo?) como os anteriores.
Caro Fernando Vouga,
Compreendo a sua posição e a sua visão das realidades. O actual regime enferma de graves fragilidades e vícios de que resulta os sucessivos governos não poderem ser diferentes dos anteriores. Há poderes ocultos, não eleitos, que condicionam as acções dos governantes. Por sua vez, estes, condicionados pelas caraterísticas da Carreira política, salvo eventuais excepções, não têm como principal objectivo servir Portugal, mas servirem-se do cargo para enriquecimento rápido, dos seus camaradas de partido e de outros amigos. Mesmo que os eventuais excepcionais queiram ser honestos à missão de servir os portugueses, acabam por não ter coragem suficiente para enfrentar os obstáculos que lhes são colocados à frente. Os dois casos referidos no texto são um aspecto dessa preocupação. Consideram-se donos do país e dispõem de tudo o que deve ser nacional para se transformar no seu quintal que exploram a seu belo prazer sem pensarem nas condições em que o irão deixar.
Isto já não se resolve com o voto num ou noutro, pois têm demonstrado que nenhum deles é melhor do que o outro, porque nenhum tem coragem para dizer com, sinceridade, «que se lixem as eleições» e para passar a governar para os portugueses, com os portugueses. Por detrás deles está uma trama de poderes constituídos por trocas de favores, de conivências, de conluios, de compromissos, de cumplicidades, etc. que lhes impõem decisões e os controlam das formas mais discretas mas mais eficientes, como se observa nos aspectos visíveis da vida nacional. Mas, mesmo assim, o que se vê e o que se deduz, não passa da ponta do iceberg.
Se isto é a democracia e o melhor regime de entre os menos bons, deixem-nos experimentar os piores dos menos maus. Angustia-me imaginar como será a vida das crianças que hoje se arriscam a dar os primeiros passos e não pertencem aos bandos do poder.
Abraço
João
Caro João soares
Claro que este esquema não é democracia. Desgraçadamente está acima das democracias e funciona ainda melhor nas ditaduras, onde não é necessário comprar tanta gente.
Um abraço
Enviar um comentário