quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Emigração. Drama provocado pela crise


Há cada vez mais avós e mães que entram em depressão porque não aguentam ver emigrar os que amam. Nos últimos dois anos, 250 mil saíram do país, entre os quais milhares de crianças. A partida de familiares está na origem de depressões. Os médicos estão preocupados com a actual fragilidade da população.

A emigração é um drama originado pela crise e é prova de que a economia nacional vem estando em espiral recessiva, com encerramento de empresas e o consequente desemprego, não havendo condições de vida com dignidade. O número de pessoas que saiu de Portugal em 2011 aumentou 85% em relação a 2010 e a faixa etária em que mais se registou a saída foi entre os 25 e 29 anos.

E, segundo os psicólogos, mais grave do que para os adultos a emigração é mais grave para as crianças porque está a fazer delas "pequenas pessoas adultas", abolindo uma fase do seu crescimento que virá a fazer-lhes falta na formação da personalidade.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre estimativas anuais de emigração indicam que em 2011 emigraram, no total, 43.998 pessoas, ou seja mais 20.238 do que em 2010, ano em que emigrou um total de 23.760 pessoas, registando-se um aumento de 85% em apenas um ano.

Na Suíça há emigrantes em situação dramática. Muitos dos novos emigrantes portugueses na Suíça são "quadros" e pessoas com "formação superior" que, em "situação de desespero", optam por tentar a sorte naquele país, onde também já é "muito difícil" arranjar trabalho, pelo que acabam por aceitar tarefas, por mais desqualificadas que sejam.

Mas, apesar dos variados inconvenientes para o país Miguel Relvas mostrou-se "orgulhoso" da "nova emigração" de jovens bem preparados sem ter em consideração a falta que fazem ao crescimento de Portugal e as dificuldades que muitos enfrentam como consta da situação na Suíça atrás referida.

E Passos Coelho não encontrou melhor conselho a dar do que sugerir a emigração a professores desempregados.

Será que os governantes estão com o olho nas «remessas de emigrantes»? Será que os actuais emigrantes seguirão o saudosismo dos de outrora que tinham por objectivo construir uma casa nos montes da Beira Alta, em terreno herdado dos pais, sem condições de água e saneamento nem apoios de saúde e outros serviços próximos e que, depois, as deixaram ao abandono em degradação progressiva? Ou que será que os jovens de hoje, melhor preparados, se inserem nas sociedades locais e por lá ficam em ambiente mais seguro e garantido do que o da terra natal de onde tiveram que sair por falta de condições de vida?

Entretanto os pais e avós continuarão por cá em depressão, procurando afogar o desgosto com o alcoolismo e em risco de suicídio.

Imagem de arquivo

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