Linha do Douro. O Caminho de Ferro Impossível
A RTP2 brindou-nos, dia 2 de Janeiro de 2016, com um documentário de extraordinária qualidade sobre o Caminho de Ferro do Douro, em geral, a saga da sua construção, o seu papel no desenvolvimento da Região, o entusiástico mas limitado início da sua modernização, o declínio e abandono dos troços mais a leste, com uma referência mais detalhada ao troço que ligou Barca d’Alva a La Fregeneda.
Colhem paralelo, o entusiasmo dos que rasgaram montanhas e atravessaram rios para proporcionarem mobilidade e desenvolvimento e os que, nostálgicos de um passado glorioso, teimam agora em fazer reviver essa grata memória.
Pelo meio, políticos sem ideias, interesses, por vezes, inconfessáveis, gestores repescados à pressão da saca de recrutamento dos Partidos, para, sem conhecimento e sem alma, supostamente, promoverem o desenvolvimento dum sector que é barómetro de desenvolvimento dum país.
As vias afluentes todas encerradas com base em análises e decisões no mínimo, discutíveis, material motor que os espanhóis alugaram e é tão velho quanto aquele que veio substituir, a inércia, a submissão e o desinteresse dos autarcas.
Todos os Governos que, desde há décadas, se vêm revezando no poder, têm largas culpas no cartório, sem prejuízo de se reconhecer a existência de honorabilíssimas excepções.
Da exibição do documentário, ressalta a ideia de um País sem dono, sem uma ideia consistente para a riqueza inefável que é o Património do Douro e, nele, o papel do Caminho de Ferro.
A fusão da Refer com as E. P. foi o golpe de mestre da nova geração de gesti-tecnocratas.
O relógio com a inscrição de “avariado” na estação de Pocinho, é o retrato acabado da situação.
Mais eloquentes do que todas as palavras, são as imagens e os depoimentos que não devem perder e vivamente recomendo.
A Decisão do TEDH (394)
Há 3 horas
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