Acções indispensáveis e inadiáveis
(Publicada no Semanário O DIABO em 11 de Setembro de 12018)
Em vez da propaganda onírica que idiotiza o povo e lhe cria, quando despertar para as realidades, vontade de defender os interesses colectivos e agir de forma violenta contra quem o enganou, será conveniente informar lealmente e incitar à convergência em direcção ao desenvolvimento nacional de que todos beneficiem.
A propaganda e a oferta de ilusões irreais, fantasistas, não melhora a situação de idosos e reformados; não aumenta o rendimento médio das famílias, que se tem afastado negativamente da média europeia; não melhora o desenvolvimento económico; não evita que se caia numa crise semelhante às que estão a massacrar as populações venezuelanas ou sul-africanas. Porque será que a economia tem estagnado há vinte anos? Porque será que nos últimos 44 anos não se construiu nada que se pareça com o que aconteceu nos 44 anos anteriores ao 25 de Abril – escolas primárias em quase todas as aldeias, liceus, palácios da Justiça, hospitais, quartéis para as Forças Armadas e para as Forças e Segurança, etc. – e não se criou dívida pública, antes pelo contrário, foi deixada uma reserva volumosa?
Sem análises profundas e sérias dos factores que levaram à estagnação da economia e da sociedade nacional, e sem serem definidos objectivos de crescimento e elaborados os consequentes planos estratégicos para os atingir, de nada vale a propaganda nem as “verdades politicamente correctas”.
Antes pelo contrário, pois, quando o povo despertar da sonolência induzida pelas fantasias com que é sedado e se consciencializar das realidades, acabará por reagir de forma espontânea, descoordenada, o que pode ter resultados dramáticos principalmente contra os que considera culpados do seu mal-estar. Entretanto, os jovens, isto é, a geração melhor preparada, emigrará em massa, o que representará uma grave perda nacional, por tornar mais difícil a recuperação da economia que é indispensável para o desenvolvimento global do País, principalmente nos sectores mais significativos.
A análise cuidadosa e honesta, sem preconceitos, dos erros ocorridos na vida nacional nas décadas mais recentes, com a intenção de não voltarem a acontecer e de deles serem tiradas as melhores lições para os evitar, desenvolvendo estratégias eficientes de desenvolvimento e recuperação, é uma medida sensata para construir um futuro liberto do pântano actual.
Em democracia, as decisões devem se tomadas com o povo e em seu nome, que é mandante dos agentes do poder político que devem considerar-se seus servidores. O povo, sendo informado com verdade, de forma clara, com frontalidade e sem fantasias oníricas, dará a sua colaboração, se lhe forem criadas condições que o levem a compreender e a ter confiança nos seus mandatários.
Destas considerações ressalta a necessidade de definir tarefas indispensáveis e inadiáveis para preparar o futuro imediato e, depois, o prolongar persistentemente com a necessária adaptação aos condicionalismos que forem surgindo, sempre de forma sensata e inteligente.
Devem ser evitadas saídas infelizes como as do PM e do MAI relativamente aos incêndios de Monchique: «será a excepção que confirma a regra do sucesso», o fogo de Monchique não é como «a vela de um bolo de aniversário (que) todos apagamos com um sopro», «(...) Notável (...) Notável (...) Notável (...)» «notável» a actuação da Protecção Civil em Monchique)…
A propaganda deve evitar cedências a pretensos “intelectuais” que vestem a capa de fascistas leninistas estalinistas que se esforçam por seguir uma táctica já posta de lado pela Rússia, a China, Cuba e alguns estados do leste europeu, a qual está a causar sofrimentos dramáticos na Venezuela e na África do Sul.
A Decisão do TEDH (397)
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