sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Miguel Macedo ouviu «Grândola»


Trinta pessoas entoam Grândola na chegada de Miguel Macedo à Guarda 
Público. 22/02/2013 - 19:07. LUSA

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, foi hoje recebido na Guarda com vaias e ao som de Grândola, vila morena, por cerca de 30 manifestantes, momentos antes de entrar na biblioteca municipal, onde participou numa palestra.

A palestra sobre “Automóvel, turismo, segurança – desafios do futuro” está integrada nas comemorações dos 40 anos do programa radiofónico Escape Livre e dos 65 anos da Rádio Altitude.

Os manifestantes estavam identificados como elementos da comissão de utentes contra as portagens na A23, A24 e A25, da União dos Sindicatos da Guarda e do Sindicato dos Professores da Região Centro.

“Está na hora do Governo ir embora” foi uma das palavras de ordem usadas pelos manifestantes, para receber Miguel Macedo.

NOTA: O ministro Miguel Macedo está a aumentar a lista onde já constam Passos Coelho, Miguel Relvas, Paulo Macedo, Vítor Gaspar e Paula Teixeira da Cruz. Dizia o PM Pinheiro de Azevedo que «o povo é sereno», se não houver por parte do Governo um gesto apaziguador, com esclarecimento sobre a situação do País, as medidas a tomar e o porquê de serem essas e não outras, as manifestações podem deixar de ser folclóricas e serenas para usarem outras ferramentas mais perigosas.

Imagem de arquivo

13 comentários:

Anónimo disse...

Caro João Soares,

É preciso cuidado quando se diz que "o povo é sereno". E o almirante foi sequestrado mais o seu governo. Não concordo que não se deixe falar as pessoas interrompendo uma qualquer palestra. Isto já não é falta de educação nem serenidade a menos. É algo provocatório e que se sabia que aconteceria, mais tarde ou mais cedo, mediante tanta austeridade e mudança na vida nacional. Mas será que continuarão a ser tão serenos e harmoniosos cantores? A situação pode encaminhar-se para a anarquia...

Cumprimentos

A. João Soares disse...

Caro Relvas

Na parte final do seu comentário, é muito sensato o alerta para o perigo de atitudes piores a mostrar a indignação popular, por exemplo uma rajada isolada por um descontente suicida.

E a melhor solução para evitar tal excesso de violência será a sensatez sugerida por Henrique Monteiro na seguinte frase: Sempre que ouvimos as razões do outro lado, descritas com racionalidade e calma, mudamos um pouco. Sempre que as ouvimos no rugir de uma guerra de palavras, enquistamos no nosso preconceito. Espero que Passos, ainda que politicamente não o possa confessar, tenha também aprendido alguma coisa com aqueles jovens portugueses de Viena..

Esta sugestão deve levar a evidenciar, por factos reais, por medidas concretas, por actos governativos que amenizem o sofrimento de quem passa carência e daqueles que este ano já estão a entrar na área da insuficiência financeira. Ninguém honesto pode dizer que agora estamos no rumo certo.

Deixemo-nos de idiotices no palavreado. Sejamos verdadeiros, patriotas, honestos. Se a culpa é dos portugueses, a maior parte cabe aos políticos, aos jotinhas. E o povo precisa de bons exemplos de cima, mas não os tem, antes pelo contrário.

Abraço e votos de bfds
João

Fernando Vouga disse...

"Com a divulgação (hoje) do Boletim Estatístico de BdeP, para Fevereiro, conclui-se que em 2012 o saldo conjunto tanto (1) das balanças de Bens e de Serviços como (2) das balanças Corrente e de Capital com o exterior fecharam positivos: € 111 milhões no caso (1) e € 1.313 milhões no caso (2)."
Publicado por Tavares Moreira no blogue "Quarta República"

Caro João Soares

Admito que o caminho seguido pelo Governo seja o melhor. Mas peca pela falta de informação, que me parece pouco honesta, mal orquestrada e atabalhoada.
E não se podem pedir sacrifícios (que se estão a tornar insuportáveis) sem que o povo entenda, muito claramente, a sua razão.
Mas penso que já é tarde para inverter a marcha do descontentamento. Temo que a situação se torne incontrolável e vá tudo por água abaixo.

A. João Soares disse...

Caro Vouga,

O seu comentário encara o tema sob dois ângulos que se completam.

O primeiro refere-se aos números da macroeconomia que serve de orientação para as grandes decisões estratégicas, mas que despres«za os pormenorttes tácticos que dizem respeito às pessoas que são, ou devem ser o objectivo de uma boa governação.

O outro ângulo centra-se na táctica do dia-a-dia, no terreno, do ponto de vista das pessoas que sofrem os efeitos da boa ou má governação. Por exemplo, é escandaloso para a grande mioria dos portugueses saber que o PM disse, na Áustria, que estamos no bom caminho e não precisamos de alterar a rora que vimos seguindo. Ora, é sensação de quase todos os portugueses, mesmo de alguns militantes do PSD, que a rota que seguimos só pode ser considerada correcta por quem ache queu o destino, o objectivo, seja o abismo colectiva.

Há realmente o perigo de as manifestações folclóricas do canto popular se tornarem mais violentas e que, em vez da música se passem a ouvir os sons de tiros, disparados por algum indignado para quem a vida já pouco conte e queira primeiro terminar com a de responsáveis políticos. Oxalá não se chegue a esse ponto. Mas, para o evitar, é preciso ouvir os descontentes e procurar compreender as suas dificuldades e procurar as melhores soluções.

Os governantes devem prestar atenção à seguinte frase de Henrique Monteiro «sempre que ouvimos as razões do outro lado, descritas com racionalidade e calma, mudamos um pouco. [Pelo contrário,] sempre que as ouvimos no rugir de uma guerra de palavras, enquistamos no nosso preconceito»..

Os Governantes e os técnicos da economia não devem esquecer o povo e as suas circunstâncias e antes de citarem frases de economistas célebres do século passado, que foram válidas para explicar factos ocorridos antes de serem pronunciadas, mas que não podem ser aplicadas rigidamente para gerir o futuro, procurem, a partir delas analisar as realidades actuais e concluírem algo de realista e eficaz para delinear as rotas para um futuro melhor, sempre como o pensamento focado na maioria da população. É dessa parte dos eleitores que lhes virão os votos da vitória.

Mas não podemos ter esperanças em melhores dias se ficarmos sentados de braços cruzados à espera de milagre!!!

Abraço
João

Anónimo disse...

Caro João Soares,

Sugiro a leitura do artigo de opinião de António José Saraiva, no Sol, em Política a Sério: "A caminho da anarquia".

Mais uma vez concordo com a sua opinião!

Abraço

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

Caro João Soares,

Ao visitar o seu blogue surge-me este link: www.leaopelado.org

Cumprimentos

A. João Soares disse...

Caro Mário Relvas.

Agradeço as sugestões que me envia. Quanto a «A caminho da anarquia» ainda não consegui vê-lo na NET, mas estou convicto de que aparecerá dentro de dias.

Quando ao trabalho muito bem elaborado de Leão Pelado, embora a última actualização já tenha mais de 6 anos continua muito actual. É um documento que merece ser lido e meditado.

Também lhe sugiro a leitura do livro de José Gil «Portugal, hoje - O Medo de Existir». Tenho a Edição de 2004 da editora Relógio de Água. Já publiquei neste blog dois excertos dele
- A Burocracia vista por José Gil
- Democracia, totalitarismo e globalização

Mas uma coisa são os escritos e discursos e as promessas falaciosas com frases bombásticas sem conteúdo real, outra coisa são as observações imparciais dos acontecimentos que nos mostram as dificuldades de muita gente que se encontra no extremo oposto ao dos maiores ricos cuja fortuna não cessa de crescer apesar da crise.

Penso que no meu comentário anterior ficou bem clara a minha forma de olhar a situação actual. Com todos os discursos bonitos que pouco depois são desmentidos por outros discursos ou pelas comunicações de dados oficiais, começo a deixar de ser o «optimista preocupado» das últimas cinco décadas, por não haver já motivo para optimismo, nem políticos em quem possa ter confiança.

Veja as seguintes notícias, e depois diga se Passos é inteligente e honesto:
Passos Coelho: País está na direcção certa

- Desemprego dispara, défice derrapa, dívida cresce e crescimento encolhe

Homem honesto não diria uma coisa que não é suportada por qualquer indicador da realidade. Homem inteligente teria mais cuidado em captar a confiança das pessoas de forma mais aceitável. Se a direcção está certa quando se verificam os dados referidos no título da segunda notícia, então o objectivo será o mais profundo abismo de onde não há regresso. Ora, não creio que Passos queira conscientemente levar os portugueses para um suicídio colectivo, logo terá que dar umas guinadas no volante e mudar de direcção para evitar o buraco.

Por outro lado, se durante 20 meses temos vindo a sofrer crescentes sacrifícios sem que se tenha obtido qualquer melhoria, qualquer resultado positivo e compensador, não podemos esperar que a mesma equipa consiga inverter os resultados, pois a receita está a ser continuar com o mesmo tóxico em dose reforçada. Isso não cura dos efeitos negativos do tratamento anterior com dose mais ligeira.

Será que os responsáveis esperam por um milagre? Ou será que em vez de serem cumprimentados pelo som de uma canção popular passem a ser por outro som diferente e de efeitos mais dolorosos?

Abraço
João

Mentiroso disse...

Permitir que estes canalhas falem equivale a permitir repetições dos discursos do Adolfo com o intuito de os aprovar. Fora com eles e calá-los para sempre, que vozes vigaristas são perniciosas em qualquer circunstância.

Mentiroso disse...

Mais uma prova da imaturidade política em cantar para serem gozados quando os criticados também cantam com eles e, cheios de medo têm o desplante de fazer afirmações do género: fazem bem em manifestar-se, ou, as manifestações não alteram a governação.
A primeira, sente-se logo a falsidade de longe, pois que já não vão a lado nenhum sem uma enorme escolta e fechar várias ruas com medo. A segunda prova que, realmente, para eles, os desejos do povo, manifestados dessa ou de qualquer outra forma, não merecem a mínima atenção ou consideração, já que esse povo não tem qualquer relação com a soberania da nação.
Reles pulhas!

Mentiroso disse...

Tal como se lê no site do Prémio Nobel, O da literatura de 1997 foi dado ao italiano Dario Fo porque nos seus escritos ele é «who emulates the jesters of the Middle Ages in scourging authority and upholding the dignity of the downtrodden». Ou seja, «quem emula os bobos da Idade Média açoitando a autoridade e elevando a a dignidade dos oprimidos».

Não é de estranhar, conhecendo que muitos desses prémios têm sido dados a revolucionários que seguem os mais básicos princípios humanitários. Dario Fo deu, na semana passada, uma entrevista à Euronews, cuja emissão ue tem sido repetida inúmeras vezes. Como não era folhetinzeco para rascas mentais, tipo SIC, quase ninguém a viu. Claro que nem nela se fala a desinformação anti-social, pois que seria um autêntico lança-chamas no actual contexto nacional.

Mentiroso disse...

Faltava o link para a referência:
http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1997/

A. João Soares disse...

Caro Mentiroso,

A reforçar estes seus comentários, eis uma frase que há pouco descobri:

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
(Rui Barbosa)

Abraço
João