domingo, 9 de dezembro de 2012

Enriquecimento ilícito na mira da Ministra

Muito se tem escrito a apontar danos causados na vida nacional pelo «enriquecimento ilícito», pela «corrupção» e pelo «tráfico de influências» e a referir exemplos preventivos e punitivos utilizados em países mais avançados do Norte da Europa e de outros continentes.

Está provado que a luta contra estes flagelos é possível desde que haja vontade política.

Hoje surgiu a notícia de que a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, exortou a um "envolvimento cívico" pela defesa da criminalização do enriquecimento ilícito e advertiu que não desistirá desta lei, que "irá ao Tribunal Constitucional as vezes que for preciso".

Oxalá não lhe desfaleça o entusiasmo, pois terá de enfrentar todos os indivíduos que fazem parte do polvo, ainda no activo e dele já reformados. E eventualmente, terá de inserir alterações na Constituição que permitam inverter o ónus da prova e outros mecanismos do Código de Justiça.

É curioso que mesmo nas altas instâncias da Justiça tem havido opiniões de que não é possível combater estes crimes económicos. Por exemplo, são da magistrada Cândida Almeida as palavras “Digo olhos nos olhos: O nosso país não é corrupto, os nossos políticos não são corruptos, os nossos dirigentes não são corruptos” pronunciadas perante numerosa assistência de sociais-democratas.

Não vai ser fácil a tarefa a que a Srª ministra se propõe. Oxalá tenha o maior êxito para bem de Portugal, contribuindo para moralizar o regime e cortar ao polvo os seus inúmeros tentáculos e a sua perigosa virulência.

Imagem de arquivo

2 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro João Soares

A tal Cândida Almeida, também conhecida por "branqueadora de licenciaturas domingueiras", gosta muito de aparecer na TV, pintada até aos tornozelos e a botar falas grossas para impressionar. Não diz coisa com coisa e anda sempre em bicos dos pés a ver se apanha uns bons tachos. Só não se percebe como, mesmo em Portugal, conseguiu chegar onde chegou.

A. João Soares disse...

Caro Vouga,

Também tenho essa ideia da senhora. Veja o tom mais ou menos irónico a começar pelo próprio título do post a que agora me referi

Politicamente muito correcta !!!

«Temos que fazer justiça ao seu brilhante pragmatismo, aproveitando muito bem o local, as características da audiência e o bom momento em que se encontra. Estas foram as palavras mais politicamente correctas que podia dizer em altura em que o seu nome é referido como possível futura PGR (Procuradora Geral da República). Não parece provável que o PSD lhe dê o cargo, mas quanto a isso, a sua perspicácia ficou mais uma vez patente perante os jornalistas».

É pena que uma magistrada use de truques próprios de políticos, dizendo aquilo que pode favorecer os seus interesses pessoais, em vez de ser analista imparcial das situações reais.

Abraço
João