(Public em DIABO nº 2311 de 16-04-2021, pág 16. Por António João Soares)
Há psicólogos dedicados à investigação que, com base em dados estatísticos, afirmam que o QI (quociente de inteligência) está a baixar nas novas gerações, em relação às dos seus pais. Consideram que isso se deve ao actual sistema de vida social, com as gerações jovens mais isoladas, entretidas com as novas tecnologias e o uso intensivo da Internet, exigindo menos esforço de memória e de raciocínio em busca da compreensão da realidade e, por isso, com menos actividade do cérebro.
O cérebro é uma parte do corpo que, à semelhança das mais visíveis, como os músculos das pernas e dos braços, precisa de actividade e exercício para não perder energia e capacidade. Em 13-11-2020 publiquei um texto intitulado “manter o cérebro activo aumenta a longevidade” e reduz ou adia o risco de demência senil e da doença de Alzheimer. O cérebro exige muitos cuidados.
Agora, a par da referência feita no início deste texto, aparece a argumentação de que a baixa do QI se deve em grande parte ao pequeno esforço exigido ao cérebro, quer no ensino, quer nos meios da comunicação social, quer no uso do computador com a Internet e a ausência de contactos sociais, de conversas e de diálogos sérios.
Quanto ao ensino, vi há dias um conselho aos professores de crianças pequenas: não se lhes deve dizer algo que já se lhes ensinou, nem lhes ensinar algo que já têm capacidade para saber com base e dedução daquilo que já lhes foi ensinado. Assim se contribui para lhes desenvolver a memória e o raciocínio.
Mas tem havido acções governamentais, tendentes reduzir o QI dos cidadãos. É, por exemplo, o caso da reforma do alfabeto, com a eliminação de letras como o “c” e o “p”, que fazem parte da origem etimológica latina e que ainda continuam a permanecer em palavras da mesma origem usadas em alguns países europeus. Como perceber, numa leitura rápida, o significado de fato, de ação, de seção, de Egito e de egípcio. O facilitismo que pretenderam com tal eliminação contribuiu para diminuir a acção do cérebro e, portanto, para a redução da sua actividade e a consequente queda do QI.
Mas, curiosamente, ao mesmo tempo que vemos este facilitismo, notamos a manifesta vaidade dos donos do poder quando aumentaram palavras, talvez para se mostrarem eruditos ou para que o povo menos conhecedor perceba o significado de palavras que eram pequenas e agora aparecem com acrescentos desnecessários.
Como podemos compreender o ambiente em que vivemos, se nos são mostradas versões falseadas pelas vantagens do “politicamente correcto”. Como podemos compreender o funcionamento do nosso corpo se nos são impingidos medicamentos cujo interesse principal é a ganância do negócio dos grandes fabricantes à custa do consumidor. A “tintura de iodo” era um medicamento de efeito rápido para curar pequenos ferimentos mas, como era barato e não dava lucro a quem o fabricava e vendia, foi retirado do mercado e substituído por produtos de preço mais elevado, que se limitam a ir melhorando o ferimento, deixando passar alguns dias até sarar. É a intenção de preferir doenças crónicas e evitar resultados rápidos. Por exemplo, perante a actual pandemia houve uma corrida ao fabrico de vacinas, mas não houve o mesmo interesse em criar um medicamento para a sua cura. Não foi divulgado o medicamento usado em Portugal com bom resultado, nem foi muito conhecida a preparação de medicamentos no Japão e em Israel. Iriam prejudicar os ganhos de grandes produtores mundiais de vacinas.
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