sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Emigração. Passos Coelho versus jornais


O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, afirmou esta quinta-feira, em Paris, que "ninguém aconselhou os portugueses a emigrarem", considerando, no entanto, que a emigração não deve ser um "estigma" para quem precisa de um emprego e não consegue encontrá-lo em Portugal.

Mas as sugestões feitas por ele em meados de Dezembro de 2011 foram suficientemente incisivas para serem tomadas como conselhos.

Não creio que os jornalistas tenham descido tão baixo que lhe tenham atribuído palavras que não disse. Talvez se trate de excepcional cuidado com as palavras explorando a diferença entre ‘aconselhar’ e ‘sugerir’. Só que as sugestões foram suficientemente incisivas para poderem ser interpretadas como conselhos.

Transcrevem-se extractos do artigo de 18 de Dezembro de 2011:

Pedro Passos Coelho sugere que os professores desempregados emigrem para países lusófonos, realçando as necessidades do Brasil...
Questionado sobre se aconselharia os “professores excedentários que temos” a “abandonarem a sua zona de conforto e a “procurarem emprego noutro sítio”, Passos Coelho respondeu: “Em Angola e não só. O Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário”, disse durante uma entrevista com o Correio da Manhã, que foi publicada hoje...
Pedro Passos Coelho deu esta resposta depois de ter referido as capacidades de Angola para absorver mão-de-obra portuguesa em sectores com “tudo o que tem a ver com tecnologias de informação e do conhecimento, e ainda em áreas muito relacionadas com a saúde, com a educação, com a área ambiental, com comunicações”...
“Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos”...

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