(Public em DIABO nº 2309 de 02-04-2021, pág 16. Por António João Soares)
Tem havido bons sinais de harmonia e tolerância entre países com ideologias ou regimes políticos diferentes. Isso não é muito difícil, nem exige sensatez extraordinária, já que acontece entre animais selvagens que convivem pacificamente, mesmo pertencendo a espécies diferentes.
Através das redes sociais da
internet, tenho recebido vídeos diversos com casos que merecem ser considerados
como exemplares para os humanos, especialmente entre estados considerados
civilizados e respeitáveis em ambiente internacional. Mas grande parte dos
responsáveis pelos governos são altamente condicionados pelo egoísmo, por
interesses inconfessados e por ambição de mais riqueza, e menos pela moral,
pela ética e pelo respeito pelas pessoas, esquecendo o seu próprio dever,
assumido ao tomar posse do cargo, de procurar melhorar a qualidade de vida dos
seus concidadãos.
Muitos destes tais carentes de
capacidade e de sensatez têm desencadeado actos de violência inqualificável,
usando potentes meios letais contra monumentos, edifícios religiosos, de
utilidade pública, sem olhar a perdas de vidas de pessoas, sem repararem que
são inocentes e inofensivas, que são transformadas em vítimas da brutalidade
por gente sem a mínima sensibilidade.
Os cidadãos de países
africanos asiáticos e da América Latina têm sido as maiores vítimas de tal
violência selvagem. Agora, tem chamado mais atenção o agravamento da violência
no Iémen, com a utilização de meios aéreos não tripulados, com o apoio técnico
oferecido pelo Irão, país que parece estar com a ambição de recuperar a capacidade
territorial do antigo Império Persa, uma ambição lunática, como se fosse viável
recuar tantos séculos depois de a Humanidade ter dado tantas voltas, por efeito
da evolução das sociedades, das culturas e das tecnologias. Para mais usando
tanta brutalidade e tão destruidora de vidas humanas. O responsáveis por estas
situações precisam de ser aconselhados a visitar as reservas de caça do centro
de África, hoje exploradas pelos turistas e manter-se por lá o tempo suficiente
para aprenderem o bom convívio entre animais muito diferentes.
Nos tempos de hoje em que já,
praticamente, não há memória dos impérios Romano ou Persa, temos uma autoridade
internacional respeitada por todos, a Organização das Nações Unidas, ONU, que
algo tem feito para melhoria da PAZ de que os seres humanos sentem uma
necessidade permanente. Mas os seus esforços não têm sido tão eficazes como é
desejável. Há que reforçar os processos de terminar com o terrorismo, reduzir o
risco de guerra e o emprego de armas letais contra populações pacíficas e
ordeiras.
O respeito pelas pessoas e
pelos seus legítimos direitos e liberdades deve constituir um dogma para
qualquer detentor de autoridade. E este deve zelar para que todas as pessoas
compreendam os limites dos seus direitos, de forma moral e ética, a fim de
contribuírem activamente para que a vida possa ser vivida da melhor forma, para
felicidade de todos.
Ninguém, nem outro estado,
deve passar uma fronteira e ir impor um regime diferente contra a vontade dos
residentes. Nem deve, por meios ocultos, forçar a uma mudança contra os
interesses colectivos do Estado, com inconfessada intenção de o tornar uma
aquisição fácil e útil.
Não é por acaso, antes por
sensatez e amor ao seu país, que no Sudão, o líder do Comité Supremo para a
Recolha de Armas anunciou, há poucos dias, o início de uma campanha de “recolha
forçada de armas” – que se estimam em cerca de quatro milhões nas mãos de
cidadãos –, a fim de desarmar a população civil e terminar com o flagelo de
conflitos tribais no país.
A ONU deve tornar esta medida
generalizada, de forma que só possam ser usadas armas por militares e forças
policiais, de maneira moderada, bem justificada e controlada. Assim se evitarão
os múltiplos actos de violência que ocorrem diariamente pelo mundo. ■
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